Maria: a “estrela do mar”
Sejamos enriquecidos por uma das Homilias do Abade São Bernardo, (séc.XII), em louvor da Virgem Mãe.
"O nome da Virgem era Maria, diz o Evangelista. Falemos um pouco a propósito deste nome, que por alguns significa “estrela do mar” e se adapta perfeitamente à Virgem Mãe.
De fato ela é comparada muito apropriadamente a uma estrela. Assim como o astro emite os seus raios de luz sem corromper-se, também a Virgem deu à luz o seu Filho sem sofrer dano algum. Nem o raio luminoso diminuiu a claridade da estrela, nem o Filho alterou a integridade da Virgem.
Ela é a nobre estrela nascida de Jacob, cuja irradiação ilumina todo o universo, cujo esplendor brilha nos céus e penetra nos abismos, resplandece na terra e aquece as almas mais que os corpos, fomenta as virtudes e queima os vícios. Ela é a estrela brilhante e magnífica que nada impede de se elevar sobre este mar vasto e imenso, refulgente nos seus méritos e iluminando pelos seus exemplos.
Tu que te vês, nas flutuações deste mundo, agitado no meio das procelas e das tempestades em vez de caminhar sobre terra firme, não afastes os olhos do brilho desta estrela, se não queres naufragar nas tormentas.
Se se levantam os ventos das tentações, se te precipitas nos escolhos das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria. Se és sacudido pelas vagas do orgulho ou da ambição ou da maledicência ou da inveja, olha para a estrela, invoca Maria. Se a ira ou a avareza ou os atrativos da carne sacodem a barqueta da tua mente, olha para Maria. Se, perturbado pela enormidade dos teus pecados, confundido pela imundície da tua consciência, aterrado pelo horror do julgamento, começas a ser absorvido pelo abismo da tristeza, pelo precipício do desespero, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Não esteja o seu nome ausente da tua boca, não esteja ausente do teu coração. E para obter o socorro das suas orações, não te separes do exemplo da sua vida. Se a segues, não te extraviarás; se a invocas, não desesperarás; se pensas nela, não errarás. Sob a sua proteção, não terás medo; sob a sua direção, não te cansarás; sob o seu amparo, alcançarás a meta. E assim experimentarás em ti mesmo como é verdadeira esta palavra: E o nome da Virgem era Maria.”
Vivamos uma autêntica devoção à Nossa Senhora, que consiste na imitação de suas virtudes, a fim de não incorrermos numa estéril devoção.
Ainda mais, nos ajuda a confiar e a recorrer à “Estrela do Mar”, em todos os momentos, favoráveis ou adversos, como Igreja Sinodal que somos, Povo de Deus que caminho juntos, contando com a sua presença a fim de que façamos progressos maiores ainda na comunhão, participação e missão.
Concluo com trecho da Alocução do Papa São João Paulo II (08/12/82), na qual nos apresentou Maria “como a Estrela que nos guia pelo céu escuro das expectativas e incertezas humanas, especialmente neste dia em que, sobre o fundo da liturgia do Advento, brilha esta Solenidade anual da tua Imaculada Conceição e te contemplamos na eterna economia divina como a Porta aberta através da qual deve vir o Redentor do mundo” .
Como precisamos desta “Estrela que nos guie pelo céu escuro das expectativas e incertezas humanas”!
Em todos os momentos, pensemos em Maria e invoquemos e contemos com a sua ternura e presença.
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