Contemplemos o indizível Mistério do Natal
Contemplemos o indizível Mistério do Natal
Natal do Senhor, um acontecimento que irrompe com sua força e beleza, que arranca dos
Anjos cantos de alegria, e em todos os que creem no indizível Mistério: O
Eterno assumiu a temporalidade, entrou em nosso tempo, sem jamais deixar de ser
eterno.
Ele que era invisível
tornou-se visível aos nossos olhos! A intocabilidade de Deus foi superada, pois
Ele tornou isto possível no Deus Menino, que é o mesmo da Cruz e da glória da
Ressurreição.
Natal: Grande acolhida
de Deus, numa manjedoura chamada coração humano!
Contemplemos a beleza
do Natal a partir de três grandes Santos da Igreja:
-
“Ele (Jesus), portanto, foi pequeno, foi criança, para que possais vós, ser
perfeitos adultos; Ele foi envolvido em faixas, para que sejais, vós,
libertados das garras da morte; Ele, na manjedoura, para vos por sobre o altar;
Ele, na terra, para que estejais vós entre as estrelas; não havia lugar para
Ele na sala comum, para que tenhais vós várias moradas na casa do Pai”. (Santo Ambrósio, bispo
e doutor da Igreja- séc. IV).
-
“Desperta, ó homem: por tua causa Deus Se fez homem. Desperta, tu que
dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef
5,14). Por tua causa, repito,
Deus Se fez homem.
Estarias morto para
sempre, se Ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do
pecado, Se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado.
Estarias condenado a
uma eterna miséria, se não fosse a Sua misericórdia. Não voltarias à vida, se
Ele não tivesse vindo ao encontro de tua morte. Teria perecido, se Ele não te
socorresse. Estarias perdido, se Ele não viesse salvar-te.
Celebremos com alegria
a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa, em que o
grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este nosso dia
temporal e tão breve…
A
verdade brotou da terra porque o Verbo Se fez Carne (Jo 1,14). E a justiça
olhou do alto do céu porque todo o dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do
alto (Tg 1,17)… ” (Santo Agostinho, Bispo e Doutor
da Igreja - séc. V).
-
“Hoje, amados, filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver
tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte,
enche-nos de alegria com a promessa de eternidade…
Exulte
o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é
oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida…
Toma
consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza
divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua
condição…
Pelo
Sacramento do Batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com
más ações tão grande Hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço
de tua salvação é o sangue de Cristo”(Papa São Leão Magno (séc. V).
A cada Natal, Ele vem
para fazer morada em cada pessoa humana, desde a concepção até o seu declínio
natural.
Vida humana portadora
de dignidade e sacralidade! Pensemos o Natal a partir do Verbo que Se fez Carne
e veio morar entre nós (cf. Jo 1,14).
O Verbo foi um dia
plantado no ventre de Maria. Hoje o Verbo quer ser acolhido e germinar no
coração de toda a humanidade.
Há sementes que o
Verbo nos concede que devem ser plantadas, cuidadas com carinho, para que
floresçam e frutifiquem no tempo certo: amor, esperança, fé, alegria,
fidelidade, verdade, santidade, bondade, ternura.
Plantar e cuidar,
sem pressa de colher, na oração, vivência Eucarística, sob a necessária luz do
Espírito e da Água da Vida, que somente Ele tem para dar. Adubar com
a caridade que veio ao mundo testemunhar.
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