segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Contemplemos o indizível Mistério do Natal

 


Contemplemos o indizível Mistério do Natal
 
Natal do Senhor, um acontecimento que irrompe com sua força e beleza, que arranca dos Anjos cantos de alegria, e em todos os que creem no indizível Mistério: O Eterno assumiu a temporalidade, entrou em nosso tempo, sem jamais deixar de ser eterno.
 
Ele que era invisível tornou-se visível aos nossos olhos! A intocabilidade de Deus foi superada, pois Ele tornou isto possível no Deus Menino, que é o mesmo da Cruz e da glória da Ressurreição.
 
Natal: Grande acolhida de Deus, numa manjedoura chamada coração humano!
 
Contemplemos a beleza do Natal a partir de três grandes Santos da Igreja:
 
- “Ele (Jesus), portanto, foi pequeno, foi criança, para que possais vós, ser perfeitos adultos; Ele foi envolvido em faixas, para que sejais, vós, libertados das garras da morte; Ele, na manjedoura, para vos por sobre o altar; Ele, na terra, para que estejais vós entre as estrelas; não havia lugar para Ele na sala comum, para que tenhais vós várias moradas na casa do Pai”. (Santo Ambrósio, bispo e doutor da Igreja- séc. IV). 
 
- “Desperta, ó homem: por tua causa Deus Se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef 5,14). Por tua causa, repito, Deus Se fez homem.
 
Estarias morto para sempre, se Ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, Se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado.
 
Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a Sua misericórdia. Não voltarias à vida, se Ele não tivesse vindo ao encontro de tua morte. Teria perecido, se Ele não te socorresse. Estarias perdido, se Ele não viesse salvar-te.
 
Celebremos com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa, em que o grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este nosso dia temporal e tão breve…
 
A verdade brotou da terra porque o Verbo Se fez Carne (Jo 1,14). E a justiça olhou do alto do céu porque todo o dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto (Tg 1,17)… ” (Santo Agostinho,  Bispo e Doutor da Igreja - séc. V).
 
- “Hoje, amados, filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa de eternidade…
 
Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida…
 
Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição…
 
Pelo Sacramento do Batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande Hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo”(Papa São Leão Magno (séc. V).
 
A cada Natal, Ele vem para fazer morada em cada pessoa humana, desde a concepção até o seu declínio natural.
 
Vida humana portadora de dignidade e sacralidade! Pensemos o Natal a partir do Verbo que Se fez Carne e veio morar entre nós (cf. Jo 1,14).
 
O Verbo foi um dia plantado no ventre de Maria. Hoje o Verbo quer ser acolhido e germinar no coração de toda a humanidade.
 
Há sementes que o Verbo nos concede que devem ser plantadas, cuidadas com carinho, para que floresçam e frutifiquem no tempo certo: amor, esperança, fé, alegria, fidelidade, verdade, santidade, bondade, ternura.
 
Plantar e cuidar, sem pressa de colher, na oração, vivência Eucarística, sob a necessária luz do Espírito e da Água da Vida, que somente Ele tem para dar. Adubar com a caridade que veio ao mundo testemunhar.

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