sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O juízo final e a vigilância necessária

                                                  

O juízo final e a vigilância necessária

Ouvimos, na sexta-feira da 32ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 17,26-37), em que somos convidados a estar sempre preparados para o encontro com Deus:

“O juízo que nos espera é a revelação daquilo que realmente somos; a morte nos mostrará toda a verdade. Sua vinda nos detém no ponto em que nos encontramos no relacionamento com Deus e com os homens: ódio e amor, bondade e malícia, egoísmo e generosidade ficam imobilizados no instante em que cessa a vida” (1).

Deste modo, o encontro poderá ser “de alegria ou de infinito desespero, conforme o sentido que cada um tiver dado à própria existência” (2).

Segundo o Lecionário Comentado, “a aplicação dos exemplos à vinda do Filho do Homem não é de fácil compreensão. Através de uma série de contraposições, o texto afirma a necessidade de não voltar atrás, como fez a mulher de Lot (cf Gn 19,26) e, implicitamente, a exigência de estar preparado” (3).   
                                           
No versículo final da referida passagem, quando os discípulos lhe perguntaram - “Senhor, onde acontecerá isso?” (Lc 17,37), temos a enigmática resposta de Jesus: - “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.

Vejamos algumas possíveis explicações, em que podemos fazer referência ao juízo final:

- A profecia de Ezequiel, retomada pelo livro do Apocalipse, em que o Profeta se refere à batalha vitoriosa final contra as forças do mal. Os animais de rapina ou os abutres serão mandados a comer as carnes dos cadáveres (Ez 39,4.17-20; Ap 19,17-18);

- O vale de Josafá, onde acontecerá o juízo final de acordo com a profecia de Joel (Jl 4,2.12);

- E ainda, um simples provérbio popular semelhante a este: “Onde há fumaça, há fogo!”.

Entretanto, o que podemos, de fato, apreender, é a necessária atitude de discípulos missionários: a vigilância; de modo que, à Sua chegada, estejamos devidamente preparados, doando a nossa vida, perdendo-a para ganhá-la eternamente, e não sejamos como “cadáveres para os abutres”.

Estejamos sempre prontos, a serviço da vida plena e definitiva, para que mereçamos a glória da eternidade.

Oremos:

Iluminai, Senhor, os nossos corações, com o esplendor da Vossa divindade, para que não andemos na escuridão, pois sois a Luz do Mundo, e quem Vos Segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida.

Firmai, Senhor,  nossos passos, para que caminhemos, com segurança, rumo à Pátria da luz eterna, e assim, devidamente preparados para a Sua chegada gloriosa. Amém.


(1) (2) Missal Cotidiano - pp. 1493-1494
(3) Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 - pp. 781-782

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