segunda-feira, 18 de novembro de 2024

“Germes da semente divina”

                                                          


“Germes da semente divina”

Na Festa da Dedicação das Basílicas dos Apóstolos São Pedro e de São Paulo, memória facultativa do dia 18 de novembro, a Liturgia das Horas nos enriquece com o Sermão do Papa São Leão Magno (séc. V) “germes da divina semente” das quais brotam testemunhas e milhares de Santos mártires.

“É preciosa aos olhos do Senhor a morte de Seus Santos (Sl 115,15), e nenhuma crueldade pode destruir a religião fundada no Mistério da Cruz de Cristo. 

A Igreja não diminui pelas perseguições; pelo contrário, cresce. O campo do Senhor se reveste de messes sempre mais ricas, porque os grãos, que caem um a um, nascem multiplicados. 

Em quantos rebentos estes dois excelentes germes da divina semente brotaram são testemunhas os milhares de Santos mártires que, rivais das vitórias apostólicas, envolveram com uma multidão coberta de púrpura nossa Urbe e a coroaram com um diadema de glória, cravejado de muitas pedras preciosas. 

Temos de alegrar-nos sumamente, caríssimos, com a comemoração de todos os Santos por esta proteção, preparada por Deus, para exemplo e confirmação da fé. Mas, em vista da excelência destes Patronos, é justo que os glorifiquemos com ainda maior exultação, porque a graça de Deus, dentre todos os membros da Igreja, os elevou ao cume. Por isso, no corpo, cuja cabeça é Cristo, constituem como que os dois olhos. 

Não devemos pensar que os seus méritos e virtudes acima de toda a expressão sejam diferentes de algum modo ou tenham algo de peculiar, pois a eleição divina os tornou pares, o trabalho assemelhou-os e o fim da vida os igualou. 

Por experiência pessoal e pela afirmação de nossos antepassados, cremos e confiamos que, nas lutas da vida, temos sempre a intercessão destes especiais Padroeiros para obter a misericórdia de Deus; e por mais abatidos que estejamos pelos próprios pecados, somos reerguidos pelos méritos apostólicos.”

Pedro e Paulo, como bem afirma o Papa, tiveram eleição divina, se fizeram pares, assemelhados no trabalho e também igualados no final da vida. Bem sabemos que morreram, um na cruz e o outro pela espada, respectivamente.

A Tradição da Igreja nos ensina, como neste Sermão, a valiosa ajuda e proteção daqueles que nos antecederam na eternidade feliz, porque suas vidas consistiram em servir, por amor e com amor, a Deus em favor do Seu Povo a eles confiados.

Além disto, podemos tê-los como exemplos a serem imitados enquanto peregrinamos longe do Senhor, enquanto estamos inseridos no combate da fé, ainda não merecedores da coroa da justiça, da coroa da glória.

Imitando-os em suas virtudes, na fidelidade ao Senhor, será mais credível nossa fé, bem como daremos razão de nossa esperança na prática da caridade, numa frutuosa vigilância ativa.

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