Nunca é tarde para amar o Amado: Jesus
Há procuras que nos
possibilitam verdadeiros encontros...
A mais bela e contagiante procura que podemos fazer é a procura por Deus; procurá-Lo, incansavelmente e ininterruptamente, pois por Ele já fomos encontrados e resgatados.
Quando o Verbo Se encarnou revelou-se a Face e a presença amorosa do Pai, alcançou-nos a reconciliação e presenteou-nos com o dom maior: o Espírito.
Quando o Verbo Se encarnou revelou-se a Face e a presença amorosa do Pai, alcançou-nos a reconciliação e presenteou-nos com o dom maior: o Espírito.
Do Seu Coração pleno de Amor Água e Sangue jorraram, para que assim, n'Ele pudéssemos nascer (Vida Nova do Batismo), n'Ele pudéssemos viver (Corpo e Sangue, Mistério da Eucaristia): remédio para imortalidade porque nos assegura a vida eterna; antídoto para que o pecado não nos domine, nem nos fragilize, roubando-nos a saúde, a vitalidade do Espírito.
A procura de Deus não se dá além de nós mesmos; além de nossa interioridade. Ela se dá na mais profunda intimidade de nosso ser, onde Ele quis fazer-Se o mais belo Hóspede.
Paradoxalmente, Seu encontro se dá na fragilidade da morada e no esplendor divino d'Aquele que em nós habita.
Paradoxalmente, Seu encontro se dá na fragilidade da morada e no esplendor divino d'Aquele que em nós habita.
A procura e o encontro de Deus se dão no exato momento que descobrimos os traços mais marcantes de Seu Ser: “Hesed” - misericórdia, carinho, amor, ternura, bondade...
Seu encontro leva-nos a fazer da nossa vida entrega incondicional, obediência radical e confiança ilimitada, na Paixão Pelo Reino. Nossa existência adquire matizes diferenciados, ganhando consistência e profundidade.
O amor vivido alcança-nos a eternidade, para que o mesmo não seja como a nuvem da manhã que passa ou como o orvalho que ao amanhecer logo se evapora nos primeiros raios do sol.
O Amor encontrado faz romper a aurora, afastando a escuridão da noite. As trevas cedem lugar à luz. A noite cede lugar ao dia: Mistério daqueles que contemplam a Verdadeira Luz!
O Amor encontrado faz romper a aurora, afastando a escuridão da noite. As trevas cedem lugar à luz. A noite cede lugar ao dia: Mistério daqueles que contemplam a Verdadeira Luz!
Saboreemos esta Confissão do grande Bispo Santo Agostinho (séc. V) e ainda que tarde, mas não tão tarde, entremos na mais perfeita relação com Deus: relação de Amor que nos alcança a felicidade plena:
“Tarde te amei...”.
“Onde Te encontrei Senhor, para Te conhecer? Não estavas certamente em minha memória antes que eu Te conhecesse...
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro e eu fora te procurava. Precipitava-me eu disforme, sobre as coisas formosas que fizeste. Estavas comigo, Contigo eu não estava. As criaturas retinham-me longe de Ti, aquelas que não existiriam se não estivessem em Ti.
“Tarde te amei...”.
“Onde Te encontrei Senhor, para Te conhecer? Não estavas certamente em minha memória antes que eu Te conhecesse...
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro e eu fora te procurava. Precipitava-me eu disforme, sobre as coisas formosas que fizeste. Estavas comigo, Contigo eu não estava. As criaturas retinham-me longe de Ti, aquelas que não existiriam se não estivessem em Ti.
Chamaste e gritaste e rompeste a minha surdez. Cintilaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume, aspirei-o e anseio por Ti. Provei, tenho fome e tenho sede. Tocaste-me e abrasei-me no desejo de Tua paz...
Quando me uno a Ti com todo o meu ser, não há em mim dor nem fadiga. Viva será minha vida, toda repleta de Ti. Agora ergues o que de Ti está repleto. Como ainda não estou pleno de Ti, sou um peso para mim.
Lutam minhas lamentáveis alegrias com as tristezas deleitáveis. De que lado estará à vitória, não sei. Ai de mim, Senhor! Tende piedade de mim. Lutam minhas tristezas com as boas alegrias e não sei quem vencerá. Ai de mim, Senhor! Tende piedade de mim! Ai de mim! Bem vês, que não escondo minhas chagas. És o médico; eu o doente. És misericordioso; eu o miserável... Em Tua imensa misericórdia ponho toda minha esperança”.
Reflitamos:
- Quais os sentimentos que esta bela confissão me desperta?
- Quando se deu a minha procura por Deus dentro de mim mesmo?
- Como sinto e aprofundo a relação de proximidade de Deus para comigo?
- O que posso fazer para aprofundar esta relação de amor com o Mistério Divino que em mim fez morada?
- Há pessoas, que a exemplo de Santo Agostinho, depois de inquietante procura, a Deus encontra, ainda que tarde.
Outras, bem cedo O encontraram! Cada um tem sua história, cada um tem seu encontro… Cedo ou tarde, seja-nos permitido repetir as palavras de Santo Agostinho que, incansavelmente, lemos e relemos. Ele captou e expressa o mais profundo de nós diante do Mistério do Amor Divino:
“... Tarde Te amei, Ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Te amei!
Estavas dentro e eu fora Te procurava. Precipitava-me eu disforme,
sobre as coisas formosas que fizeste. Estavas comigo, Contigo eu
não estava. As criaturas retinham-me longe de Ti, aquelas que
não existiriam se não estivessem em Ti”.
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