segunda-feira, 29 de julho de 2024

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

                                                     

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

A Pastoral de Conjunto ou Pastoral Orgânica é fruto de um longo caminho, de modo especial, iniciado com a realização do Concílio Vaticano II, portanto, não se trata de uma nova pastoral a ser implantada na Igreja, nem uma Pastoral específica.

É muito mais uma nova mentalidade, um espírito novo que norteia a ação evangelizadora das dioceses, e com isto o esforço de aglutinação e articulação de metas e princípios na ação evangelizadora.

Uma de suas preocupações é a promoção da unidade na Igreja, estabelecendo o alicerce da estrutura pastoral fundamentada numa espiritualidade de comunhão. Evidentemente que na busca da unidade não se trata de abafar a criatividade nem extinguir a ação do Espírito Santo.

É preciso que cada grupo ou movimento eclesial, com sua espiritualidade e objetivos específicos, coloque-se  em sintonia com as metas que a Igreja com um todo deseja alcançar.

A Pastoral de Conjunto não tem como objetivo a padronização das pastorais, tão pouco a desfiguração da  variedade dos dons, carismas e serviços presentes nas comunidades.

Já em 1966, a CNBB elaborou o primeiro “Plano de Pastoral de Conjunto” (1966-1970), que propunha seis “linhas de trabalho”, atualmente conhecidas como “dimensões”: Dimensão Comunitária e Participativa; Dimensão Missionária; Dimensão Bíblico-Catequética; Dimensão Litúrgica; Dimensão Ecumênica do Diálogo Religioso; Dimensão Sócio-Transformadora. Atualmente falamos em urgências da Evangelização, como temos falado neste espaço.

O episcopado latino-americano (em Puebla – 1979) assim definiu a Pastoral de Conjunto: é a ação global, orgânica e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo destinada a levar a pessoa e todos os membros à plena comunhão de vida com Deus.

Em 2007 (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe) reforça a necessidade de uma Pastoral Orgânica (n. 99, 169, 198, 371, 401):

A Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. Ele deve estimular e conduzir uma ação pastoral orgânica renovada e vigorosa, de maneira que a variedade de carismas, ministérios, serviços e organizações se orientem no mesmo projeto missionário para comunicar vida no próprio território...” (n. 169).

E ainda diz – “O Projeto Pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje com ‘indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades, e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos” (n. 371).

Com isto temos o fortalecimento dos Conselhos de Pastorais como instrumento articulador da evangelização; onde se estuda e se aplica os planos pastorais das dioceses; sem interpretações pessoais, subjetivismo e espontaneismo; não há lugar para o espírito de “grupismo”, isolamento.

Evidentemente que requer avaliação, planejamento, com a abertura da iluminação do Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Evangelização, porque um plano pastoral por mais perfeito que seja pode resultar em nada, se o espírito que o anima não nascer da caridade pastoral de Cristo, o Bom Pastor, que vai ao encontro da ovelha perdida (Lc 15), numa Igreja verdadeiramente missionária e em “saída”, como nos diz o Papa Francisco.

Concluindo, reiteramos que a  “PASTORAL DE CONJUNTO” ou “PASTORAL ORGÂNICA” são nomes que damos ao esforço de todos os batizados, verdadeiros discípulos missionários do Senhor (papa, bispos, padres, religiosos/as, cristãos leigos/leigas, seminaristas...) que se colocam juntos, com carismas e dons próprios, o ministério a serviço do anúncio e do testemunho da Boa-Nova do Evangelho, que deve ser anunciado a todos os povos e em todos os lugares.

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