O Senhor nos chama para o discipulado e as exigências para segui-Lo (IIIDTCA)

O Senhor
nos chama para o discipulado e as exigências para segui-Lo
No 3º Domingo do Tempo Comum (ano A), ouvimos a passagem do Evangelho
de Mateus (Mt 4,12-23), que nos diz que Jesus foi para Cafarnaum, a fim de se
cumprir o que fora anunciado pelo profeta Isaías, através de Suas palavras e
milagres realizados.
Trata-se do início da atividade pública de Jesus, na Galileia,
anunciando o Reino de Deus e curando os doentes. O início se dá a partir de uma
região periférica, geralmente desprezada pelo paganismo.
É no contexto da dura vida quotidiana que Ele chamará os primeiros
discípulos para segui-Lo.
Deste modo, para realizar a missão, Jesus chama os Seus primeiros
discípulos: Pedro e André, Tiago e João, dois pares de irmãos.
O evangelista narra o modo como acolhem o chamamento e a prontidão na
resposta, ainda que não compreendessem o que significava este seguimento, que
seria marcado de humilhação e, ao mesmo tempo, de graça divina.
O chamado se dá através de palavras expressas em fórmula concisa – “está próximo o Reino dos céus” (Mt
4,17); acompanhado de um imperativo indispensável – “convertei-vos” (Mt 4,17a).
Neste chamado, podemos destacar três elementos
essenciais:
a) A
centralidade de Jesus, pois o chamamento é uma iniciativa d’Ele – É Ele mesmo
quem chama Seus discípulos;
b) Exige
profundo desapego: Pedro e André deixam as redes e o barco, que representavam,
por sua vez, a segurança do trabalho; bem como Tiago e João deixam também o
pai, que representa as próprias raízes, os afetos familiares;
c) A
comunhão com Jesus a ser vivida, a fim de que sejam devidamente preparados para
a missão – “Farei de vós pescadores de homens” (Mt 4,19).
A centralidade e a comunhão com Jesus somente se tornarão possíveis com
o desapego total (material e afetivo), como vemos nos três elementos que são
constitutivos e inseparáveis.
Deixam tudo, porque encontraram Alguém que é mais importante que tudo,
e tudo se torna realidade secundária.
Assim haverá de ser com todos os discípulos missionários do Senhor, em
todos os tempos, porque, de fato, “o
discipulado não é limitado a poucos escolhidos, mas cada batizado encontra
espelhada na narração evangélica a sua vocação: seguir Jesus com prontidão e
sem hesitações” (1).
Também nós somos chamados pelo nome para sermos discípulos do Senhor, e
precisamos ter a mesma prontidão e desapego dos primeiros chamados por Ele.
Iniciando o ano, renovemos a graça de termos sidos pelo Senhor
chamados, assim como, num contínuo processo de conversão, com maior prontidão,
dedicação, nos empenhando no serviço da ação evangelizadora, com renovado ardor
missionário, com zelo, amor e alegria.
Tenhamos como exemplo a Mãe de Jesus, a mais perfeita discípula do
Senhor, a Estrela da Evangelização.
Concluímos com esta oração de Santo Agostinho (séc. VI), pedindo a Deus
força e coragem, para que sejamos revigorados na resposta ao Seu chamado, como
batizados e enviados em missão:
“Senhor Deus meu,
minha única esperança,
atende-me e faz com que eu não cesse,
por cansaço, de Te procurar,
mas sempre procure com ardor Teu rosto(...)
Diante de Ti está minha força e minha fraqueza:
conserva uma e cura a outra(...)
Faze que eu me lembre de Ti,
que Te compreenda, que Te ame”. Amém. (2)
(1) Lecionário Comentado – Tempo Comum - Volume I - Editora Paulus - (p.110)
(2) Santo Agostinho – in De Trinitate, XV, 28,
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