segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Tempo do Advento: tempo de gestar o novo! (IIDTAC) (02/12)

 


Tempo do Advento: tempo de gestar o novo! 

 

Tempo do Advento, um tempo intenso de oração, novenas, celebrações penitenciais, gestos de reconciliação, multiplicação de sinais de partilha e solidariedade...

 

Advento, tempo litúrgico com beleza própria, em que celebramos a vinda de Jesus Cristo, no tempo e na história da humanidade, trazendo-nos a preciosa graça da salvação.

 

A cor roxa, predominante na liturgia, não é sinal de tristeza, como em tempos fúnebres, mas um singelo convite à reflexão, meditação e oração. Acentua-se em nosso coração a alegre expectativa, ativa e contagiante, para recebermos dignamente o Senhor quando Ele vier.

 

Num Sermão memorável, São Bernardo (abade do século XII) afirma a tríplice vinda do Senhor, acenando para uma vinda intermediária entre a primeira e a última:

 

“... Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens... Na última, todo homem verá a salvação de Deus e olharão para Aquele que transpassaram.

 

A vinda intermediária é oculta e nela somente os eleitos o veem em si mesmos e recebem a salvação.

 

Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de Sua graça; na última, virá com todo o esplendor de Sua glória.

 

Esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira à última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação”.

 

 

Nesta vinda intermediária do Senhor, algumas atitudes são esperadas de todos os presbíteros e comunidades.

 

A primeira, e sempre necessária, é a vigilância na fé, acolhendo os sinais de Sua presença em nosso meio.

 

Ao lado desta vigilância, o imperativo da conversão, preparação dos caminhos do Senhor, numa incansável busca de acertar nossos projetos com o Projeto do Criador.

 

Pode-se assim acolher e testemunhar a alegria que procede do Verbo, que Se encarna e Se faz um de nós, assumindo nossa condição humana, exatamente igual a nós, exceto no pecado.

 

As celebrações eucarísticas, com a riqueza litúrgica de cada domingo, nos convidam ao mergulho no mistério desta Encarnação, fazendo de nossa existência lugar privilegiado de Sua morada, para que na total fidelidade a Ele, asseguremos morada na eternidade.

 

Urge adentrar neste caminho celebrativo e inovador de alegrias e esperanças, rompendo todas as amarras de angústias e tristezas.

 

Mais uma vez, o Criador aposta em nós e em nossa capacidade de iluminar a história, a vida de milhões de pessoas que vivem nas trevas do ódio, da mentira, da opressão.

 

Que o Mistério d’Aquele que veio, vem e virá traga para todos nós, presbíteros e comunidades, mais ardor e empenho em nossa missão, para que o próximo Natal seja uma festa repleta de amor e luz! 

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