Vinde habitar em nosso coração
Assim nos falou o
Senhor – “Vendei vossos
bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não
se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Porque onde está o vosso
tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Lc 12,33-34)
Há um antigo
relato oriental que nos ajuda a compreender a alegoria do tesouro – “...quando os deuses criaram
o homem, puseram nele algo de sua divindade; mas o homem fez um mal uso dessa
divindade e os deuses decidiram tirá-la. Reuniram-se em grande assembleia para
ver onde podiam esconder esse tesouro que lhe haviam dado. Um disse: ‘vamos
colocá-lo no pico da montanha mais alta’. Um outro, porém, retrucou: ‘não, o
homem acabará escalando a montanha e encontrará o tesouro’. Um outro disse: ‘vamos
escondê-lo no fundo do oceano’. Mas, alguém respondeu: ‘Não, o homem poderá
descer às profundezas e descobrir o tesouro’. Por fim, um terceiro disse: ‘Já
sei onde vamos esconder esse tesouro: no mais profundo do coração do homem! Ali,
ele nunca o buscará’” (1).
A alegoria nos
ajuda a compreender as palavras do Senhor: onde se encontra nosso tesouro ali
estará nosso coração.
É sempre tempo
favorável para refletirmos:
- quais são os
tesouros pelos quais nos consumimos e corremos atrás?
- quais são os
tesouros que mais precisamos e pelos quais somos capazes de nos sacrificar?
Sejam nossos
tesouros a Igreja que somos, cuja Cabeça é o Cristo e nós o seu corpo.
Sejam nossa
família, pequena Igreja Doméstica, espaço de comunhão, amor, perdão, diálogo,
solidariedade;
Sejam a fé, dom
que Deus nos concedeu, irmanada com as virtudes da esperança e da caridade;
Bem como, sejam
também nossos compromissos pastorais dentro e fora da Comunidade que
participamos.
Roguemos a Deus
para que jamais nos percamos entre as “bijuterias” que o mundo nos
oferece insistentemente, e que jamais poderão nos preencher e nos conceder a
felicidade e vida plena, que tão somente o Senhor Jesus pode nos dar, e nós
temos o maior de todos os tesouros que habita em nós: – O Espírito Santo (1 Cor
6,19).
Nem montanha, nem
mar, Deus quis habitar no mais profundo de nós. Amém.
Oremos:
“Ó Deus, sois o amparo dos que em Vós
esperam e, sem Vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de
amor para conosco, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens que
passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”. (2)
(1) Pe. Adroaldo
Palaoro (SJ)
(2) Oração do dia - 17º Domingo do Tempo Comum
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