Famílias orantes resplandecem a luz divina
Famílias
orantes resplandecem a luz divina
A família, como Igreja Doméstica, precisa ter
momentos de oração para que mantenha sua solidez, comunhão e vida plena
(duradoura), e a luz divina resplandeça, iluminando os relacionamentos e a sua
história.
É sempre tempo de graça para solidificação e
santificação de nossas famílias; de redescobrir a sua importância, como espaço
de novos relacionamentos e amadurecimento, em valores sagrados que não podem
ser esquecidos ou relegados à indiferença.
Iluminador para nossas famílias em oração, o Hino
escrito pelo Diácono e Doutor da Igreja, Santo Efrém, o Sírio (séc. IV).
Proponho um exercício espiritual em família: cada qual
escolhe uma estrofe, e compartilha em diálogo orante, em enriquecimento mútuo.
“1.
Veio o Mestre de todos, em Seu amor pelos obstinados, e permaneceram em sua
obstinação. Embora Ele os tenha advertido, perseguiram sem inteligência ao
tesouro das inteligências.
2.
Maravilho-me de Tua misericórdia, que derramaste sobre os maus; de como
empobreceste Tua glória para enriquecer nossa pobreza; para que sejamos, com
nossos tesouros, companheiros dos anjos.
3.
Tão perfeito é em Sua bondade, que, além de ensinar, pagava um salário ao
aflito Adão, a quem curou. Curou-lhe, e assim Adão aprendia. Aquele que
aprendia recebeu o salário, o que aprendia quando era curado.
4.
Levou a humanidade à Sua perfeição com tudo o que teve que suportar. Quando era
ferido, ensinava; quando sofria, fazia promessas. Foi capturado como uma
ovelha, para assim confirmar Suas promessas.
5.
Aquele que julga os juízes foi interrogado e julgado, no lugar de quem havia
feito o mal. Na verdade, no lugar dos ímpios foi interrogado o Justo. Glória ao
que Lhe enviou!
6.
Quando o Bom, em Seu amor, entrou para ser julgado em lugar dos maus, este foi
o prodígio: que condenaram a Ele, em vez de a si mesmos. Eles, com Suas
próprias mãos, crucificaram-Lhe, em vez da sua maldade.
7.
Quando Se entregou a eles, para que vivessem por Sua morte, foi como o cordeiro
no Egito, que dava vida porque era símbolo de seu Senhor. Assim também Ele foi
morto, e, em Seu amor, redimiu aos que Lhe matavam.
8.
Como Adão se extraviou pecando no paraíso, na terra das delícias, o justo, em
seu lugar, foi arrastado ao tribunal, na terra dos suplícios.
9.
Vede! O Bom veio para levar os justos à perfeição, que foram portadores de seus
símbolos. É Ele, com sua plenitude, quem levou em seu corpo a perfeição para
seus irmãos como a membros seus.
10.
Assim como Adão em seu corpo matara aos viventes, assim, conforme Aquele
modelo, mediante o corpo d'Aquele que a tudo aperfeiçoa, os justos alcançaram a
perfeição, e os pecadores encontraram misericórdia.
11.
O Vitorioso desceu para ser vencido, mas não por Satã. A este o venceu e lhe
afogou. Foi vencido pelos que O crucificaram: Ele venceu com Sua justiça, e foi
vencido por Sua bondade.
12.
Venceu ao Forte, e foi vencido pelos fracos. Crucificaram-Lhe, porque Se deu a
Si mesmo, e foi vencido para assim vencer. Venceu em Suas tentações, e foi
vencido por Suas entranhas de amor.
13.
Venceu a Satã no deserto, quando veio a provocar-Lhe. Foi vencido por Satã na
terra dos homens, quando Lhe crucificou. Mas ao ser morto, o matava, para
vencer-lhe até em Sua própria derrota.
14.
A Sabedoria que a tudo aperfeiçoava, que brincava com os meninos, fazia
perguntas aos simples, e disputava com os escribas, deu a todos inteligência,
em todos semeou a verdade.
15.
A Sabedoria de Deus desceu para viver entre os néscios. Com Sua instrução,
oferecia sabedoria, com Sua explicação, iluminava. Em paga de Seus auxílios
esbofetearam-Lhe as faces.
16.
O Bom, em Sua bondade, desceu aos maus. Pagou Aquele que não tinha dívidas,
cobrou o que não tinha emprestado. Foram-Lhe ingratos nas duas coisas: pois Lhe
despojaram, e também Lhe pagaram.
17.
O Bom assumiu a carga e carregou a outros, ambas as coisas são um prodígio:
Enquanto Ele nos carregava com a verdade, carregou nossa iniquidade sobre Si
mesmo. Os necessitados carregaram com suas riquezas, e lhe carregaram com os
seus pecados.
18.
O Bom mostrou Seu carinho aos crucificadores em Seus filhos, que Ele havia
levado nos braços e abençoado. Um só foi o símbolo de todos eles: Quando
recebeu o beijo, morderam-No com a boca do ladrão.
19.
O erro daquele povo radica na esperança, e tem colocado seu olhar nos
sacrifícios. É uma impiedade que, depois daquele Cordeiro de Deus, ainda sigam
oferecendo sacrifícios”.
Urge que nossas famílias bebam das divinas fontes da Tradição da
Igreja, bem como se nutram da Palavra Divina e se fortaleçam dia a dia na participação
das Missas e celebrações, bem como das diversas atividades pastorais de nossas paróquias
e comunidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário