terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Reconheçamos nossos pecados

                                                    

Reconheçamos nossos pecados

“O pecado é fratura, divisão, dilaceramento.
Ele pode insinuar-se em nossa vida de fé
e separar a fé da vida”.

Na segunda terça-feira da Quaresma, ouvimos as seguintes passagens: Is 1, 10.16-20; Sl 49; Mt 23,1-12, em que somos convidados a refletir sobre nossa conduta, para que tenhamos uma prática religiosa mais sincera e autêntica, revendo nossas atitudes e, sobretudo, reconhecendo nossos pecados.

Mas o que é o pecado?
No comentário do Missal Quotidiano, assim lemos: “O pecado é fratura, divisão, dilaceramento. Ele pode insinuar-se em nossa vida de fé e separar a fé da vida”.

À luz das Leituras, podemos dizer que o pecado é quando dissociamos o que cremos e ensinamos do que vivemos: quando cresce a distância entre o Evangelho que anunciamos e as linhas da história que escrevemos, nos mais diversos âmbitos e níveis.

Pecado é a não realização da vontade divina, que encontramos em Sua Palavra, Leis e Mandamentos a serem vividos, expressos no Decálogo, ou nos dois maiores Mandamentos que o Senhor nos deu: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Deste modo, quando o pecado cria raízes em nosso coração, produz frutos que não nos permitem a realização dos desígnios divinos, e de modo especial, a vocação à santidade para a qual nos predestinou. Ao contrário, são produzidos frutos amargos, que roubam a alegria, o gosto e o sentido do existir, a beleza do viver.

Pecado, deste modo, é fratura, divisão e dilaceramento, porque nos fragiliza, cria animosidades, fomenta rivalidades, cega-nos diante de Deus e do outro e do mundo em que vivemos.

Pecados cometidos, sem penitência, conversão, confissão e novos compromissos com a promoção do bem comum, da vida dos empobrecidos (como nos fala o Profeta), é a perda da graça e do amor, que são derramados abundantemente em nosso coração pelo Espírito Santo.

A Quaresma é tempo de reconhecermos nossa condição finita, frágil e pecadora, e de pedirmos a Deus que nos ajude a nos libertarmos das amarras dos pecados.

Tão somente reconciliados com Deus e com os irmãos, não desperdiçaremos este Tempo favorável de nossa salvação, como nos exortou o Apóstolo Paulo em sua Carta: – “Em nome de Cristo, nós vos suplicamosdeixai-vos reconciliar com Deus... Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus” (2Cor 5,20-6,2).

Reconheçamos nossos pecados e os confessemos diante da misericórdia divina. Porém a confissão de pecados requer sempre novas atitudes, novas posturas, um novo começo, afinal, Deus pode fazer novas todas as coisas.

Coloquemo-nos, portanto, diante da misericórdia de Deus, que veio ao nosso encontro na Pessoa de Jesus, e com Sua Morte e Ressurreição, o Espírito nos foi enviado, para o perdão de nossos pecados.

Evidentemente que, amados e perdoados por Deus, novos compromissos com o Reino se renovam em nosso coração, e nos empenhamos por mundo mais justo, fraterno, dando verdadeiro conteúdo à nossa prática religiosa. 

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