terça-feira, 25 de março de 2025

Conversão

                                                          


Conversão

“No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no
casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e
aguardarmos a metamorfose, porque
ela acaba sempre por chegar”. (1)

Quaresma: tempo favorável de nossa salvação,
Com o imperativo necessário da conversão,
Não somente pessoal, mas em todos os níveis.

Tempo de Graça derramada sobre nós,
Quando nos sentimos envolvidos por Deus
E Sua indizível e infinita misericórdia.

Tempo de progredirmos no conhecimento
Do Senhor e Sua Palavra, que é em todo tempo
Viva e eficaz e alcança o mais profundo de nós.

Tempo de transformação de tudo,
Para que melhores para Deus sejamos,
Correspondendo ao Seu amor numa vida santa.

Tempo de sermos remodelados pelas mãos divinas,
Com mudança radical dos caminhos e rumos,
Em sincera “metanoia”: conversão da mente e coração.

Tempo de escrevermos uma nova página da história,
Com novas linhas e parágrafos diferentes,
Com conteúdo marcado pela beleza e luminosidade.

Tempo de emprestarmos à vida um novo colorido,
No meio da cidade, por vezes, triste,
Vista em seus muros e grades de proteção.

Tempo de redirecionarmos nossa nau,
Para não irmos aonde sopram os ventos
Da conveniência e mediocridade e covardia;

Permitindo que o Senhor tome a direção;
Que Ele reine em nossa vida
Santificando nossos pensamentos e sentimentos.

É tempo de crepitarmos a fé no coração,
Para que a esperança ilumine nosso olhar
E a caridade marque cada pequenina ação.

Tempo de sermos conduzidos pelo Espírito;
Por Ele repletos, vivendo na planície
O Sermão da Montanha: as Bem-Aventuranças.

Tempo de sacrifícios que revertam em vida
Em favor de nosso irmão sedento e faminto
De vida, de paz, de amor e de fraternidade.

Tempo de suportarmos a crisálida necessária,
Para que, chegando ao termo,
Possamos realizar o que Deus para nós preparou.

É tempo de mudança, de transformação, de conversão.
É tempo de graça, de reconciliação, de salvação.
Continuemos a travessia do deserto... 


(1) August Strindberg, Dramaturgo sueco – (1849-1912).

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