"Maria,
discípula missionária do Senhor"
Maria é a discípula mais perfeita do Senhor, porque
é a máxima realização da existência cristã, em plena relação de amor com a
Santíssima Trindade.
Maria nos ensina, portanto, a viver como “filhos
no Filho”, pela sua fé e obediência à vontade de Deus, e por sua constante
meditação da Palavra e das ações de Jesus, na abertura ao sopro do Espírito
Santo.
Maria é a interlocutora do Pai, em Seu projeto de
enviar Seu Verbo para a salvação da humanidade, e com sua fé chega a ser o
primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz
colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos.
Maria é a figura de mulher livre e forte, que emerge do
Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo,
porque viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo,
procurando sintonia plena com o Projeto do Pai.
Maria é a Virgem de Nazaré com uma missão única na
história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu Filho até Seu
sacrifício definitivo, acompanhando passo a passo, com a espada transpassando
sua alma.
Maria é aquela a quem do alto da Cruz, Jesus Cristo
confiou a Seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de
Maria, que brota diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento
em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27).
Maria alcançou, ao permanecer corajosamente aos pés
da Cruz de Seu Filho, em comunhão profunda, entrar plenamente no Mistério da
Aliança, e com ela, unida à plenitude dos tempos, chega-se
ao cumprimento a esperança dos pobres e o desejo de salvação.
Maria, perseverando junto aos Apóstolos, à espera
do Espírito, cooperou com o nascimento da Igreja missionária,
imprimindo-lhe um selo mariano, que a identifica profundamente.
Maria, como mãe de tantos, fortalece os vínculos
fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os
discípulos de Jesus Cristo a viverem como família, a família de Deus.
Maria nos favorece o encontro com o Cristo, com o
Pai e com o Espírito Santo, e, da mesma forma, com os irmãos. E assim, como na
família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que
confere “alma” e ternura à convivência familiar.
Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da
humanidade, é artífice de comunhão, e um dos eventos fundamentais da Igreja, é
quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e Sua
Igreja, como experimentamos nos santuários marianos.
Maria é Virgem e Mãe, assim como a Igreja também é
mãe, de modo que esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma
Igreja meramente funcional ou burocrática.
Maria é a grande missionária, continuadora da
missão de seu Filho e formadora de missionários, pois da mesma forma como deu à
luz o Salvador do mundo, trouxe o Evangelho à nossa América.
Maria, no acontecimento em Guadalupe, presidiu,
junto com o humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito,
e a partir desse momento, são incontáveis as comunidades que encontraram nela a
inspiração mais próxima, para aprenderem como ser discípulos e missionários de
Jesus.
Maria tem feito parte do caminhar de cada um de
nossos povos, entrando profundamente no tecido de sua história e acolhendo as
ações mais nobres e significativas de sua gente, o que nos cumula de alegria.
Maria, com seus diversos títulos e santuários
espalhados por todo o Continente, é sinal de sua proximidade com pessoas e suas
realidades, e, ao mesmo tempo, lugar da manifestação da fé e confiança que os
devotos sentem por ela.
Maria brilha diante de nossos olhos como imagem
acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo, a seguidora mais radical de
Cristo, de Seu magistério discipular e missionário.
Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha, é
para nós escola de fé, destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho
que conduz ao encontro com o Criador do céu e da terra.
Maria, em sua escola permaneçamos, inspirados em
seus ensinamentos, acolhendo e guardando dentro do coração as luzes que, por
mandato divino, nos envia do alto.
Maria, que “conservava todas estas
recordações e as meditava no coração”,nos ensina o primado da escuta da
Palavra na vida do discípulo missionário.
Maria fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra
de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus e, além
disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os
pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus.
Maria está intimamente penetrada pela Palavra de
Deus, e por isto se tornou Mãe da Palavra encarnada, e essa familiaridade com o
Mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo
cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a
experimentar a profundidade de Seu amor.”
Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção,
de serviço, de entrega, solidariedade, gratuidade e fraternidade, que devem
marcar a vida dos discípulos de seu amado Filho.
Maria nos ensina qual pedagogia para que todos na
comunidade cristã,“sintam-se como em casa”, com atenção e acolhida
do outro, especialmente se o outro é pobre ou necessitado.
Maria, presente em nossas comunidades, enriquece
sempre a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, para que ela
seja “casa e escola da comunhão”, um espaço
espiritual que prepara para a missão.
Ave Maria cheia de graça...
Livre adaptação dos parágrafos 266-272 da V Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano e do Caribe - Aparecida.
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