Síntese da
mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco para o
Dia Mundial
das Missões - 2021
A
mensagem tem como motivação bíblica a passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos – “Não podemos deixar de
afirmar o que vimos e ouvimos” (At 4, 20), tendo como contexto
uma situação de pandemia que “...evidenciou
e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que já tantos
padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças e as fragmentações e
polarizações que nos dilaceram silenciosamente. Os mais frágeis e vulneráveis
sentiram ainda mais a sua vulnerabilidade e fragilidade. Experimentamos o
desânimo, a decepção, o cansaço; e até a amargura conformista, que tira a
esperança, se apoderou do nosso olhar”.
A situação da
pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as
injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças
e as fragmentações e polarizações que nos dilaceram silenciosamente.
A experiência dos apóstolos do encontro com o Messias tornou-se fundamental para o ardor na missão: - “O amor está sempre em movimento e põe-nos em movimento, para partilhar o anúncio mais belo e promissor: «Encontramos o Messias» (Jo 1, 41).
O Papa dirige um
convite a cada um de nós: cuidar e dar a conhecer aquilo que tem no coração,
pois esta missão é, e sempre foi, a identidade da Igreja: «ela existe para
evangelizar» (São Paulo VI, Exort.
ap. Evangelii nuntiandi, 14).
É preciso viver a
missão num contexto marcado pelas alegrias, sofrimentos, anseios e angústia,
com a necessidade de redenção, em atenção à Palavra de Jesus Cristo - “«Ide às saídas dos
caminhos e convidai todos quantos encontrardes» (cf.
Mt 22, 9), vivendo um amor de compaixão em que ninguém se sinta estranho ou
afastado.
Assim como os apóstolos
e os primeiros cristãos, também nós «não podemos deixar de afirmar o que vimos
e ouvimos» (At 4, 20) – “Como
os apóstolos que viram, ouviram e tocaram a Salvação de Jesus (cf. 1 Jo 1,
1-4), também nós, hoje, podemos tocar a carne sofredora e gloriosa de Cristo na
história de cada dia e encontrar coragem para partilhar com todos um destino de
esperança, esse traço indubitável que provém de saber que estamos acompanhados
pelo Senhor. Como cristãos, não podemos
reservar o Senhor para nós mesmos...”
Vivemos tempos
novos, que suscitam uma fé capaz de estimular iniciativas e plasmar comunidades
a partir de homens e mulheres, que aprendem a se ocupar da fragilidade própria
e dos outros.
O ardor
missionário dos discípulos consiste num colocar-se “em estado de missão”,
como reflexo da gratidão, fazendo florir o milagre da gratuidade, do dom de si
mesmo.
Urge que
aprendamos com os primeiros discípulos que transformaram cada incômodo,
contrariedade e dificuldade em oportunidade para a missão – “Possuímos o testemunho
vivo de tudo isto nos Atos dos Apóstolos, livro que os discípulos missionários
sempre têm à mão. É o livro que mostra como o perfume do Evangelho se difundiu
à passagem deles, suscitando aquela alegria que só o Espírito nos pode dar. O
livro dos Atos dos Apóstolos ensina-nos a viver as provações unindo-nos a
Cristo, para maturar a «convicção de que Deus pode atuar em qualquer
circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos», e a certeza de que «a
pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor, seguramente será fecunda (cf.
Jo 15, 5)» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 279).
Somos chamados,
cientes que “não
nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor, e nos consideramos Vossos
servos por amor de Jesus” (2 Cor 4, 5).
O contexto que
vivemos tem a urgente necessidade de missionários de esperança que, ungidos
pelo Senhor, sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva
sozinho.
O Papa nos
convida a recordar com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos
ajuda a renovar o nosso compromisso batismal de sermos apóstolos generosos e
jubilosos do Evangelho.
Lembrar especialmente
aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o
Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e
cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção.
Supliquemos ao
Senhor que mande trabalhadores para a Sua messe (Lc 10, 2), cientes de que a
vocação para a missão não é algo do passado nem uma recordação romântica de
outrora.
O Papa fala da
necessidade de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma
verdadeira história de amor, que os faça sair para as periferias do mundo e
tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão, cada qual a seu modo, nas periferias
que estão perto de nós, no centro duma cidade ou na própria família, com a abertura
universal do amor que não é geográfico, mas existencial.
Conclui nos convidando a viver a missão como o “...aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários”, contando com Maria, a primeira discípula missionária, a fim de que faça crescer em todos os batizados o desejo de ser sal e luz nas nossas terras (cf. Mt 5, 13-14).
Se desejar, leia a mensagem na integra:
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