Há sempre a necessidade de bons pastores que amem a Jesus Cristo, o “Pastor dos pastores” com “cheiro das ovelhas”, como expressou recentemente o Papa Francisco.
Enriquecedora para nós é a reflexão de Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá - PA, a partir da “Regra Pastoral do Papa São Gregório” (séc. VI).
Apresenta-nos os requisitos para um pastor de almas, e também sobre a existência e a importância do pastor para a vida do mesmo rebanho a ele confiado.
Ofereço alguns aspectos desta reflexão, que muito nos ajuda, quer como pastor do rebanho ou como membro deste:
1 – O pastor tem a arte de cuidar das almas a ele confiadas, sendo o governo das almas a arte das artes, não possibilitando ao pastor a displicência ou a improvisação como expressão da falta do zelo pelo rebanho.
2 – O pastoreio não pode ser cumprido como expressão de honra humana. O pastoreio deve ser exercido com humildade e ardor, sem o que o incapacita para a acolhida e exercício da missão como serviço.
3 – O pastor deve se ocupar com as almas, com as pessoas em sua totalidade, sem se desviar do fundamental, zelando pelo bem do rebanho conduzindo-o à glória de Deus.
4 – O pastor deve tomar cuidado para não incorrer num ativismo estéril e, consequentemente, no descuido do rebanho.
5 – O pastor tem o poder a ele confiado não para transformá-lo em exaltação própria, mas expressar este poder em atitudes de serviço, como discípulo de Jesus, o Servo por excelência.
6 – O pastor precisa ter um amor preferencial para com Jesus: amar mais a Jesus que a si mesmo, para que assim se doe alegremente pelo rebanho. Somente o amor verdadeiro do pastor para com Jesus Cristo levará o rebanho ao mesmo amor.
7 – O pastor deve, pelo seu comportamento, ser exemplo para o rebanho, de forma integral, num constante empenho pessoal.
8 – O pastor tem para com o rebanho o sentimento de compaixão, não deixando de lado a contemplação. Conciliando a compaixão e a contemplação, cuidará melhor do rebanho em todos os aspectos. Aproximando-se das fraquezas dos outros, não deixará de lado as aspirações celestiais, as coisas do alto, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo.
9 – O pastor é, portanto, o homem da caridade, elevando às alturas seu rebanho, no exercício da misericórdia para com os que sofrem.
10 – O pastor é um humilde aliado aos que fazem o bem, no zelo de justiça, mas inflexível contra os vícios dos pecadores.
11 – O pastor, por palavras e ações, testemunha os valores da verdade, da justiça e do amor.
12 – O pastor é vigilante na espera do Senhor que vem (Lc 21,34-35), fervoroso no cuidado dos interesses espirituais dos seus fiéis (interiores e exteriores).
13 – O pastor sabe com o que se ocupar (2 Cor 6): as coisas verdadeiras e santas, e não com atividades que impeçam a vivência da vocação e a santidade de vida.
Mas o fundamental, ressalte-se, é que o pastor tenha um grande amor por Jesus, ao Reino por Ele inaugurado, e, como zelosa sentinela, o cuidado do Rebanho..
Oportunas as palavras conclusivas de Dom Vital:
“O mundo necessita de pastores atentos aos sinais de Deus que se revelam nas pessoas, nos acontecimentos eclesiais e sociais. O pastoreio deve ser guardado por pastores que O amam, O anunciam para os outros e dão a vida como Jesus Cristo fez por toda a humanidade.”
E, para a continuidade da reflexão, proponho a retomada de três textos bíblicos: Ez 34; Jo 21, 1-19; 1 Pd 5, 1-11.
Elevemos Orações:
- pelos que já combateram o bom combate da fé, como pastores do rebanho, e que hoje se encontram na glória de Deus.
- pelos que já combateram o bom combate da fé, como pastores do rebanho, e que hoje se encontram na glória de Deus.
- por aqueles que, apesar das fragilidades, se empenham em viver santos propósitos.
- por aqueles que estão a caminho, que um dia serão ordenados e colocados à frente do rebanho.
Pai Nosso que estais nos céus...
Nenhum comentário:
Postar um comentário