quinta-feira, 1 de agosto de 2024

O Presbítero e a vocação à perfeição (2)

O Padre e a vocação à perfeição

Obrigado, Senhor, porque pelo Sacramento da Ordem, tornei-me  Presbítero e fui configurado com Cristo Sacerdote, na qualidade de ministro da Cabeça, para construir e edificar todo o Seu Corpo, que é a Igreja, como cooperador da Ordem Episcopal.

Bem sei que muito antes, pela consagração do Batismo, recebi, como todo cristão, o sinal e o dom de tão grande vocação e graça para que, apesar da fraqueza humana, procurasse a perfeição, segundo a Palavra do Senhor: “Sede perfeitos como o Vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Senhor, fortalecei-me nesta graça a que todo sacerdote está obrigado:  atingir tal perfeição, uma vez que, consagrados a Deus de modo novo pela recepção do Sacramento da Ordem, transformar-se em instrumentos vivos de Cristo, Eterno Sacerdote, para continuarem,  através dos tempos, Sua obra admirável, que reuniu com suma eficiência toda a família humana.

Embora não mereça, como sacerdote, sou chamado a fazer às vezes da própria Pessoa de Cristo, enriquecido por uma graça especial, para que, no serviço ao Povo de Deus a mim confiado, possa alcançar melhor a perfeição d’Aquele a quem represento, e por isto tenha eu a fraqueza carnal, própria da condição humana,  curada pela santidade d’Aquele que por nós Se fez Pontífice Santo, inocente, sem mancha, separado dos pecadores (Hb 7,26).

Que tenha eu os mesmos sentimentos Vossos, Senhor Jesus Cristo (Fl 2,5), a quem o Pai santificou, consagrou e enviou ao mundo, Se entregou por nós, para nos resgatar de toda a maldade e purificar para Si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem (Tt 2,1), e assim, pela Paixão, entrou na Sua glória.

Senhor, ao ser consagrado pela unção do Espírito Santo e enviado por Cristo, que eu saiba mortificar em mim mesmo as obras da carne, e dedicando-me totalmente ao serviço do Povo de Deus,  progredindo no caminho de santidade, enriquecido em Cristo, até atingir a estatura do homem perfeito.

Deste modo, Senhor, exercendo o ministério do Espírito e da justiça, dócil ao Espírito de Cristo, que me vivifica e me dirige, solidifique a cada dia minha vida espiritual.

Que pelas próprias ações sagradas de cada dia, como também por todo o ministério, com ardor e paixão vivido, exercido em comunhão com o bispo e com os outros presbíteros, tenha como meta a perfeição da vida.

Senhor, que jamais me esqueça que a santidade dos presbíteros, por sua vez, contribui muitíssimo para o desempenho frutuoso do próprio ministério; pois, embora a graça divina possa realizar a obra da Salvação também por meio de ministros indignos, contudo preferis, manifestar as Suas maravilhas através daqueles que, dóceis ao impulso e direção do Espírito Santo, pela sua íntima união com Cristo e santidade de vida, possam dizer como e com o Apóstolo Paulo: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim “(Gl 2,20).
Amém.



PS: Inspirado no “Decreto Presbyterorum Ordinis” - sobre o ministério e a vida dos presbíteros, do Concílio Vaticano II - (N.12).

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