“Viste o Amor, viste a Trindade”
Celebrar a Eucaristia é sempre uma graça divina que nos é oferecida. Nesta Oração Maior, como em toda Oração, não podemos reduzir Deus aos nossos limites, mas devemos dilatar nosso coração para os horizontes de Deus. Este é o convite da Festa que celebramos.
Um Deus em três Pessoas é a mais plena e perfeita sintonia que se possa desejar e pensar, e que Se revela a nós como Mistério profundo de amor, comunhão, alegria, doação, entrega, solidariedade, comunicação, partilha...
Deus é misericórdia ilimitada, com dimensões infinitamente desproporcionais em relação ao nosso amor para com Ele; lento na cólera, rico em bondade e ternura, compassivo e clemente, fiel. Somente assim podemos conceber a imagem de Deus como a Sagrada Escritura nos revela.
Está sempre pronto a nos perdoar e conosco viver uma Nova e Eterna Aliança de Amor, primeiramente firmada com Moisés no Monte Sinai.
Está sempre pronto a nos perdoar e conosco viver uma Nova e Eterna Aliança de Amor, primeiramente firmada com Moisés no Monte Sinai.
Ele está sempre nos convidando a subir a montanha para que a nós Se revele, mas só se torna possível quando nos colocamos em atitude de diálogo, comunhão e intimidade. Um encontro que de tão belo, leva-nos ao desejo de eternizá-lo, mas temos que descer a montanha, para esta amizade e encontro ao mundo anunciar e testemunhar.
Celebrar a Festa da Santíssima Trindade não é tanto para que desenvolvamos uma Doutrina sobre ela, é antes de tudo um convite a celebrarmos o Mistério central da fé cristã, um momento de rever e aprofundar nossa origem e destino, revigorar a alegria de termos sido criados à imagem e semelhança divina e convidados, desde o princípio fomos, a viver intensamente esta comunhão.
Com a Celebração temos a graça de aprofundar a missão de sermos reflexos d'Ela, vivendo sinais de comunhão, partilha e esperança, sobretudo se considerarmos que vivemos num mundo dilacerado pela discórdia, com a boa nova envelhecida do individualismo e egoísmo, fazendo morrer todo o sentido de fraternidade, fazendo definhar toda e qualquer forma de esperança.
É escrever e inserir numa fantástica e incrível história de amor, de dom total, uma belíssima e agradável aventura de amor.
Na relação Trinitária contemplamos a incomensurabilidade do Amor de Deus para conosco. É na Cruz a expressão suprema do Amor de Deus. A morte do Filho na Cruz consiste no último ato de uma vida vivida no amor, na doação e na entrega.
Bem afirmou o Bispo Santo Agostinho: “na Cruz se revela o encontro dos três amores: Deus Pai, o eterno Amante; Deus Filho, o eterno Amado; Deus Espírito, o eterno Amor”.
Deus nunca age sozinho. Em linguagem moderna e humana, acompanhada da pobreza de esgotar todo Mistério poderíamos dizer que Deus nunca age sozinho – “trabalha em equipe”.
O Missal Dominical assim nos enriquece: “Deus é a profundeza última de nossa vida, a fonte do nosso ser, a meta de todos os nossos esforços...
O Missal Dominical assim nos enriquece: “Deus é a profundeza última de nossa vida, a fonte do nosso ser, a meta de todos os nossos esforços...
A comunidade Trinitária é verdadeiramente o valor último e supremo, o único e verdadeiro fim último do homem. Uma vez que Deus, e somente Deus, é a plenitude de toda perfeição.
A Comunidade Trinitária é verdadeiramente Mistério... O Mistério de Deus não é um mistério de solidão, mas de convivência, criatividade, conhecimento, amor, de dar e receber, e por isso somos o que somos...
Quem quer viver com Deus não se encontra diante de uma conclusão, mas sempre diante de um início, novo como cada dia. Todo aprofundamento da ideia de Deus implica num novo nascimento.
Reflitamos:
- Ao Deus que nos propõe uma Aliança de Amor, qual é a nossa resposta?- Como estamos escrevendo a cada dia uma página nesta história de amor?
- Como somos e vivemos como família de Deus, com a divina missão de sermos reflexo da Trindade Santa?
- Como nossas famílias vivem o Amor Trinitário?
- Como superarmos as discórdias movidos e inspirados pela Comunhão Trinitária?
- Deus é comunidade de amor e vida. E nós também o somos?
Concluímos com as palavras de Santo Agostinho: “Deus é um Mistério tão inexaurível que quando encontrado ainda falta tudo para encontrá-Lo”, e disse ainda: “Viste o Amor, viste a Trindade”.
E façamos o mesmo em relação às palavras de Santa Catarina de Sena que nos tocam a alma: “Vós, Trindade eterna, sois mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais descubro, mais vos procuro”.
Que digamos juntos:
Ó Trindade Santa, sois nosso berço,
nosso ninho e nosso destino.
Contemplo-Vos e adoro-Vos, assim vivo o Amor. Amém.
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