A Liturgia do 13.º Domingo do Tempo Comum (ano C) nos convida a refletir sobre “o chamamento divino e a resposta humana”, com Jesus colocando-Se a caminho de Jerusalém, e com Ele muito aprender, por amor a vida entregar e morrer, para com Ele também, um dia, se merecedores, ressuscitar, a glória de Deus contemplar.
A vocação é, verdadeiramente, Dom Divino, que pressupõe uma resposta humana. A vocação é Dom, iniciativa divina, graça por Deus concedida. A resposta humana deve ser dada na liberdade da pessoa.
Assim é a história das vocações bíblicas, e o que vemos ao longo de toda a História.
Deus que nos criou sem nossa participação, não quer nos salvar sem nossa colaboração.
Deus é o chamamento, nós somos a resposta sem fundamentalismos, fanatismos, superficialismos… Deus chama e nós respondemos!
Identificados com Jesus, O seguiremos na liberdade, pois foi para a liberdade que Ele nos libertou (Gl 5,1), de modo que a liberdade é fruto do Espírito de Deus oferecido a cada pessoa.
A verdadeira liberdade é viver no amor. Quanto mais amarmos mais livres seremos. A ausência do amor remete-nos ao passado da escravidão, da vida centrada em si mesmo, marcada pela falsa liberdade que se confunde com libertinagem, que se manifesta no egoísmo, no isolamento, no orgulho, na autossuficiência, no individualismo, no egocentrismo…
Somente se é livre quando se ama…
A vocação do Profeta Eliseu, na passagem da primeira leitura (1 Reis 19,16.19-21), é sinal de que o Profeta não cai do céu, não é alguém inútil, ou perdido no ócio. Não! É alguém ocupado com o seu cotidiano e chamado a dar um salto, um passo para a novidade que Deus instaura no coração daquele que Ele ama, chama e acompanha.
Assim como fizera com Elias, agora faz com Eliseu e assim fará conosco.
Na resposta do chamado de Deus, em todo tempo, exige-se a paciência e confiança em Sua Misericórdia, renúncias, radicalidade da entrega, despojamento, disponibilidade, generosidade, entusiasmo, perseverança, constância, confiança, alegria, liberdade, amor, etc.
Urge que cortemos toda e qualquer amarra que nos impeça de fazer da nossa vida doação total, entrega incondicional, expressa no amor que ama até o fim, até as últimas consequências, assim como fez Jesus que por amor Se entregou em favor de todos nós – “Tendo nos amado, amou-nos até o fim” (Jo 13, 1).
Nossas comunidades, hoje, são levadas a refletir se, de fato, são comunidades voltadas para o amor, se servem ao Reino na liberdade, com amor e alegria.
A Deus se ama e se serve sem hesitações e restrições. Urge que ponhamo-nos a caminho no bom combate da fé, como nos exorta Paulo em sua Carta a Timóteo (2 tM 4,7-8).
Colocar-se a caminho com Jesus, a serviço do Reino, eis o convite da Liturgia; sem saudades nostálgicas que fixam âncoras no passado, mas com âncoras de esperança e olhar para o futuro acreditando que um novo mundo é possível.
Se olharmos para o passado que seja para avaliar e no presente acertar, e assim o futuro possa alegria maior despertar!
Ao convite amoroso de Deus só nos resta responder na liberdade, com amor, em alegre e profunda adesão, a serviço do Reino nos colocando…
Deus nos chama no tempo presente, como alguém assim tentou expressar em palavras, tão belo e indizível Amor Divino:
“É agora que Te amo, é agora que quero encontrar-Te,
estar contigo”.
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