As palavras do Papa Bento XVI, no discurso inaugural da Conferência de
Aparecida (2007), ecoam no coração de todo Presbítero e do Povo de Deus:
“O discípulo,
fundamentado na rocha da Palavra de Deus, sente-se impulsionado a levar a Boa
Nova da Salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de
uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar
de anunciar ao mundo que só Ele Salva (At 4,12). Com o efeito, o discípulo sabe
que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro”.
Sem paixão não há
discipulado, apostolado, missão, evangelização… Enamorar-se por Cristo é
assumir um compromisso irrenunciável com a Boa Nova do Reino por Ele
inaugurado.
Assim como a morte
de Cristo foi um ato extremo de Amor, Seus fiéis seguidores trilharam o mesmo
caminho.
Enamorados por
Cristo, Sacerdote e comunidade, devem cultivar profunda amizade pessoal com
Ele, compartilhando os Seus sofrimentos (Fl 2,1-11).
Em todo o tempo
somos exortados a reler as página da história da nossa Igreja, o testemunho
daqueles que professaram a fé em Cristo.
Trazemos à memória
a maravilhosa declaração de amor do Apóstolo Pedro ao próprio Senhor: “Simão,
filho de Jonas, tu me amas mais do que estes?” - “Senhor, tu sabes tudo; tu
sabes que Te amo”. Somente após a confirmação do amor é que o Senhor
lhe confiou o cuidado do rebanho – “Apascenta minhas ovelhas” (Jo
21,4-23).
O Apóstolo Paulo
nos dá inúmeras provas de amor por Cristo. Uma das mais expressivas encontramos
em Gálatas –“Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha
vida presente na carne , vivo-a pela fé no Filho de Deus que me amou e Se
entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2,20). Para o Apóstolo viver é Cristo
e o morrer é lucro (Fl 1,21).
Mais adiante
declara: “Mas o que era para mim lucro, tive-o como perda, por amor de
Cristo. Mais ainda: tudo considero perda, pela excelência do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor. Por Ele, perdi tudo e tudo tenho como esterco, para
ganhar a Cristo e ser achado n’Ele…” (Fl 3,7-16).
Quando da Solenidade
de São Pedro e São Paulo, em um dos seus Sermões, assim nos falou Santo
Agostinho (séc. V):
“O martírio dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo consagrou para nós este dia (…) Estes mártires
viram o que pregaram, seguiram a justiça, proclamaram a verdade, morreram pela
verdade (…)
Num só dia
celebramos o martírio dos dois apóstolos. Na realidade, os dois eram como um
só. Embora tinham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo
testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu.
Celebramos o dia
festivo consagrado para nós pelo sangue dos apóstolos (...)
Amemos a fé, a
vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois
Apóstolos”.
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