Conversão e fidelidade ao Bom Pastor
Reflitamos à luz da passagem dos Atos dos Apóstolos (At 2, 14a.36-41), que nos apresenta um discurso catequético sobre a atitude correta para que se acolha a proposta de Salvação que Deus nos faz, por meio de Jesus Cristo.
Professar a fé em Cristo, o Bom Pastor, requer conversão, para que se viva o Batismo como vida nova: adesão, seguimento, acolhida do Espírito Santo para deixar recriar, vivificar e se transformar por esta presença divina em nós.
A conversão (metanoia) é consequência de ter sentido “pontadas no coração”, a aflição e o remorso por ter feito algo contrário à justiça.
A “metanoia” implica na atitude que conduz ao arrependimento. É o primeiro passo para a mudança de vida:
“É a atitude de quem reconhece a verdade das acusações que lhe são imputadas, de quem admite os seus erros e limitações e de quem está verdadeiramente disposto a reequacionar a vida, a corrigir os esquemas errados que têm orientado, até aí, a sua existência [...]
Significa a mudança radical da mente, dos comportamentos, dos valores, de forma a que o coração do crente se volte de novo para Deus [...]
É a renúncia ao egoísmo e a autossuficiência, e o aceitar a proposta de Salvação que Deus faz através de Jesus. Implica o acolher Jesus como o Salvador e segui-Lo, no caminho do amor, da entrega, do dom da vida.” (1)
Por isto, dirigem a pergunta a Pedro e aos outros Apóstolos: “O que havemos de fazer, irmãos?” (At 2,37).
Ao que Pedro responde – “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2, 38).
Receber o Batismo implica no desejo de conversão, desejo de receber o Espírito Santo: optando por Cristo, acolhendo-O no coração, de modo que a vida daquele que crê ganha um dinamismo divino, e a cada instante é recriado, vivificado e transformado.
Deus, que deseja nossa mudança, acredita no bom propósito de nossa conversão. É preciso tomar consciência dos caminhos errados que possam ter sido trilhados, da ausência de sentido em certas opções que se tenha feito...
A “metanoia” nos pede atitude corajosa, porque é mais fácil viver comodamente instalados, na autossuficiência, do que com humildade reconhecer os erros, “dar o braço a torcer”.
Ela exige a eliminação dos preconceitos mais diversos, de esquemas mentais; admissão das falhas, limites e incoerências que marcam a condição humana. E trata-se de um processo ininterrupto.
Continuemos nosso caminho de conversão para maior fidelidade a Jesus Cristo, o Bom Pastor, como ovelhas do Seu rebanho que somos.
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