“Vimos o Senhor!”
Contemplamos a experiência de quem
crê e vê a presença do Ressuscitado
agindo ao longo da História.
Celebramos o Tempo Pascal e o transbordamento da alegria que nos vem da vitória do Ressuscitado, que padeceu o suplício da Paixão, viveu o ápice da agonia da alma e do corpo (no Getsêmani e no carregar da Cruz, uma página cruenta por nós conhecida de flagelo, agonia e dor), culminando com Sua morte no calvário.
Com a Ressurreição de Jesus, a confirmação de que o Amor de Deus tem sempre a última palavra: a vida venceu a morte! O Amor por Ele vivido desatou todas as amarras do ódio, da maldade.
Sua ternura e bondade se sobrepuseram a todos os sinais de morte. Não é em vão, e não morre para sempre quem faz de sua vida total entrega, amor e doação.
Os discípulos, após o acontecimento da morte de Jesus, estavam de portas fechadas por medo dos judeus. Mas a presença do Ressuscitado, entrando mesmo com portas fechadas, colocando-Se no centro da comunidade, comunica o “Shalom”, a paz, sopra sobre eles o Espírito Santo e os envia em missão para serem instrumentos do amor e do perdão, para gerar um mundo novo, uma vida nova que somente o Ressuscitado pode oferecer (Jo 20, 19-31).
E, é neste contexto de Alegria Pascal que contemplamos a experiência de quem crê e vê a presença do Ressuscitado agindo ao longo da História, dentro e fora da Igreja, pois o Espírito de Deus é como o vento e sopra onde quer. Como os Apóstolos, dizemos: “Vimos o Senhor” (Jo 20,25)
Vimos a ação do Ressuscitado na piedosa, ativa e frutuosa celebração da Semana Santa, e os primeiros passos do início do Itinerário Pascal que culminará na Festa de Pentecostes.
Mas é preciso continuar a ver o Ressuscitado que se revela a cada de um de nós, desde que nos proponhamos a fazer a árdua travessia até a margem da eternidade, multiplicando sagrados compromissos sociopolíticos, ecológicos, humanos, filantrópicos, sempre defendendo a dignidade e a beleza da vida.
Haveremos de ver e reconhecer o Ressuscitado em cada Eucaristia celebrada, no Pão partilhado que nos impele para a missão, como discípulos missionários para que o Reino de Deus aconteça, e as relações entre nós sejam mais humanas, justas, solidárias e fraternas.
Veremos a ação e dinamismo da vida nova do Ressuscitado meditando e vivendo a “Alegria do Evangelho”, anunciando a Boa Nova do Reino na realidade atual, sem nos curvarmos diante de eventuais dificuldades e provações, com renovados compromissos batismais a serem vividos.
Que repitamos as palavras dos Apóstolos com mais coragem, alegria, confiança e esperança, em convicto e frutuoso anúncio e testemunho, com marcas de diálogo com o outro, no respeito às diferenças, dando à existência matizes pascais de amor e serviço, pois nisto consistiu a vida d’Aquele que não conseguiram calar a voz, Jesus. Sua Palavra e voz continuam fazendo arder nosso coração e Sua presença é reconhecida em cada gesto de amor e partilha.
“Vimos o Senhor” na exata medida em que Ele disse a Tomé: “Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!” (Jo 20,28).
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