Os primeiros capítulos do Livro do Gênesis nos apresentam o relato da criação do mundo e as suas maravilhas e o descanso sabático após a criação (Gn 1,1-19; 1,20-2,4a; 2, 4b-9.15-17).
Quanto à criação do homem e mulher à imagem e semelhança de Deus, são postos no Paraíso como "jardineiros do Criador" para crescer e multiplicar e dominar toda a obra da criação; tudo foi submetido aos cuidados do ser humano.
Tendo Deus colocado o ser humano no centro da criação, confere a estes a corresponsabilidade no cuidado desta criação ("co-criadores"), assim como a responsabilidade de agir livremente.
Evidentemente que esta liberdade (livre-arbítrio) para agir deve ser feita com sabedoria, discernimento, porque agindo inadequadamente as consequências são inevitáveis, como catástrofes da natureza, que jamais podem ser concebidas como castigos divinos, mas resultado da ação e intervenção humana que se fecha ao que Deus nos diz.
Tem plena razão o Pe. José Carlos Pereira quando, aludindo à advertência feita aos nossos primeiros pais: "Não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que fizeres isso, sem dúvida morrerás", afirma:
Tem plena razão o Pe. José Carlos Pereira quando, aludindo à advertência feita aos nossos primeiros pais: "Não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que fizeres isso, sem dúvida morrerás", afirma:
"Pelo que vemos, hoje, nas respostas da natureza, o ser humano continua a comer dessa árvore proibida, a árvore das tentações, que aguça a ganância, o lucro desmedido, o desrespeito à vida em todas as suas formas.
Vemos, portanto, a natureza reagindo a estas provocações. Uma destas reações é o aquecimento global que resulta em ciclones, tempestades tropicais, enchentes, deslizamentos de morros e encostas, secas prolongadas e tantas outras situações tidas como 'naturais', mas que são resultados de um longo
processo de descaso com a obra da criação.
processo de descaso com a obra da criação.
Descaso que se revela nos desmatamentos de reservas naturais, de matas ciliares, no uso indevido de agrotóxicos, poluição de todos os tipos, uso indevido dos recursos naturais etc." (1)
Um fato que tem nos inquietado nos últimos dias, mas que remete a um longo processo de décadas, é a questão da crise hídrica, assim como a necessidade de colocar na pauta do dia a questão da sustentabilidade, pois nosso planeta encontra-se em agonia, num processo avassalador de destruição.
Um fato que tem nos inquietado nos últimos dias, mas que remete a um longo processo de décadas, é a questão da crise hídrica, assim como a necessidade de colocar na pauta do dia a questão da sustentabilidade, pois nosso planeta encontra-se em agonia, num processo avassalador de destruição.
Como jardineiros do Criador, precisamos rever nossa relação com a obra da criação. Postos no centro da criação para dominar e não para destruir o mundo que nos foi posto nas mãos.
Dominação seja sinônimo de cuidado de nossa casa comum, a Terra. Dominação seja entendido como a necessária conversão na utilização dos bens da criação e dos espaços e de tudo que esteja ao nosso alcance.
Dominação sobre a obra da criação requer que voltemos aos 4 Rs: repensar, reduzir, reaproveitar, reciclar.
Dominação seja sinônimo de cuidado de nossa casa comum, a Terra. Dominação seja entendido como a necessária conversão na utilização dos bens da criação e dos espaços e de tudo que esteja ao nosso alcance.
Dominação sobre a obra da criação requer que voltemos aos 4 Rs: repensar, reduzir, reaproveitar, reciclar.
E agora podemos acrescentar um quinto R: Recusar produtos que prejudiquem o meio ambiente e a saúde. É preciso que fiquemos atentos ao prazo de validade dos produtos e nas empresas que têm compromissos com a ecologia.
Também devemos evitar o excesso de sacos plásticos e embalagens, utilizando sempre uma sacola de pano para transportar as compras.
Recomenda-se que se evite a compra de aerossóis e lâmpadas fluorescentes, bem como produtos e embalagens não recicláveis e descartáveis.
Somos jardineiros do criador, e assim não podemos pensar no Paraíso como algo do passado, mas no presente e futuro. O mundo, de modo especial o planeta Terra, a casa comum em que habitamos está em nossas mãos. Cabe a nós cuidar dele, assegurando que possamos viver bem agora, mas também garantir àqueles que virão que tenham a mesma possibilidade.
É sempre necessário pensar no Paraíso não como saudade, mas como compromisso e esperança. E isto nos compete, e é isto que Deus espera de todos nós, desde o princípio da criação, até a redenção desta, que "geme em dores de parto”, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo (Rm 8,22).
Somos jardineiros do criador, e assim não podemos pensar no Paraíso como algo do passado, mas no presente e futuro. O mundo, de modo especial o planeta Terra, a casa comum em que habitamos está em nossas mãos. Cabe a nós cuidar dele, assegurando que possamos viver bem agora, mas também garantir àqueles que virão que tenham a mesma possibilidade.
É sempre necessário pensar no Paraíso não como saudade, mas como compromisso e esperança. E isto nos compete, e é isto que Deus espera de todos nós, desde o princípio da criação, até a redenção desta, que "geme em dores de parto”, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo (Rm 8,22).
(1) Liturgia da Palavra – Vol. I – Paulus - p.152.
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