sexta-feira, 29 de março de 2024

A Crudelíssima Morte ou a Pleníssima Vida! (I)

A Crudelíssima Morte ou a Pleníssima Vida!

Contemplemos o Amor de Jesus, Sua humanidade, Sua divindade, Sua entrega por Amor na Cruz, Sua crudelíssima Morte na Cruz por causa de nossa infidelidade, crueldade, pecado…

Vejamos o que nos disse o Papa Bento XVI, quando ainda Cardeal Joseph Ratzinger, de nossa responsabilidade diante da morte de Jesus, do Deus Homem, Homem Deus:

“Deus morreu e nós O trespassamos. Nós O matamos encerrando-O no invólucro deteriorado das ideias rotineiras, exilando-O em forma de piedade sem conteúdo ou em preciosismos arqueológicos; matamo-Lo pela ambiguidade da nossa vida que lançou um véu obscuro sobre Ele”.

Dito de outra forma: Deus morreu e nós O matamos.
Quando?

Quando O fechamos no revestimento apodrecido das ideias superficiais, nos pensamentos sem densidade de conteúdo evangélico, desacompanhado do germe do novo, mas de braços dados com a falta de sinceros e vitais compromissos éticos…

Assim como disse o Papa:

“O encerramos no invólucro deteriorado das idéias rotineiras”
Quando não nos deixamos transformar por Sua Palavra, tão lida, ouvida e conhecida e tão pouco vivida… Para além do conhecimento e acesso, a Palavra deve ser vivida…

“O exilamos em forma de piedade sem conteúdo”.
Quando lançamos Deus para fora de nossa existência, quando nossa vida de oração fica a desejar, ou ainda, quando expressa é em tantas horas e momentos, mas sem conteúdo de vida, sem testemunho. Belas liturgias, como há de ser sempre, mas sem belas ressonâncias na vida, para que se tornem mais belas, mais bonitas também…

Matamos Deus pelos preciosismos arqueológicos, sofisticados estudos que não levam a novos renascimentos, ao compromisso com o Reino.

Quando se procura conhecer o Homem Jesus no Seu tempo, sem a acolhida da Boa Nova de Seu Evangelho que transcende todo tempo – Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre!

Matamos Jesus pela ambiguidade de nossa vida, percebida tristemente na incoerência do que se crê e do que se vive; incoerência entre propósitos e atitudes; divórcio e distanciamento da fé professada e da fé vivida.

Matamos Jesus quando:

- perdemos a característica própria do fermento que somos na massa. Não mais levedamos o mundo com o fermento do amor;

- deixamos de ser sal, deixamos de dar o sabor de Deus à vida, porque somos muitas vezes seduzidos por outros sabores que a vida nos oferece;

- empanturramos com o pão que passa, empanzinados pelo consumo materialista que não nos satisfaz, porque preterimos o Pão da Vida, desprezando-O ou menosprezando Sua força que nutre toda a nossa vida;

- lançamos véu obscuro sobre Ele. Pode ser que não vejam em nós, Cristo e Sua luz, porque deixamos morrer a luz que no Batismo foi acesa. Apaga-se a luz quando perdemos a esperança, quando não revitalizamos a fé, não mantemos acesa a chama da caridade.

Estamos na Semana Santa, a Semana Maior e é tempo de novas posturas, novos e salutares compromissos com a Boa Nova do Senhor.

Não entremos no cortejo dos que promovem a crudelíssima morte de Jesus.

Procuremos dar nossa resposta de amor ao Deus de Amor, assumindo nossa cruz, diremos um sim ao Amor autêntico.

Não vivamos promovendo crudelíssima morte de Jesus, e tudo que temos que fazer é multiplicar esforços para que Ele não morra mais em cada criança famélica, abandonada, desassistida, vítima da prática abortista, assim como em outras inúmeras situações...

Sejamos, portanto, atraídos por Ele, tenhamos a coragem de ser como grão de trigo que morre ao cair na terra, para não ficar só e produzir muitos frutos.

Chorar a crudelíssima morte de Jesus ou fazer da mesma, compromisso com a sacralidade da Vida, em sinais e gestos Pascais.

Depende de cada um de nós:
A Crudelíssima Morte ou a Pleníssima Vida como
Ele nos propôs! 

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