segunda-feira, 22 de julho de 2024

As mulheres e as virtudes cardeais

As mulheres e as virtudes cardeais

Em nossas comunidades, encontramos inúmeras mulheres discípulas missionárias do Senhor que, como Maria Madalena, a “Apóstola dos Apóstolos”, segundo Santo Tomás de Aquino, testemunham a fé no Cristo Ressuscitado, fazendo renascer, a cada dia, a esperança, porque inflamadas pela caridade.

Também, as encontramos em lares, escolas, hospitais, universidades, meios de comunicação, e em tantos outros lugares...

São elas movidas pelas virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança); amantes da justiça, cujo fruto do trabalho são as virtudes, porque ensinam a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza (Sb 8, 7).

Mulheres prudentes, que dispõem da razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o verdadeiro bem e para escolher os justos meios para atingi-lo; sem jamais confundir prudência com a timidez ou o medo, a duplicidade ou dissimulação.

Mulheres sedentas de justiça, movidas e comprometidas pela virtude moral da constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.

Deste modo, desejam e lutam pelos direitos de todos estabelecendo harmonia nas relações humanas, objetivando a promoção do bem comum, vivendo com retidão de pensamentos e conduta.

Mulheres fortes, que em meio às dificuldades, enfrentando-as com coragem e ousadia, asseguram a firmeza e a constância na realização do bem; resistem às tentações de desistir e evadir do mundo, pondo-se quotidianamente de pé na superação dos obstáculos, vencendo os medos, mesmo da morte, enfrentando provações e, por vezes, perseguições e discriminações.

Vivem a renúncia de si mesmas, com o sacrifício da  própria vida, na defesa de uma causa justa, porque creem no Senhor e em Sua Palavra, e assim rezam – “O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória” (Sl 118, 14); “No mundo haveis de sofrer tribulações: mas tende coragem! Eu venci o mundo!” (Jo 16, 33).

Mulheres que agem com Temperança, moderando a atração dos prazeres, encontram equilíbrio no uso dos bens criados; vivendo o domínio da vontade sobre os instintos, mantêm os desejos nos limites da honestidade, guardando sã discrição e não se deixando arrastar pelas paixões do coração.

São verdadeiramente Pascais, testemunhas corajosas do Ressuscitado, a quem dedico estas palavras do Bispo Santo Agostinho: “Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder [...], de tal modo que se lhe dedica um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência)” .



PS: Publicado no jornal Folha Diocesana – Diocese de Guarulhos - Ed. n.264

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