“Amar até à última gota do nosso sangue”
Anos anos passados, celebrando o Jubileu dos oitocentos da “Ordem das Mercês”, tivemos a graça de ouvir, no início da Missa, a Mensagem do Papa Francisco.
Retomo suas palavras, aludindo à importância de Maria, como segunda protagonista da Congregação (o primeiro é São Pedro Nolasco e o terceiro é o Cristo Redentor).
“O segundo protagonista neste tríptico é a Virgem Santa, Nossa Senhora das Mercês ou, como também a chamam, dos Remédios e da Graça nas nossas necessidades que suplicamos a Deus e confiamos na sua poderosa intercessão.
No original hebraico, a expressão que traduzimos «amarás o Senhor com toda a tua alma» tem o significado de «até à última gota do nosso sangue». Por isso, o exemplo de Maria identifica-se com o verso do «Shemá».
Ela proclama-se como a «serva do Senhor» e põe-se em caminho, apressadamente (Lc 1, 38-39), para levar a Boa-Nova do Reino à sua prima Isabel. É a resposta de Deus ao clamor do povo que espera a libertação (cf. Ex 3, 7 e Lc 1, 13).
Assim, ela é mestra de consagração a Deus e ao povo, na disponibilidade e no serviço, na humildade e na simplicidade de uma vida escondida, totalmente entregue a Deus, no silêncio e na oração.
É um compromisso que nos evoca o sacrifício dos antigos pais redentores, que ficavam «como reféns», como garantia da liberdade dos cativos.
Por isso, peço-lhes que esse propósito de ser completamente seus se reflita não só nas obras apostólicas de vanguarda, mas também no trabalho diário e humilde de cada religioso, bem como nos mosteiros contemplativos que, com o silêncio orante e o sacrifício oculto suportam maternalmente a vida da Ordem e da Igreja”.
Chamou minha atenção estas palavras: “No original hebraico, a expressão que traduzimos «amarás o Senhor com toda a tua alma» tem o significado de «até à última gota do nosso sangue»”.
Amar até a última gota de sangue como Maria o fez, com humildade e simplicidade, disponibilidade e coragem, totalmente entregue a Deus, no silêncio e na oração.
São oportunas as palavras do Papa para que assim também amemos, sobretudo empenhados neste caminho de sincera e frutuosa conversão neste Tempo Quaresmal.
“Amar até à última gota do nosso sangue”, assim como também o Senhor o fez, dando a vida em favor de todos nós, como vemos ao meditar o Mistério de Sua agonia, Paixão e Morte, consumando a nossa redenção e reconciliação.
Amemos, portanto, como Maria e Seu Amado Filho, amemos doando até à última gota do nosso sangue, com alegria, disponibilidade, coragem e toda a humildade.
“Amar até à última gota do nosso sangue”, construindo relações de fraternidade e superando toda e qualquer forma de violência, e nisto reconhecerão que d’Ele, Jesus, somos discípulos, e poderão dizer:
“Vejam como eles se amam” (São Tertuliano).
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