quarta-feira, 5 de março de 2025

Por um autêntico Jejum

Por um autêntico Jejum

 “Jejuou durante quarenta dias e
quarenta noites e, por fim, teve fome”.

Retomemos a mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2009, a fim de melhor compreendermos e vivermos o verdadeiro sentido do Jejum, para uma frutuosa Quaresma e, assim, possamos saborear depois as Delícias da Páscoa.

Com o tema: “Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome”, ele nos propõe um Itinerário Espiritual a ser percorrido.

A espiritualidade Quaresmal nos propõe três práticas penitenciais muito queridas da tradição bíblica e cristã – a Oração, a Esmola, o Jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa e, deste modo, fazer a experiência do poder de Deus na Vigília Pascal.

O Jejum é um dos três Exercícios Quaresmais que devemos realizar. 

Fundamentando-se em passagens bíblicas, sobretudo, o Papa nos falava do Jejum, que é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da Salvação é frequente o convite a jejuar. Entorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o Jejum é-nos oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor.

Ele refletiu sobre o valor e o sentido do Jejum a partir da prática de Jesus, que jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome (Mt 4, 1-2), nos dando o exemplo necessário.

Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei (cf. Ex 34,28), como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Horeb (cf. 1Rs 19, 8), assim Jesus rezando e jejuando Se preparou para a Sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador.

Jesus nos dá o exemplo do Jejum necessário, respondendo a satanás, no final dos 40 dias transcorridos no deserto, que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4).

O verdadeiro Jejum se finaliza, portanto, a comer o “verdadeiro Alimento”, que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Há a necessidade de recuperar o verdadeiro sentido bíblico do Jejum que é para os que creem em primeiro lugar, uma “terapia” para curar tudo o que os impede de se conformarem coma vontade de Deus, valorizar o significado autêntico desta antiga prática penitencial, mortificando nosso egoísmo e abrindo nosso coração ao Amor de Deus e ao próximo, primeiro e máximo Mandamento da Lei e de todo o Evangelho (Mt 22,34-40).

A prática fiel do Jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor.

Privar-se do sustento material que alimenta o corpo facilita uma ulterior disposição para ouvir Cristo e para se alimentar da Sua Palavra de Salvação.

Com o Jejum e com a Oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus. Ao mesmo tempo, o Jejum nos ajuda a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos - “Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o Amor de Deus?” (3, 17).

Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre (cf. Enc. Deus caritas est, 15). Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Com o Jejum fazer o dom total de si a Deus (cf.Enc. Veritatis Splendor, 21– Papa João Paulo II).

Para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos,  encorajou as Paróquias e todas as Comunidades a intensificarem na Quaresma a  prática do Jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo à escuta da Palavra de Deus, a Oração e a Esmola, multiplicando coletas e gestos de partilha  e solidariedade, além de usar de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas,  sono e jogos...

Exortou-nos à prática da leitura orante da Bíblia, participação no Sacramento da Reconciliação e participação ativa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical.

Finalizou pedindo a companhia e o amparo da Bem-Aventurada Virgem Maria, no esforço de libertar o nosso coração da escravidão do pecado para torná-lo cada vez mais “Tabernáculo vivo de Deus”.

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