domingo, 7 de julho de 2024

Paixão e a Graça Divina na Vocação profética (05/02)

Paixão e a Graça Divina na Vocação profética

A Liturgia da quarta-feira da 4ª Semana do Tempo Comum revela-nos, através da passagem do Evangelho (Mc 6,1-6), um Deus que nos chama para que sejamos Suas testemunhas, apesar de nossas limitações, fragilidades, pois é, paradoxalmente, em nossa fraqueza que Ele manifesta a Sua força.

Contemplamos, através da ação e presença de Jesus, esta ação divina, mas os conterrâneos de Jesus, em Nazaré, não souberam ir ao encontro e acolher Deus na Pessoa de Jesus, o Emanuel, Deus conosco, ao contrário, tiveram uma reação totalmente oposta, de rejeição, indiferença.

Embora rejeitado pelos Seus, a missão de Jesus não é invalidada e tão pouco interrompida. Bem dizia São Francisco, pelos caminhos da Itália: “O Amor não é amado”.

“Cristo Crucificado é o emblema do Amor infinito de Deus por nós. Embora vergados sob a Cruz, com coração obstinado, os homens desafiam a Sua onipotência; Ele permanece inerme na Cruz, mostrando um Amor indefectível, mais forte que a morte.

[...] A Cruz de Cristo revela a maldade humana, mas, mais ainda, revela o Amor de Deus. Aos pés da Cruz de Cristo confrontam-se num dramático e perene duelo, ‘a fortaleza débil’ do homem e a ‘fraqueza forte’ de Deus. A fé é que nos revela quem é o vencedor”. (1)

Podemos nós também acolher ou nos tornarmos indiferentes à proposta de Jesus, como Seus conterrâneos, fechados em nossos esquemas mentais, preconceitos diversos, que impedem o reconhecimento e acolhida d’Ele em nossa vida.

Pode ocorrer na missão dos discípulos o mesmo, importa não se deixar levar pelo desânimo, frustração, dificuldades.

Se grande é a incredulidade humana, bem maior é o Amor de Deus por nós.

Tenhamos um olhar mais atento aos grandes personagens da Bíblia, que viveram sua história de amor e sedução por Deus, cada um em seu tempo: Ezequiel, o Apóstolo Paulo, e tantos outros, para que na fidelidade ao Senhor, enraizemos profundamente em Seu Amor, sem o que a chama profética se apagaria totalmente, e com isto não saberíamos qual o sentido do próprio existir.

Precisa-se de Profetas autênticos, para que o mundo seja mais próximo do que Deus quer para nós. Qual é a nossa resposta?

Quando da Eucaristia autenticamente participamos, pela Palavra de Deus somos iluminados, e pelo Pão da Imortalidade fortalecidos, renovamos e revigoramos a vocação profética que o Senhor nos concedeu.

Refitamos:

- A missão do Profeta não é uma missão de descanso e fuga. Assim compreendo a minha missão?

- A missão do Profeta não é pelo prazer, mas em fidelidade ao Sopro do Espírito, suportando as diversas dificuldades acima mencionadas. Sei suportar estas dificuldades, provações, na vivência de minha vocação profética?

- Qual é a minha vocação?
- Para que Deus me chama?

- Para onde Deus me envia?
- Como se manifesta em mim a graça divina?

- Quais são as dificuldades a serem superadas?

Oremos:

Que Deus nos conceda a graça de uma fé humilde, disponibilidade confiante e obediência filial, para vivermos autenticamente a missão que nos confia, não por causa de nossa força e mérito, até mesmo por falta deles. Amém!


(1) Lecionário Comentado Editora Paulus - pp.663-666.
Oportuno para o 14º Domingo do Tempo Comum - ano B

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