quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Nada somos sem a Sabedoria Divina

Nada somos sem a Sabedoria Divina

Sempre que posso volto às narrativas mitológicas que muito nos inspiram em situações diversas que a vida nos apresenta.

Dentre tantas que poderia citar, ofereço ao leitor como exemplo uma da mitologia grega: “Os doze trabalhos de Hércules”, trabalhos realizados em redenção à atrocidade cometida pela carnificina de seus próprios filhos.

No quinto trabalho, em obediência a ordem do Rei Euristeu, seu primo, o herói tem que limpar os célebres e imundos currais do Rei Áugias, governante de Élis.

O Rei Áugias possuía os maiores rebanhos do mundo e, por graça divina, seus animais estavam livres de doenças, além de gozar de uma fertilidade sobrenatural.

Ele possuía tantos bois, cavalos e ovelhas que nem mesmo um exército de servos seria capaz de limpar diariamente os seus currais, que há trinta anos acumulavam esterco em grotescas e imensas camadas nos pátios e paredes.

Como Hércules haveria de fazer tal trabalho? Impensável, de balde em balde... Nem tempo, nem força. Impossível o êxito.

Mas Hércules abrindo duas brechas nas paredes do curral, e desviando o curso dos rios, Alfeu e Mênio, fez com que a torrente de água varresse os pátios arrastando toda sujeira que por tanto tempo fora acumulada.

Foi necessário apenas um dia para a mais célebre faxina da mitologia grega, sem que Hércules sujasse suas mãos.

Agora, passemos da mitologia para a vida, e encontraremos luzes incontáveis.
Talvez não tenhamos currais com estercos acumulados a limpar, mas podemos ter outros tantos acúmulos na alma e no coração, e que precisam ser removidos.

Não mais a faxina dos currais, mas a faxina da alma, que por certo é bem mais difícil, porque por vezes podemos teimar em conservar dentro de nós o que não é mais necessário, que torna tão apenas mais desagradável e desgastante a vida.

Há situações em que devemos buscar alternativas: não nos contentarmos com “pequenos baldes”, mas usarmos o recurso do desvio de rios para que a sua corrente possa remover quaisquer sinais de dificuldades, obstáculos que impeçam nossa felicidade.

Quantas vezes nos encontramos em situações desesperadoras, aparentemente intransponíveis, e nos perguntamos o que fazer.

Alguns nem se permitem a possibilidade de encontrar soluções. Outros mal começam e param. Entretanto, há aqueles que não se curvam diante de dificuldades e abrem rios, são criativos, buscam saídas alternativas, novas possibilidades.

Não posso concluir sem lembrar as palavras do Senhor, tantas vezes ressoada no coração dos discípulos missionários: “Não tenhais medo”.

Diante de quaisquer dificuldades, em tudo que fizermos, em todo trabalho a que nos propusermos fazer, invoquemos antes a ajuda e a sabedoria de Deus, que não nos dará apenas “pequenos baldes”, mas nos fará mais sábios, mais aptos para toda e qualquer missão, porque nos concede a Sabedoria do Santo Espírito.

Deixemos os baldes quando preciso for, desviemos o curso dos rios... 
E, assim, os desafios enfrentaremos e os venceremos!

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