Viver às vezes pede a conjugação no pretérito perfeito:
Excluí, eliminei, apaguei, limpei, varri, extirpei,
Curei, “deletei”, impus um ponto final. Ponto final?
Mas também a conjugação no futuro do presente...
Excluí todo pensamento que me rouba os sonhos,
Eliminei a ferrugem da alma que ofusca o esplendor divino,
Apaguei toda lembrança que me consome inapelavelmente,
Limpei aquilo que corrói o ardor do empenho no melhor.
Varri para um lugar inacessível, o que é impensável,
Extirpei aquilo que, a quem crê, é mais do que detestável.
Curei a dor da alma, sem me eximir do carregar da cruz,
“Deletei” do coração, sem envio para a “lixeira” da história.
Há pretéritos perfeitos que se conjugados
Sem dúvida me faria um pouco melhor.
Como viver consiste num eterno aprender
A conjugá-los no futuro do presente...
Somarei a eles outros verbos:
Amar, perdoar, acolher, sorrir,
Caminhar, lutar, resistir, viver
Persistir, aprender, vencer...
Do Verbo Maior, outros verbos aprender...
PS: Poesia inspirada na passagem do Evangelho (Mt 13, 1-23), em que somos exortados a transformar nosso coração em terra fértil. Isto começa com um aprendizado inadiável e com toda coragem: do pretérito perfeito ao futuro do presente; conversão no mais profundo de nosso coração, nos recônditos mais obscuros de nossa alma.
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