quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Cuidemos melhor do planeta que Deus nos confiou

Cuidemos melhor do planeta que Deus nos confiou

“Sede fecundos, enchei a terra e submetei-a;
dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu
e todos os animais que rastejam sobre a terra.”

À luz de um artigo sobre a preocupante questão do ecossistema, a problemática ecológica, a sobrevivência humana, ou seja, o necessário cuidado do planeta, a nossa casa comum, apresento esta reflexão.

Atentemos à definição de Lionel Robbin (1898-1984) sobre a Economia – “a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos que têm usos alternativos”. Isto me fez lembrar de quando fiz Economia, e o professor insistia numa breve definição de Economia que ficou gravado e minha memória: “Economia é a gestão dos recursos esgotáveis que estão disponíveis para nossa sobrevivência”.

Uma definição aparentemente simples, mas que carrega inúmeras questões implícitas. E, são estas que me levam a apresentar alguns pontos de extrema relevância.

Diante da realidade do meio ambiente, que apresenta evidentes sinais de enfraquecimento devido à agressão patrocinada pela expansão econômica desmedida – “sem freios” – é preciso pensar numa Economia Ecológica (EE).

Entenda-se EE como “a compreensão de que o sistema econômico gira (funciona) em torno do mundo biofísico de onde saem matérias-primas e energia... A EE busca nas Leis da Termodinâmica (calor, potência, energia, movimento) a base para explicar teoricamente a realidade socioeconômica e ambiental”.

Com isto, pode-se afirmar, sem hesitações, que há limites para o crescimento econômico, e põe-se em pauta a necessária discussão entre consumo e meio ambiente; ou ainda, dito de forma mais contundente, a relação entre a velocidade do crescimento econômico e a limitada capacidade de regeneração dos recursos naturais.

Sabendo da limitação própria do meio ambiente, é preciso repensar a Economia, tomando em consideração que as pessoas e a economia dependem do meio ambiente, e este por sua vez não depende de ninguém (uma espécie de soberania), carregando consigo a finitude dos recursos (é óbvio que o planeta Terra não tem como aumentar de tamanho – recursos são, portanto, finitos, alguns renováveis, e outros não).

Esgotado ou destruído o meio ambiente não há horizonte para a pessoa e tão pouco para a economia.

Economia Ecológica coloca a questão inquietante e que pede conversão de todos nós: não é possível crescer economicamente a qualquer preço.

Há uma necessidade de reeducar, repensar as necessidades humanas.
Aqui se coloca a seríssima questão do consumismo com consequências dolorosas para o planeta e, portanto, para a própria humanidade.

Como reduzir o consumo?
O que é preciso ser repensado, reduzido, reciclado? Para quem sonha um mundo melhor, para quem se preocupa com a sua própria sobrevivência e daqueles que hão de vir, é preciso colocar em pauta a questão da EE.

Finalizo reportando à passagem bíblica que nos fala do Paraíso, Deus disse: “Sede fecundos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra” (Gn 1,18).

Infelizmente a ordem do Criador, “dominai”, tem sido desvirtuada.
Que o dominar não seja sinônimo de exaurir os recursos que o planeta nos oferece sem critérios, irresponsavelmente.

Que o dominar seja a manutenção da beleza do Paraíso, que não nos remete ao passado como saudade de algo perdido e incompreendido, mas algo que nos impulsiona, responsabiliza, amadurece e nos compromete com o mundo novo, onde todos possam viver na paz, alegria, harmonia e sobriedade.

Que aprendamos a cuidar de nossa casa comum, que aprendamos a cuidar de nosso planeta Terra. Ele está clamando, está em alguns casos em situação crítica, gravemente enfermo.

Não se trata de alarmismo inconsequente, os números e os fatos comprovam.

A conversão, no compromisso com a vida humana e a vida do planeta, é para todos nós. Não podemos nos omitir, pois comprometemos a nossa própria vida e o futuro da humanidade.
  

Fonte: http://blogdoprofmarcuseduardo.blogspot.com      

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