Sejamos enriquecidos por uma Homilia de um autor desconhecido (séc II), na compreensão e edificação da Igreja como o Corpo de Cristo.
Apresento-a precedendo de um pequeno comentário motivador antes de cada parágrafo:
- Que nossas obras correspondam às palavras – fé e obras – coerência de vida num autêntico testemunho da fé é preciso:
“O Senhor declara: Meu nome é incessantemente objeto de blasfêmia entre as nações (cf. Is 52,5), e outra vez: Ai daquele por cuja causa meu nome é blasfemado (cf. Rm 2,24). Qual o motivo de ser blasfemado? Porque não fazemos o que dizemos. Os homens ouvem de nossa boca as palavras de Deus e ficam admirados por seu valor e grandeza; depois, vendo que nossas obras em nada correspondem às palavras que dizemos, começam a blasfemar, e a tachá-las de fábulas e de enganos”.
- O amor cristão é autêntico quando também se volta para os inimigos:
“Ouvem-nos afirmar que Deus disse: Não é nada de extraordinário, se amais aqueles que vos amam; mas grande graça, se amais vossos inimigos e aqueles que vos odeiam (cf. Mt 5,46); ouvindo isto, espantam-se com bondade tão sublime: observando, porém, que não amamos os que nos odeiam e nem mesmo aqueles que nos amam, zombam de nós e o nome é blasfemado.”
- Somente cumprindo a vontade de Deus é que fazemos parte de Sua Igreja, do contrário, fragilizamos a Sua missão, promovemos o seu descrédito:
“Por conseguinte, irmãos, cumprindo a vontade de Deus, nosso Pai, faremos parte daquela primeira Igreja espiritual, criada antes do sol e da lua. Se, ao contrário, não fizermos a vontade de Deus, seremos como diz a Escritura: Minha casa tornou-se covil de ladrões (cf.7,11; Mt 21,13). Que nossa referência vá para a Igreja da vida, para sermos salvos.”
- A Igreja é o Corpo de Cristo. Quão enorme é a nossa alegria e responsabilidade:
“Julgo que estais bem cientes de que a Igreja viva é o corpo de Cristo (1Cor 12,27). Pois diz a Escritura: Deus fez o ser humano varão e mulher (Gn 1,27; 5,2); o varão é o Cristo, a mulher a Igreja. Também a Bíblia e os apóstolos afirmam que a Igreja, propriamente, não é deste tempo, mas existe desde o princípio. Era espiritual, assim como nosso Jesus, e apareceu nos últimos dias, a fim de que fôssemos salvos.”
- A imprescindível presença e a ação do Espírito na vida e missão da Igreja, e a responsabilidade que nos é confiada na missão evangelizadora, para que ela seja o espaço privilegiado do encontro pessoal com o Senhor, numa vivência comunitária, bem como num processo permanente de formação para viver com alegria e entusiasmo a dimensão missionária na própria Igreja e no mundo:
“A Igreja, a espiritual, manifestou-se na carne de Cristo, mostrando-nos que se alguém, estando na carne, a preserva e não a arruína, recebê-la-á no Espírito Santo. Pois esta carne é tipo do espírito; quem destrói o tipo não recebe o arquétipo.
Por isto disse, irmãos: Guardai a carne para serdes participantes do espírito. Se dizemos que a carne é a Igreja, e Cristo, espírito, segue-se que quem deturpa a carne, deturpa a Igreja. Este não será participante do espírito, que é Cristo.
Esta carne é capaz de conter imensa vida e incorruptibilidade, com o auxílio do Espírito Santo, e ninguém pode descrever nem contar aquilo que o Senhor preparou para Seus eleitos".
Desde o princípio vemos o esforço da Igreja em criar dentro de seu espaço relações de amor e correção fraterna, para que seja credível. Coerência entre o que se prega e o que se vive, acompanhada pelo testemunho amadurecido, num contínuo processo de conversão.
Bem afirmamos que a Igreja é santa e pecadora, cabendo a cada um de seus membros evitar maculá-la para santificá-la, tornando-se uma agradável oferenda a Deus, por amor à Sua Igreja.
Esta Homilia nos ilumina, sobretudo em tempo de avaliação e planejamento, para que sejamos sal, luz e fermento, participando viva e alegremente na construção do Reino que o Senhor inaugurou.
Renovemos esta alegria, graça e compromisso, com gratidão e gratuidade, pois tudo isto é próprio de quem ama e se encontrou com o Senhor pessoalmente e teve a sua vida para sempre transformada. Somente o autêntico encontro com o Senhor nos transforma.
Renovemos esta alegria, graça e compromisso, com gratidão e gratuidade, pois tudo isto é próprio de quem ama e se encontrou com o Senhor pessoalmente e teve a sua vida para sempre transformada. Somente o autêntico encontro com o Senhor nos transforma.
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