segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Natal - compromisso amoroso no cuidado da vida!

Natal - compromisso amoroso no cuidado da vida!

Uma data tão festiva como o Natal anuncia o tempo da graça e da fecundidade; tempo de avaliação, planejamento e redirecionamento...

Com a riqueza das celebrações litúrgicas, seremos mais que enriquecidos, nutridos; passos fortalecidos; mãos generosas, mais abertas e solidárias; coração de amor plenificado; olhares de esperança renovados; ouvidos ao Espírito mais atentos...

Indubitavelmente, temos a graça de olhar o caminho trilhado, as sementes que foram lançadas, esperançosos de que algumas venham a dar frutos, que outras continuem frutificando...

Graça também de avaliar a caminhada pastoral com seus erros e acertos (felizmente com mais acertos), conscientes de nossa limitação, com a assistência do Espírito, reafirmar metas e objetivos, rever e propor sábias estratégias para que a Palavra Divina seja anunciada e a missão do Senhor continuada (Lucas 4,16-21) – “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, enviou-me para proclamar a boa nova aos pobres...”

Evidentemente, podas foram feitas e será sempre necessário fazê-las, como o próprio Senhor nos falou na Parábola da Videira (Jo 15). 

Natal não pode ser a festa do consumo, das luzes artificiais, dos meninos de gesso em presépios feitos por mãos humanas, das trocas de cartões de amigos-secretos que não estabeleceram vínculos mais profundos e sinceros de amizade; da troca de presentes sem presença afetiva, amiga e sincera; tampouco ocasião de mesas, às vezes fartas, mas esvaziadas de presenças, e por vezes com presenças de corações vazios do essencial, o amor.

Urge que o Natal seja a celebração do nascimento do Verbo na manjedoura do coração humano. Se católicos, que seja precedido por atitudes penitenciais, de vigilância, oração, confissão, e assim seremos purificados pela divina misericórdia, e inexoravelmente inebriados pelo seu imenso amor.

Católicos ou não, que o Natal seja a festa da fraternidade, da comunhão, da solidariedade, da alegria, do amor e da paz.  Um verdadeiro “Shalom” - plenitude dos bens divinos a todos oferecidos, porque é próprio do Amor de Deus a ninguém excluir de Sua infinita bondade.

Urge que a celebração do nascimento da daquela frágil Criança, leve-nos a multiplicar atitudes amorosas, ternas, confiantes de cuidado. Natal é o despertar do desejo e compromisso amoroso no cuidado da vida.

Cuidar da própria vida, com equilíbrio, justiça e piedade (Tt 2,12); cuidar da vida do outro, para que tenha vida e vida abundante; cuidar do espaço em que vivemos, nos movemos e somos, cuidados ecológicos, com o meio ambiente,  mais do que emergentes.

Cuidar da própria história e da grande História universal da qual somos um capítulo, uma página, uma palavra, uma letra, um ponto apenas... Não importa, para Deus mais que precioso.

Quanto carinho e cuidado tiveram Maria e José com o Deus Menino, acompanhando cada momento de sua vida até o limite máximo, diante do crudelíssimo momento da Cruz. Cuidado recompensado com a Sua gloriosa Ressurreição naquela madrugada sombria e inauguradora de esplendor que jamais se ofusca, porque Deus é plenitude de amor e luz.

Feliz Natal! Cuidemos, com amor, da vida e da vida de Deus em cada irmão e irmã, da sua concepção ao seu declínio natural, como nos ensina, com sabedoria e autoridade, a Igreja.

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