Maria
e José: confiança plena em Deus
No
quarto Domingo do Advento (ano A), ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus
(Mt 1,18-24), que nos fala do Mistério da Encarnação de Jesus, “Deus conosco”,
que vem ao encontro da humanidade, com uma proposta de salvação para todos.
No
entanto, é preciso acolher a salvação de coração e braços abertos deixando-se
transformar por sua proposta.
Dediquemos
especial atenção à participação de Maria e José neste Mistério do amor de Deus,
ao Se encarnar entre nós, fazendo-Se um de nós, semelhante em tudo, exceto no
pecado.
Contemplemos
Maria:
“Maria
calava, sofria e punha nas mãos de Deus a sua honra e as angústias por que José
iria passar por sua causa; e Deus, que tinha revelado já a Isabel o mistério da
concepção de Jesus, poderia igualmente vir a revelá-lo a José. De tudo isto
fica para nós o exemplo de Maria e de José: não admitir suspeitas temerárias e
confiar sempre em Deus”. (1)
Contemplemos
São José, refletindo
sobre o que nos dizem três santos da Igreja (São Bernardo, Santo Agostinho, e
São João Crisóstomo, respectivamente):
“
São José foi tomado dum assombro sagrado
perante a novidade de tão grande milagre, perante a proximidade de tão grande
mistério, que a quis deixar ocultamente… José tinha-se, por indigno…’”. (2)
-
“A José não só se lhe deve o nome de pai, mas este é-lhe devido mais do que a
qualquer outro. Como era pai? Tanto mais profundamente pai, quanto mais casta
foi a sua paternidade… O Senhor não nasceu do germe de José. Mas à piedade e
amor de José nasceu um filho da Virgem Maria, que era Filho de Deus”. (3)
- “Não penses que,
por ser a concepção de Cristo obra do Espírito Santo, tu (José) és alheio ao
serviço desta divina economia; porque, se é certo que não tens nenhuma parte na
geração e a Virgem permanece intacta, não obstante, tudo o que pertence ao
ofício de pai, sem atentar contra a dignidade da virgindade, tudo te entrego a
ti, o pôr o nome ao filho. (…) Tu lhe farás as vezes de pai, por isso,
começando pela imposição do nome, Eu te uno intimamente com Aquele que vai
nascer”. (4)
Percebemos que nada foi tão simples e claro para Maria e José. E no
diálogo e silêncio orante, souberam se abrir ao Mistério da ação divina, como
mais expressivos modelos de confiança e abertura ao Plano da Salvação que Deus
tinha para nós.
Vivendo este Tempo do Advento, temos a graça de rever nossa abertura
aos planos e projetos que Deus tem para cada um de nós, e o quanto nos abrimos,
em total confiança, para dele participar, como fizeram Maria e José.
Assim vivendo, nos preparamos melhor para celebrar o inaudito
acontecimento da História: a Encarnação do Verbo, o Menino Deus, que vem ao
nosso encontro para conosco caminhar, e não reduziremos o Natal à comemoração
de um fato passado, mas um acontecimento que se dá todos os dias e nos renova
para trilharmos caminhos de justiça, paz, vida, amor e luz.
(1); (2); (3); (4) https://www.presbiteros.org.br/roteiro-homiletico-natal-de-nosso-senhor-missa-da-vigilia-ano-c/
Nenhum comentário:
Postar um comentário