No Dia de Finados, unamo-nos
em oração por nossos entes queridos falecidos e tenhamos um olhar além
da morte, um olhar pascal, buscando vislumbrar as fronteiras da eternidade pela
fé, ultrapassando os limites da existência. Ó Morte, que já levou
para junto de Deus muitos a quem amamos, e alguns, diríamos, cedo demais, e não
importa a idade: dias, semanas, meses, décadas... Será sempre cedo
demais a partida de alguém que amamos, que teceu conosco a rede da vida, com as
linhas tênues do amor a vida, da alegria, da esperança e da fé, da ternura, da
sensibilidade. Oportunas as palavras
do Bispo São Bráulio de Saragoça, (séc.VII): “Ó morte que separas os casados e, tão dura e
cruelmente, separas também os amigos”. Morte: Mistério
que nos acompanha em todo o momento.
Ressurreição:
Mistério central da fé que nos anima, encoraja e nos põe sempre a caminho da eternidade,
no bom e indispensável combate. “Ó morte onde está tua vitória? onde está o
teu aguilhão?” (1Cor 15,55). A morte,
sobretudo quando súbita, deixa-nos um vazio, deixa-nos estilhaçados. Porém, firmados
na âncora da Ressurreição, em profunda comunhão e oração, temos a esperança de
que um dia nos encontraremos com aqueles que nos antecederam na glória dos céus,
e toda lágrima será enxugada, todo pranto será removido, porque a vida não
termina para quem pelo Amor foi nutrido: “Eu sou o Pão vivo descido do céu. Quem
comer deste Pão viverá para sempre; O Pão que eu darei é a minha Carne para a
vida do mundo” (Jo 6,51). Aqueles a quem
amamos, tendo combatido o bom combate da fé, apresentaram-se diante de Deus
para receber a “Coroa da Glória”, e nós que ficamos, continuemos tecendo nossa
história a culminar no epílogo da eternidade, junto de Deus e de todos aqueles
que amamos e que esperamos com Ele estar. Superemos a dor
dos estilhaços da morte com a fé na mais bela notícia que podemos ao mundo
anunciar e testemunhar: a Ressurreição do Senhor, a Vida que venceu a morte,
para que n’Ele e com Ele também a vençamos - “Eu sou a Ressurreição. Quem crê em mim,
ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá.” (Jo 11,25-26). Quando a morte nos abraçar, que seja a
passagem para o abraço a quem mais cedo partiu, a quem tanto amamos e nos
espera. Amém.
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