quarta-feira, 17 de abril de 2024

Temos fome do Pão do céu e da Bebida da Salvação

Temos fome do Pão do céu e da Bebida da Salvação

Sejamos enriquecidos pela Catequese escrita pelo Bispo São Cirilo, extraída “Das Catequeses de Jerusalém” (séc. IV), que nos fala sobre a  Eucaristia, o Pão do céu e a Bebida da Salvação.

“Na noite em que foi entregue, nosso Senhor Jesus Cristo tomou o Pão e, depois de dar graças, partiu-o e deu-o a Seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei: isto é o meu corpo”.

Em seguida, tomando o Cálice, deu graças e disse: “Tomai e bebei: isto é o meu sangue” (cf. Mt 26,26-27; 1Cor 11,23-24). Tendo, portanto, pronunciado e dito sobre o Pão: Isto é o meu corpo, quem ousará duvidar? E tendo afirmado e dito: Isto é o meu sangue, quem se atreverá ainda a duvidar e dizer que não é o Seu sangue?

Recebamos, pois, com toda a convicção, o Corpo e o Sangue de Cristo. Porque sob a forma de Pão é o corpo que te é dado, e sob a forma de vinho, é o sangue que te é entregue. Assim, ao receberes o Corpo e o Sangue de Cristo, te transformas com Ele num só corpo e num só sangue. 

Deste modo, tendo assimilado em nossos membros o Seu corpo e o Seu sangue, tornamo-nos portadores de Cristo; tornamo-nos, como diz São Pedro, participantes da natureza divina (2Pd 1,4).

Outrora, falando aos judeus, dizia Cristo: Se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós (cf. Jo 6,53). Como eles não compreenderam o sentido espiritual do que lhes era dito, afastaram-se escandalizados, julgando estarem sendo induzidos por Jesus a comer carne humana. 

Na Antiga Aliança, havia os pães da propiciação; por pertencerem ao Velho Testamento, já não mais existem. Na Nova Aliança, porém, trata-se de um Pão do céu e de um Cálice da salvação que santificam a alma e o corpo. Assim como o pão é próprio para a vida do corpo, também o Verbo é próprio para a vida da alma.

Por isso, não consideres o Pão e o Vinho eucarísticos como se fossem elementos simples e vulgares. São realmente o Corpo e o Sangue de Cristo, segundo a afirmativa do Senhor. 

Muito embora os sentidos te sugiram outra coisa, tenha a firme certeza do que a fé te ensina. Se foste bem instruído pela doutrina da fé, acreditas firmemente que aquilo que parece pão, embora seja como tal sensível ao paladar, não é pão, mas é o Corpo de Cristo. E aquilo que parece vinho, muito embora tenha esse sabor, não é vinho, mas é o Sangue de Cristo.

Antigamente, bem a propósito, já dizia Davi nos salmos: O pão revigora o coração do homem, e o óleo ilumina a sua face (Sl 103,15). Fortifica, pois, teu coração, recebendo esse Pão espiritual e faze brilhar a alegria no rosto de tua alma. Com o rosto iluminado por uma consciência pura, contemplando como num espelho a glória do Senhor, possas caminhar de claridade em claridade, em Cristo Jesus, nosso Senhor, a quem sejam dadas honra, poder e glória pelos séculos sem fim. Amém”.

Vemos quão importante e necessário que participemos da Ceia do Senhor, alimentando-nos não apenas por um pedaço de pão e um pouco de vinho, mas Transubstanciados, na Celebração Eucarística, tornam-Se, verdadeiramente, Pão do Céu e Bebida de Salvação.

Participemos cada vez mais, ativa, piedosa, conscientemente das Missas de nossas Comunidades, prolongando-as, dia a dia, em sagrados compromissos com a Boa Notícia nela Proclamada, assim como do Verdadeiro Pão e Verdadeira Comida saciados.

Seja a nossa espiritualidade essencialmente Eucarística. Sejamos perseverantes, como as primeiras comunidades, na Doutrina dos Apóstolos, comunhão fraterna, fração do Pão e oração (At 2,42-45).

PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de João (Jo 6,35-40)

Um comentário:

Anônimo disse...

Benção de Deus....

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG