Lições
para uma Espiritualidade Mariana
Mãe
Discípula:
Aquela que ouve, escuta, acolhe a voz de Deus para realizar a Sua
vontade; é Mãe e Mestra, porque antes foi discípula modelo, por excelência.
Perfeita sintonia com Deus, é para nós modelo de escuta.
Mãe da
Fidelidade:
Em toda e qualquer situação a fidelidade marcou sua existência – fiel
porque acreditou nas Promessas de Deus, por isto é cheia de graça, feliz,
bem-aventurada.
Mãe da
Disponibilidade:
Vai apressadamente servir sua prima Isabel, sem medir esforços. Mesmo
grávida, percorreu mais de cem quilômetros, em prontidão imediata, sem
lamentos, sem queixas, sem prantos, sem adiamentos, constrangimentos. No amor
não cabe nada disto! O amor suaviza a missão!
Mãe
Servidora:
Vai a Isabel para servir e colocar seus amáveis dons em favor da vida,
assim como nas mais diversas situações que vivenciou.
Mãe da
Alegria:
No encontro com Isabel, tendo acolhido em si a Obra do Espírito Santo,
leva consigo O Salvador, provocando um clima envolvente de alegria e louvores,
cantos de ação de graças... No encontro de duas mulheres a manifestação de Deus
num clima radiante de alegria!
Mãe da
Esperança
Maria é cantora da esperança dos pobres! Sonha e canta um mundo novo
que nasce da intervenção de Deus e da participação humana: uma nova sociedade
em todos os níveis: religioso, político e social. O orgulho dará lugar à
humildade, à obediência a Deus, à simplicidade de coração. A prepotência humana
cederá à onipotência Divina, o poder será colocado em favor do bem comum. O mundo
viverá novas relações de amor, partilha e comunhão, em que ninguém será privado
da vida e do pão. A esperança não dispensa compromissos e responsabilidades.
Mãe da
Humildade:
Maria sabe entrar e sair de cena – vai, serve, volta. A Glorificação se
dá somente nos céus. Fazer o bem e sair de cena, com toda humildade. O bem
feito com amor não precisa de publicidade e holofotes – Deus na hora certa e no
tempo oportuno é quem nos coroará. Ela foi coroada como Mãe da Glória.
Mãe da
Solidariedade:
Sensibilidade e solidariedade foram suas marcas nas bodas de Caná, na
visita a Isabel, e em todos os momentos. Também presente na Paixão e Morte de
Seu Filho, aos pés da Cruz, para ter a alma transpassada. Solidariedade nos
primeiros encontros dos Apóstolos e em toda a história com suas aparições.
Mãe boa
pastora:
Maria é na fidelidade a Deus, acolhendo ao bom Pastor, aquela que O
carregou no colo, também Mãe de todas as ovelhas pelas quais Seu Filho entregou
a própria vida. Como não se sentir protegido, amado e seguro no colo de Maria?
Mãe do
amor pelos últimos:
A parábola do Evangelho nos fala do amor misericordioso de Deus pelos
últimos (das 5 horas que não foram contratados), que recebem a moeda de prata
(diária para um dia Mt 20,1-16). Deus ama os últimos, os excluídos, os
pequeninos, aqueles que a sociedade privou da vida e do pão cotidiano, do
essencial para viver com dignidade… Maria no Magnificat canta o amor de Deus
pelos empobrecidos, quando diz que Deus despediu os ricos de mãos vazias e
saciou de bens os famintos. Tal Mãe, tal Filho, tal Igreja. Maria está sempre
junto do Filho assegurando-nos, a moeda de prata de cada dia, O Pão Nosso de
cada dia, em cada Eucaristia que celebramos.
Mãe da
paciência:
Maria é a Mãe da paciência por excelência: recordemos vários momentos
em que ela revelou serenidade, confiança e, sobretudo paciência. A paciência
para ver o trágico momento da morte se transformar numa alegre e inovadora
Madrugada da Ressurreição. Paciência para ver passar a noite da escuridão que
parecia eterna, em radiante luz da Ressurreição, aurora da alegria, do
esplendor, da vitória…
Mãe
Lutadora:
Nada temeu, nem as forças diabólicas que devoraram a vida de Seu Filho,
mas que foi por Deus Ressuscitado. O mal tem aparente vitória – a vitória final
pertence a Deus. Por isto ela é modelo de luta para todos que combatem em favor
da vida. É modelo de luta para nossas comunidades.
Mãe da
Glória:
Elevada em corpo e alma aos céus, acende em nós o mais precioso desejo:
a eternidade. Ela já alcançou depois da Ressurreição de Seu Filho, como a
primeira da fila. Maria puxa a fila dos que desejam entrar no céu. Entrada nos
céus de corpo e alma é sinal da dignidade, da sacralidade da vida e da
existência humana, onde Deus fez Sua morada.
Por isto
podemos repetir o que disse Santo Amadeu (séc.XII):
“Maria está assentada no mais alto cume das
virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças,
ultrapassando a todos, derramava largas torrentes ao povo fiel e sedento”
Continuemos
o aprendizado de maravilhosas lições para uma devoção a ela sincera e frutuosa.
Sabiamente a Igreja nos ensina e nos convoca a superar uma esterilidade
devocional a Maria, na imitação de suas virtudes em nosso cotidiano.
Não há devoção mais agradável a Deus do que o amor e o serviço aos pobres,
com os quais Ele quis Se identificar e Se fazer presença. Maria, neste sentido,
mais do que ninguém, foi Mãe e Mestra!
Aprendamos
estas dentre outras lições para uma Espiritualidade Mariana, que nos
conduzirá à essência da Espiritualidade, que é viver segundo o Espírito, como
discípulos missionários do senhor, em amor pleno e incondicional a Deus.
“Salve Rainha, Mãe de
Misericórdia...”
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