quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Como precisamos do colírio da fé!

Como precisamos do colírio da fé!

Retomo as palavras de Jacques Monod, prêmio Nobel de medicina, citadas no Missal Dominical para a passagem bíblica da cura do cego de nascença (cf. Jo 9,1-40):

“O homem é um cigano perdido num universo enregelado que lhe é totalmente indiferente”.

O que esta citação quer dizer e o que tem a ver com esta cura?

Assim refletiu o Papa Bento XVI, anos passados:

“O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes.

O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz»”.

Convida-nos à profundidade da fé, abrindo o nosso olhar interior, não permitindo lugares para obscuridades em nossa vida, pois somos filhos da luz como afirma Paulo aos Efésios (Ef  5,8-14).

O Bispo Santo Agostinho assim se expressou:

“Os nossos olhos, irmãos, são agora iluminados pelo colírio da fé”.

Profundidade sim, obscuridade não! Necessitamos deste “colírio da fé”, para uma fé mais profunda, iluminada e iluminadora. As trevas cederão sempre à luz, que emana da Vida Nova do Ressuscitado. Crer no Ressuscitado é certeza de que as trevas cedem lugar à luz, e a morte à vida!

Sem a fé, seríamos como ciganos, vagueando nas penumbras das incertezas, sem um destino auspicioso, sem horizontes e perspectivas, enfim, sem saídas! O mundo, a vida, a nossa história seriam enregelados, tristes, sombrios… De modo que o desânimo e  o caos nos seriam indiferentes.

Mas não! Crendo no Ressuscitado sabemos por onde e com quem caminhar, Jesus. Temos a Verdade que embasa nosso viver, o Evangelho. Temos a vida no tempo presente que se espraia nos deleites da eternidade, o Céu!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG