domingo, 21 de janeiro de 2024

“Santas Inês” de todos os tempos: Paixão incondicional por Cristo! (Parte I)

“Santas Inês” de todos os tempos:                          
  Paixão incondicional por Cristo!
                                              
Celebramos no dia 21 de janeiro a Memória de Santa Inês, e ela é um dos muitos testemunhos da Igreja que nos levam à reflexão e revigoramento indispensável da fé. 

Reflitamos sobre o seu, conforme o texto que o Bispo Santo Ambrósio (séc. IV) escreveu sobre ela.

“Celebramos o natalício de uma virgem: Imitemos sua integridade; é o natalício de uma mártir: ofereçamos sacrifícios.
É o aniversario de Santa Inês.

Conta-se que sofreu o martírio com a idade dos doze anos. Quanto mais detestável foi a crueldade que não poupou sequer tão tenra idade, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.

Haveria naquele corpo tão pequeno lugar para uma ferida? Mas aquela que quase não tinha tamanho para receber o golpe da espada, teve força para vencer a espada.

E isto numa idade em que as meninas não suportam sequer ver o rosto zangado dos pais e choram como se uma picada de alfinete fosse uma ferida!

Mas ela permaneceu impávida entre as mãos ensanguentadas dos carrascos, imóvel perante o arrastar estridente dos pesados grilhões. Oferece o corpo à espada do soldado enfurecido, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela.

Levada a força até os altares dos ídolos, estende as mãos para Cristo no meio do fogo, e nestas chamas sacrílegas mostra o troféu do Senhor vitorioso.

Finalmente, tendo que introduzir o pescoço e ambas as mãos nas algemas de ferro, nenhum elo era suficientemente apertado para segurar membros tão pequeninos.

Novo gênero de martírio? Ainda não preparada para o sofrimento e já moldura para a vitória! Mal sabia lutar e facilmente triunfa! Dá uma lição de firmeza apesar de tão pouca idade!

Uma recém-casada não se apressaria para o leito nupcial com aquela alegria com que esta virgem corre para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de belas tranças, mas de Cristo, e coroada não de flores, mas de virtudes.

Todos choram menos ela. Muitos se admiram de vê-la entregar tão generosamente a vida que ainda não começara a gozar, como se já tivesse vivido plenamente. Todos ficam espantados que já se levante como testemunha de Deus quem, por causa da idade, não podia ainda dar testemunho de si.

Afinal, aquela que não mereceria crédito se testemunhasse a respeito de um homem, conseguiu que lhe dessem crédito ao testemunhar acerca de Deus. Pois o que está acima da natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.

Quantas ameaças não terá feito o carrasco para incutir-lhe o terror! Quantas seduções para persuadi-la! Quantas propostas para casar com algum deles! Mas sua resposta foi esta: É uma injúria ao Esposo esperar por outro que me agrade.

Aquele que primeiro me escolheu para Si, esse é que me receberá. Por que demoras, carrasco? Pereça este corpo que pode ser amado por quem não quero! Ficou de pé, rezou, inclinou a cabeça.

Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado, tremer a mão que desfecharia o golpe, e empalidecerem os rostos temerosos do perigo alheio, enquanto a menina não temia o próprio perigo.

Tendes, pois numa única vítima um duplo martírio: O da castidade e o da fé. Inês permaneceu virgem e alcançou o martírio”.

Santa Inês é uma das Santas mais antigas do cristianismo. Sua existência transcorreu entre os séculos III e IV, sendo martirizada durante a décima perseguição ordenada contra os cristãos, desta vez imposta pelo terrível imperador Diocleciano, em 304.

Inês, em grego, significa pura e casta, e em latim, cordeiro. Ela pertencia a uma rica, nobre e cristã família romana. Isso lhe possibilitou receber uma educação dentro dos mais exatos preceitos religiosos, o que a fez tomar a decisão precoce de se tornar “esposa de Cristo”.
  
Mais uma vez Deus escolheu “os fracos” para confundir “os fortes”,
“os loucos” para confundir “os sábios”: Loucura da Cruz!

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