sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

No ventre de Maria o Encontro de duas naturezas!

No ventre de Maria o Encontro de duas naturezas!

A invulnerabilidade divina e a passibilidade humana
se encontraram no ventre de Maria!

Sejamos enriquecidos por este breve trecho do Sermão do Papa São Leão Magno (séc. V):

“Uma virgem da descendência real de Davi foi escolhida para a sagrada maternidade; iria conceber um filho, Deus e homem, primeiro em seu espírito, e depois em seu corpo.

E para evitar que, desconhecendo o desígnio de Deus, ela se perturbasse perante efeitos tão inesperados, ficou sabendo no colóquio com o anjo, que era obra do Espírito Santo o que nela se realizaria...

A Palavra de Deus. Que é Deus, O Filho de Deus, que no princípio estava com Deus, por quem tudo foi feito e sem ela nada se fez (cf. Jo 1,2-3), a fim de libertar o homem da morte eterna, Se fez homem. Desceu para assumir a nossa humildade, sem diminuir a Sua majestade...

Desta forma, conservando-se a perfeita propriedade das duas naturezas que subsistem em uma só pessoa, a humildade é assumida pela majestade, a fraqueza pela forma, a mortalidade pela eternidade.

Para pagar a dívida contraída pela nossa condição pecadora, a natureza invulnerável uniu-se à natureza passível; e a realidade de verdadeiro Deus e verdadeiro homem associa-Se na única pessoa do Senhor...

Tal era, caríssimos filhos, o nascimento que convinha a Cristo, poder e sabedoria de Deus. Por este nascimento é semelhante a nós pela sua humanidade, e superior a nós pela Sua divindade.

De fato, se não fosse verdadeiro Deus, não nos traria o remédio; se não fosse verdadeiro homem, não nos serviria de exemplo...”

Quis Deus que o Salvador da humanidade, de natureza invulnerável, incapaz de sofrer qualquer desgaste, prejuízo, demérito, viesse ao mundo e Se encarnasse no ventre de uma Virgem.

Assim aconteceu. Encarnando-Se assume uma natureza passível, ou seja, capaz de sofrer as realidades temporais.

Ele que era de condição divina de tudo Se desapegou e aceitou a morte humilhante na Cruz. Lágrimas, choro, pranto, fome, abandono, indiferença, humilhação, escárnio, morte... como vemos  abundantemente nos Evangelhos, Hebreus, Cartas Paulinas.

Impossível não nos determos mais uma vez no sim de Maria a Deus e apontar quatro belos propósitos que devem estar no coração de todos aqueles que amam e querem seguir e servir seu Filho:

- Imitá-la, sobretudo suas virtudes, qualidades incontáveis...
- Ser contemplativo como Maria, cantora da esperança dos pobres. Pés no chão, coração voltado para Deus e olhos plenamente abertos para a sede do povo, como cantamos...
- Fazer a vontade do Pai sempre e acima de tudo.
- Colocar-se numa incansável atitude de conversão, para que tenhamos um coração atento e fiel ao Projeto de Deus, para que o nosso coração seja semelhante ao Coração de Jesus.

Maria não nos salva, mas melhor do que ninguém nos aponta Aquele que é O Caminho, A Verdade e A Vida, Aquele que nos alcança a Salvação.

- Quem melhor do que Maria, para nos ajudar a construir na terra o céu?

- Quem melhor do que Maria, para nos apontar o caminho que nos leva ao céu?

- Quem melhor do que Maria, para nos ensinar a crermos na invulnerabilidade divina e passibilidade humana do Seu Filho?

Em Maria, no seu ventre, a natureza divina e a natureza humana encontraram-se, como que num abraço, para que ao tornar-se visível na forma de uma criança, toda a humanidade fosse abraçada.

Em Maria, desde o seu ventre, a nossa humanidade na Encarnação do Filho, para sempre foi redimida, resgatada.

Ave Maria cheia de graça... 

PS: Passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,26-38)

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG