Ela veio trazendo vida
Com o Cântico de Daniel, louvemos o
Senhor:
“Águas
do alto céu, bendizei o Senhor!
Potências
do Senhor, bendizei o Senhor!
Lua
e sol, bendizei o Senhor!
Astros
e estrelas bendizei o Senhor!
Chuvas
e orvalhos, bendizei o Senhor!” (Dan
3,60-64)
Foram, aproximadamente, cento e
cinquenta pores do sol sem a sua presença.
Era por todos tão esperada, que
parecia não vir mais.
No entanto, ela veio no meio do dia,
timidamente, logo cessou.
E neste momento, como que para não
afugentá-la,
Silêncio e Contemplação, atitudes que
foram despertadas.
De repente, surpreendentemente, veio
bem mais forte,
Ainda que por um tempo breve, bem
mais densa,
Densa o bastante para arrancar um
sorriso de contentamento,
Pois de tão esperada,
parecia convidar a uma dança;
A todos convidava, e não houve quem
ousasse reclamar.
Cessou novamente, bem mais rápido que
o desejado.
Porém, ao virar das horas de um novo
dia, ela volta suavemente.
Escutamos sobre nossos telhados, algo
que há muito não ouvíamos,
No recolhimento do quarto, para as
energias revigorar,
Um sono banhado com a tão esperada e
necessária chuva.
Novo dia, o sol desponta, e numa
manhã como há muito não se via
As ruas, guias e sarjetas escoavam a
tão preciosa água da chuva:
Árvores, gramas, flores e toda a
natureza, sendo agraciada,
Acompanhada pela alegre sinfonia dos
pássaros,
Que, com canto e voos, celebram sua
chegada.
Vinde, bendita chuva, regar campos,
vales e cidades.
Represas e reservatórios, já ameaçam
os últimos suspiros;
Torneiras secas, queimadas
multiplicadas, insuportável umidade do ar.
Imunidades de todos nós no limite,
agora tende a se recuperar.
Vinde, bendita chuva, como graça que
vem do alto.
Vinde, bendita chuva, chorar no rosto
dos muros.
Vinde correr mais ainda pelas guias e
sarjetas,
Vinde, bendita chuva, para a
fertilidade do campo;
Flores, frutos saborosos, em mesas
fartas termos;
Fim de queimadas, o verde renascendo das
cinzas.
Vinde, bendita chuva! Se escassa, não
por culpa divina,
Mas devido à intervenção inconsequente,
Na Amazônia e em tantos outros
lugares.
Pagamos o preço pelo absurdo abuso.
É tempo de novas posturas, necessária
conversão.
Repensar nossas atitudes de consumo
da água,
Bem sagrado por Deus a nós confiado;
Reutilizá-la, reduzir o consumo, urge
reaprender.
Páginas de ecologia integral,
aprendamos a escrever.
Vinde, bendita chuva!
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