sábado, 6 de dezembro de 2025

Uma voz clama no deserto (IIDTAA)

 


Uma voz clama no deserto

O Comentário sobre o Profeta Isaías, escrito pelo bispo Eusébio de Cesareia, nos convida a refletir sobre a missão de João Batista, uma voz que clama no deserto, bem como a nossa missão como discípulos missionários do Senhor. 

Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, aplainai a estrada de nosso Deus’ (Is 40,3). O profeta afirma claramente que não será em Jerusalém, mas no deserto que se realizará esta profecia, isto é, a manifestação da glória do Senhor e o anúncio da salvação de Deus para toda a humanidade. 

Na verdade, tudo isto se realizou literalmente na história, quando João Batista anunciou no deserto do Jordão a vinda salvífica de Deus e ali se revelou a salvação de Deus. De fato, Cristo manifestou-Se a todos em Sua glória quando, depois de Seu batismo, os céus se abriram e o Espírito Santo, descendo em forma de pomba, pousou sobre Ele; e a voz do Pai se fez ouvir, dando testemunho do Filho: Este é o meu Filho amado, escutai-O (Mt 17,5). 

Estas coisas foram ditas porque Deus deveria vir ao deserto, desde sempre fechado e inacessível. Com efeito, todas as nações pagãs estavam privadas do conhecimento de Deus, e os homens justos e os profetas de Deus nunca haviam penetrado neles. 

Por este motivo, a voz ordena que se prepare um caminho para a Palavra de Deus e se aplainem os terrenos escarpados e ásperos, a fim de que o nosso Deus possa entrar quando vier. Preparai o caminho do Senhor (Mc 1,3): é esta a pregação evangélica que traz um novo consolo e deseja ardentemente que o anúncio da salvação de Deus chegue a todos os homens. 

Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa-nova a Sião. Levanta com força a voz, tu, que trazes a boa-nova a Jerusalém (Is 40,9). Depois que se mencionou a voz que clama no deserto, convêm perfeitamente estas palavras, que se referem aos evangelistas e anunciam a vinda de Deus entre os homens. De fato, a alusão aos evangelistas devia logicamente seguir a profecia sobre João Batista. 

Que Sião é esta, senão a que antes se chamava Jerusalém? Era realmente um monte, como declara esta palavra da Escritura: O monte Sião que escolhestes para morada (Sl 73,2). E o Apóstolo: Vós vos aproximastes do monte de Sião (Hb 12,22). Não será uma alusão ao grupo dos apóstolos, escolhido entre o antigo povo da circuncisão? 

Tal é, pois, Sião ou Jerusalém, que recebeu a Salvação de Deus, e que foi edificada sobre o monte de Deus, isto é, sobre o Verbo, seu Filho único. A ela, que subiu ao alto monte, é que Deus ordena anunciar a palavra da salvação. Mas quem anuncia a boa-nova, senão o coro dos evangelistas? E o que significa anunciar a boa-nova? É proclamar a todos os homens, e em primeiro lugar às cidades de Judá, a vinda de Cristo à terra.”

Tempo do Advento, tempo favorável de recolhimento e revisão de nossa fidelidade e testemunho no seguimento do Senhor, como discípulos missionários Seus.

Tempo de preparar o caminho do Senhor, de preparar nossos corações para bem celebrarmos o Seu Nascimento, Mistério profundo e inesgotável de nossa fé.

Como Igreja Sinodal que somos, tempo de proclamar a todas as pessoas que Ele veio, vem e virá, gloriosamente, e por isto devemos permanecer vigilantes e orantes, empenhados na prática da justiça, fortalecendo vínculos de comunhão e fraternidade, fazendo progressos contínuos na prática da caridade.

Que ao chegar a noite do Natal, nosso coração esteja devidamente preparado para celebrar Sua chegada a cada instante em nossa vida, não mais na manjedoura de Belém, como fato do passado, tão apenas recordado.

Como cristãos, não apenas comemoramos o Natal, nós celebramos, e isto implica em sincero esforço de conversão, contando sempre com a misericórdia e graça divinas e, tão somente assim, a luz de Deus iluminará a noite tão esperada e todas as noites escuras de nossa vida.

João Batista: seu grito ressoa pelos séculos (IIDTAA)

                                                           


João Batista: seu grito ressoa pelos séculos

A Liturgia do 2º Domingo do Advento (ano A) nos apresenta a passagem do Evangelho de Mateus, em que João Batista encontra-se no deserto pregando o batismo de conversão, anunciando a proximidade do Reino de Deus e a necessária preparação do caminho do Senhor e o endireitar das veredas para a Sua chegada (Mt 3,1-12).

Vejamos esta afirmação:

“João Batista já não está nas margens do Jordão. Já desapareceram todos os que ele fustigava. Também Aquele que o Batista anunciava já deixou a terra, depois de ter cumprido a Sua missão. Mas a voz do Precursor continua a ressoar na Igreja, aos ouvidos dos que receberam o Batismo no Espírito Santo: ‘Praticai ações que se conformem ao arrependimento que manifestais!’ Porque essa conversão não é coisa de um dia; terá de continuar ao longo de toda a vida, com a esperança de que se mantém, graças à ‘paciência e consolação que vêm das Escrituras’, como diz São Paulo (Rm 15,4)”. (1)

A voz de João “continua a ressoar na Igreja” e “aos ouvidos dos que receberam o Batismo no Espírito Santo”.

Passaram-se os tempos, novos contextos, mas a voz de João não perde a força profética, porque ainda há muito que ser transformado, para que tenhamos uma nova realidade, em que a vida humana seja, de fato, um templo vivo onde Deus habita.

Uma passagem rápida pelos noticiários em todos os âmbitos, vemos que os valores efêmeros, transitórios, norteiam ações e decisões. Os interesses econômicos, as vantagens prevalecem em detrimento do bem comum, com desvios execráveis, corrupção, cumplicidade, propinas e um esforço conjunto de desmoralização de ações que venham passar a limpo o que for preciso.

A voz profética de João ressoa em todos os âmbitos, para que a conversão nos leve a produzir frutos bons e agradáveis que a fé exige: como pessoa, família, comunidade e sociedade.

Impossível que sua voz não seja ressoada, inadmissível que seja sufocada.

Tenhamos a coragem de afinar nossos ouvidos e captar seu grito, que chega a cada um de nós, certos de que quanto mais nos abrirmos à sua escuta, em sincera atitude de conversão, mais instrumentos de harmonia, concórdia e comunhão haveremos de ser, deixando-nos guiar pela Sagrada Escritura, que é para nós garantia de constância e conforto em todos os momentos, para que não recuemos no testemunho da fé, como tão bem nos exortou também o Apóstolo Paulo (Rm 15,4-9), na segunda Leitura também proclamada neste segundo Domingo do Advento.



(1) Missal Quotidiano e Dominical - Editora Paulus - Lisboa - 2012 p.63

Conversão: voltar-se à fonte da vida e do perdão, Jesus (IIDTAA)

                                                             


Conversão: voltar-se à fonte da vida e do perdão, Jesus

“Em Jesus, o caminho do homem e o
caminho de Deus se encontram.”

Reflitamos sobre a conversão de que tanto se fala.

O Missal Dominical nos apresenta uma riquíssima reflexão rumo ao Natal do Senhor.

É uma “voz” melodiosa que penetra nossa alma para que trilhemos o caminho da maturação, que passa necessariamente pela conversão, pela transformação de nossa vida, palavras, atos, pensamentos e atitudes.

O primeiro enunciado é uma afirmação que nos enche de alegria e esperança: “Todos os homens encontrarão o Deus que salva”

“O Advento é tempo de conversão, tempo para preparar os caminhos do Senhor, para endireitar as veredas, a fim de que chegue o Reino de Deus.

O homem moderno não é muito atento ao tema da conversão a Deus. Diante dos graves desafios que se lhe impõem (fome, ignorância, guerra, injustiça), mobiliza todas as suas energias, abandona até o comodismo, impõe-se uma conversão cotidiana: a conversão do homem a si mesmo.

Mas a conversão a Deus como disponibilidade radical a Ele é renúncia total a si mesmo, deixa-o insensível ou até hostil, porque o coloca diante de sua fraqueza e parece desviá-lo de sua verdadeira tarefa.

O cristão de hoje está consciente do dever de contribuir para a realização do desígnio de Deus e a solução dos problemas do mundo, colaborando na obra da criação, e dando-lhe o melhor de si mesmo.

Mas, em tudo isso, onde se encontra a conversão a Deus? Se os cristãos perdem o senso da conversão a Deus, e se o cristianismo apresenta apenas o aspecto de um humanismo sem dimensão religiosa, priva-se o mundo de um dom divino."

A segunda parte da reflexão é um imperativo para a nossa vida: Aplanai o caminho!:

“Com João Batista, o Precursor (Evangelho), Deus vai visitar seu povo. A voz severa que clama no deserto nos prepara para o juízo de Deus não com atos puramente exteriores e rituais, mas com a conversão do coração.

Jesus continuará nesta linha de conversão; a opção pelo Reino significará despojamento de si, renúncia a toda forma de orgulho, disponibilidade às inspirações do Espírito, obediência. O homem que quiser seguir a Jesus é chamado a despojar-se de si e a perder-se de algum modo.

Semelhante conversão religiosa é acessível a todos os homens, de qualquer condição social ou espiritual; não está concretamente ligada a nenhuma prática penitencial, embora tenda a exprimir-se em ações significativas, e é proposta a todos os homens, uma vez que todos são pecadores, e Jesus mesmo declara ter vindo só para os pecadores.

É uma mudança radical da mentalidade e das atitudes profundas, que se manifesta em ações novas e vida nova; é uma disponibilidade total a serviço do Amor de Deus e dos homens.

Por isso Paulo pede que os filipenses possam sempre "discernir o que mais convém, ser puros no dia de Cristo" e repletos do "fruto da justiça”.

O Reino de Deus está, pois, a caminho; ninguém poderá detê-lo... O juízo de Deus está sobre nós como o machado na raiz da árvore. Depende de cada um de nós fazer com que seja um juízo de conversão ou de irremediável endurecimento.”

A terceira parte é um convite ao contínuo "caminhar" que devemos todos fazer:

“O itinerário que cada homem deve percorrer em sua vida, como o caminho de toda a humanidade em sua história, não tem a comodidade das modernas estradas de rodagem.

A contínua marcha do homem para a felicidade se abre na precariedade e é semeada de obstáculos, interrompida por encruzilhadas sempre dilacerantes.

Entretanto, o homem não desiste dessa sua contínua peregrinação; como o povo de Israel no deserto, vagueia rumo à "sua" terra. Cristo é a encruzilhada decisiva na estrada dos homens: ou com Ele ou contra Ele.

A de Cristo, porém, é a estrada mais árdua; passa através do Sangue e da Cruz, mas é a única que leva a Deus. Em Jesus, o caminho do homem e o caminho de Deus se encontram.

O convite de Cristo a cada um é sempre premente: "Vem, segue-me". Não há outra estrada para chegar a Deus senão seguir os passos de Cristo; só assim o homem não caminha nas trevas e na incerteza.”

Finalmente, apresenta-nos o caminho do amor e da justiça que devemos fazer como pessoas Eucarísticas que somos:

“Percorrer o caminho de Cristo quer dizer encontrar-se com Ele; quer dizer obstinar-se decididamente em seu caminho vencendo todos os obstáculos.

O sinal visível desse encontro é a Celebração Eucarística. Sinal não só da nossa opção por Cristo, mas também da opção pelos homens como irmãos e companheiros de viagem. É escolher a estrada estreita do amor e da justiça, porque este foi o caminho de Cristo.

Participar humanamente da Eucaristia significa tornar-se pão para os outros, como Cristo o é para nós; significa dar a vida para fazer crescer em torno de nós o amor e a justiça, o sorriso e a esperança.”

Continuemos nossa caminhada de conversão, sempre como um processo contínuo, inacabado, que desabrochará na glória da eternidade.

A cada instante algo clama por conversão em nossa vida, ao nosso redor, em qualquer lugar em que estejamos, que vivamos...

Sem conversão não há Advento, obviamente, não haverá Natal. Somente o esforço contínuo da Conversão nos alcança a alegria do Natal tão esperada, e a contemplação e celebração do mais belo e maior Mistério que a humanidade pode testemunhar: um Deus que Se faz Carne, Se faz gente, habitando em nosso meio, fazendo-Se um de nós, igual a nós, exceto no pecado.

Ele, a fonte do perdão e da vida, nós, os necessitados do perdão e da vida!

Advento: rever o caminho feito (IIDTAA)

                                                               

Advento: rever o caminho feito

Reflexão sobre o Tempo do Advento, quando somos convidados a rever o caminho que estamos fazendo, como peregrinos da esperança:

“A Eucaristia proporciona aos cristãos a oportunidade de provar seu universalismo e recusar uma separação entre ‘fracos’ e ‘fortes’, uma vez que nesta Mesa o Senhor se oferece por todos. É o ‘vínculo da união’: união com os irmãos, união com Deus em Cristo.

O anúncio da libertação trazida por Cristo suscita uma grande esperança. A nossa geração espera ansiosamente um futuro de liberdade, apesar da fuga de muitos para um passado de recordações, ou para um presente de alienações.

O Povo de Deus mantém viva no mundo esta esperança quando, com os olhos no futuro, vive, no presente de modo a merecer confiança, isto é, com fé, caridade e firme esperança”. (1)

Assim ocorre conosco quando da Mesa da Eucaristia participamos: são fortalecidos os vínculos da união com Deus, mas também entre nós, e isto remete ao cotidiano, na superação de toda a desigualdade, para que se viva maior fraternidade, solidariedade, comunhão e partilha dos bens que passam, movidos pelos bens que não passam, os valores do Reino (amor, verdade, justiça, liberdade, fraternidade, perdão, acolhida, alegria...).

É graça e missão que Deus nos concede de sermos no mundo sinal desta nova realidade, porque são solidificados e revigorados os fundamentos de um novo futuro, as virtudes divinas: fé, Esperança e caridade.

Deste modo, não somamos com os que vivem sentimentos nostálgicos de um passado de possíveis boas recordações, até beirando um saudosismo sem fundamentos, que não tenham sido uma expressão concreta (como que fantasiando o passado), porque cada tempo tem seus desafios, suas dificuldades, provações, enfermidades, carências, tristezas, inquietações, superações e o mistério da cruz que nos acompanha.

Não podemos somar também com os que, no presente, se deixam levar pelas alienações, falsas promessas, messianismos sem consistência, promessas infundadas de felicidade, falsa prosperidade, ledo engano de soluções miraculosas ou mesmo mágicas, procura de respostas fundadas em superstições ou algo que não se justifique, até mesmo contradizendo e nos levando a negar a própria fé e os ensinamentos que devem orientar o rumo de nossa vida, de nossa história.

Devemos fixar nossos olhos no futuro, na espera de um novo céu e uma nova terra, mas com compromissos renovados cotidianamente na construção do Reino de Deus.

O Tempo do Advento é um Tempo fecundo de vigilância, conversão, oração, esperança, e, sobretudo, de nos deixarmos envolver pela misericórdia divina, revelada na Pessoa de Jesus, quando Se encarnou em nosso meio, cujo Nascimento, dentro de poucos dias, haveremos de celebrar.

Deste modo, o Natal não será reduzido a uma noite de comidas e bebidas, troca de presentes e amigo secreto, tão pouco reduzindo a montagem de um presépio, ainda que belo seja.

Natal será rever o passado, com seus erros e acertos, dar rumo novo ao presente, para que um novo amanhecer, num futuro cheio de alegria, vida e paz, possamos crer e esperar.

  
(1) Missal Dominical - Editora Paulus - p.11 

Preparar o Caminho do Senhor é…(IIDTAA)

                                                                 

Preparar o Caminho do Senhor é…
 
Advento: é tempo de VIGIAR, de preparar O Caminho do Senhor para que celebremos o verdadeira Natal do Senhor.
 
Deste modo, em muito nos ajudam os profetas Baruc, Isaías e João Batista.
 
Urge nivelar os vales, rebaixar os montes e colinas e endireitar os caminhos tortos: “Preparai o caminho do Senhor!” 
Mas no que consiste em preparar a vinda do Senhor que veio, vem e virá?
 
Preparar o caminho do Senhor é:
 
- Colocar-se em momentos de deserto para o necessário encontro pessoal com Deus no fortalecimento de nossa amizade com Ele: multiplicando momentos de oração pessoal, familiar, comunitária, novena de Natal, confissão…
 
- Dar prioridade aos valores de Deus em nossa vida, diante de tantos apelos que nos cercam;
 
- Procurar por Deus para que por Ele possamos ser encontrados. Ele vem sempre ao nosso encontro, às vezes somos nós que recusamos este vital encontro;
 
- Abrir-se ao futuro de Deus, um futuro que se pode conquistar já nesta terra, mas que se dá em definitivo no céu, com alegre espera, na fidelidade e amor;
 
- Transformar a realidade de exílio e deserto, por que passamos, para uma nova realidade, em que Deus caminha conosco;
 
- Colocar-se num caminho com atitudes de conversão e perdão, procurando o Sacramento da Penitência como expressão do desejo de conversão e esperança de tempos novos;
 
- Procurar viver uma vida pura, sem a mancha do pecado, e na paz. O pecado é a nódoa de nossa alma como disse um santo da Igreja;
 
- Preencher os vales de nossa vida, os nossos vazios existenciais e evitar toda e qualquer forma de omissão;
 
- Rebaixar os montes do orgulho, da vaidade e da ambição que nos destroem;
 
- Endireitar os caminhos do egoísmo, da ganância e do ódio, procurando relações de partilha, solidariedade, justiça, amor e paz;
 
- Procurar uma vida sóbria, desprendida, austera e simples contra toda onda consumista que nos envolve;
 
- Não perder a sensibilidade diante das pessoas e dos fatos, pois a insensibilidade nos embrutece diante do mistério da vida;
 
- Não deixar morrer a alegria e a esperança no coração;
 
- Viver a fidelidade em tudo em nossa vida: à palavra dada, ao compromisso assumido, aos princípios desde a infância aprendido;
 
- Cuidar das ovelhas extraviadas e mais necessitadas, como expressão do amor e da ternura do Bom Pastor;
 
- Oferecer ao outro o melhor que pudermos, colocando, com alegria a serviço do outro, da comunidade os dons que Deus nos concedeu;
 
- Não se acomodar diante do flagelo da fome, das enchentes, dos abandonos e fazer acontecer o milagre do amor que se expressa na alegria da solidariedade, compaixão e partilha;
 
- Procurar a criação e o fortalecimento de relacionamentos verdadeiros e sinceros de amizade na família, na comunidade, no trabalho e em qualquer outro lugar;
 
- Assumir a ética do cuidado da vida humana, do planeta numa espiritualidade ecológica: cuidar da obra do Criador: repensar nossa atitude consumista e depredatória; reutilizar; reciclar; reduzir consumo do que não for reciclável.
 
Reflitamos:
 
- Quais outras possíveis definições poderiam ser somadas às aqui apresentadas?
-  Quais são as definições que mais nos tocam para que preparemos bem a chegada do Senhor? 
 
Esperemos um Natal
belo, maravilhoso e cheio de luz!
Mas não basta esperar. 
Some-se ao verbo esperar o verbo preparar; 
esperar preparando o Caminho do Senhor, 
para que Ele possa irromper 
na escuridão da Noite de Natal, 
 iluminando nossa vida,  
ressoando em nós 
a Sua imprescindível presença amorosa!
E assim poderemos desejar a muitos
Um Santo e Feliz Natal!
Amém.

Preparar o Caminho do Senhor... (IIDTAA)

                                                         

Preparar o Caminho do Senhor... 

Não há Natal para quem só espera passivamente.
Não há Natal para quem vive pusilanimemente.
Preparemos o Caminho para a vinda do Senhor...
Transformemos sinais de ódio em sinais de amor!

Esperemos pelo Natal com total confiança, mas, antes,
Ponhamo-nos em atitude de vigilância constante!
Será Natal para quem se puser decididamente a caminho,
Para acolher Aquele que é A Verdade, A Vida e O Caminho!

Natal é a Festa de quem teve coragem de ousar!
É a Festa de quem teve coragem de n’Ele acreditar,
Para que um dia, na vida acolhida, paixão assumida,
Alcançando também a graça de n’Ele Ressuscitar!

Natal é a Festa de quem teve coragem de mudar,
De rever caminhos, passos, atitudes e projetos...
Não se reduziu aos sonhos da noite, sonhando em pleno dia...
Quem multiplicou relações fraternas de sinceros afetos.

Nova Família, Mundo Novo, jamais existirão,
Se nada de novo, em nós, germinar, começar,
Antes que o Natal chegue, e Ele chega silenciosamente,
Preparemos o Caminho do Senhor, inexoravelmente!

Que o Espírito do Senhor repouse sobre nós (IIDTAA)

                                                                  

Que o Espírito do Senhor repouse sobre nós

                                            “Do tronco de Jessé nasceu a vara...

O Profeta Isaías (Is 11,1-10) nos apresenta um Oráculo pronunciado num momento dramático da história de Israel. A esperança da dinastia havia ruído. As palavras de Isaías são palavras de confiança e esperança.

Do tronco da origem de Jessé brotará prodigiosamente um novo rebento, através do qual se cumprirão todas as promessas feitas por Deus.

Sobre Ele pousará o Espírito e com Ele Sua ação que se revela em:

Espírito de Sabedoria – habilitação para o governo segundo os desígnios de Deus;
Espírito de Inteligência – discernimento entre o bem e o mal;
Espírito de Conselho e Fortaleza – compreensão dos planos do Senhor e contar com a força de Deus para o cumprimento;
Espírito de Conhecimento e Temor de Deus – docilidade em todo momento à vontade Divina.

A Igreja desenvolverá este último em Piedade – perfeita sintonia com a vontade de Deus.

Em Jesus a promessa se cumpriu: brotado como um rebento da família de Davi.

Advento, portanto, consiste na preparação para celebrarmos o nascimento d’Aquele que cumpriu a promessa: Jesus. Assim é Deus: promete e cumpre.

Jesus é a revelação da Sabedoria e Inteligência, muito mais do que Salomão.

A manifestação do Conselho e Fortaleza, muito mais do que Davi.
Sobre Ele o Conhecimento e o Temor de Deus, muito mais do que dos Patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, muito mais do que Moisés e os Profetas.

Jesus Cristo, o Verbo Encarnado é a promessa mais bela que Deus pode realizar em favor da humanidade, como máxima expressão do Seu amor, na ação do Espírito.

Concluamos com esta canção - “Cálix Bento” - “Ó Deus salve o Oratório”:

“Ó Deus salve o Oratório
Onde Deus fez a morada
Oiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiá
Onde mora o Cálix Bento
Onde mora o Cálix Bento
E a Hóstia Consagrada
Óiá, meu Deus, e a Hóstia Consagrada, oiá
De Jessé nasceu a vara
De Jessé nasceu a vara
E da vara nasceu a flor
Oiá, meu Deus, da vara nasceu a flor, oiá
E da flor nasceu Maria
E da flor nasceu Maria
De Maria o Salvador
Oiá, meu Deus, de Maria o Salvador, oiá”.

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