sábado, 1 de novembro de 2025
“A montanha azul”
O julgamento final e as obras de misericórdia
O julgamento final e as obras de misericórdia
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,31-46), que nos fala sobre o juízo final, quando o Senhor virá em Sua glória para nos julgar a todos.
Trata-se de uma passagem fundamental para todos nós, pois nos ilumina para que vivamos uma religião pura e verdadeira aos olhos de Deus.
Deste modo, nossas orações, tudo o que professamos e celebramos, precisa ser mais do que nunca acompanhado de compromissos concretos, como vemos nas obras de Misericórdia Corporais e Espirituais:
Obras de misericórdia corporais: Dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; assistir aos enfermos; visitar os presos; enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais: Dar bom conselho; ensinar os ignorantes; corrigir os que erram; consolar os aflitos; perdoar as injúrias; sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; rogar a Deus por vivos e defuntos.
São iluminadoras as palavras do Bispo e Doutor Santo Agostinho sobre esta passagem:
“Todo o mal que os maus fazem é registado – e eles não o sabem. No dia em que ‘Deus virá e não se calará’ (Sl 50, 3) [...]. Então, Ele Se voltará para os da Sua esquerda: ‘Na terra, dir-lhes-á, Eu tinha posto para vós os meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai – mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu tesouro. Vós nada depositastes nas mãos deles: por isso nada encontrais em Mim’” (1).
Tenhamos sempre esta solicitude para com os “pobrezinhos na terra”, pois são eles os “portadores” que levam nossas boas obras ao tesouro do Senhor.
Empenhemo-nos neste “depósito”, para que possamos ouvir dos lábios do Senhor:
“Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo” (Mt 25,34).
(1) Sermão de Santo Agostinho – cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1039
PS: Apropriado para o dia de Finados ou da Solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo, quando se proclama esta passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,31-46)
Em poucas palavras...
Perfeitamente configurados a Jesus
“‘Dar a vida pelos irmãos’ pode ser mera frase feita, se a experiência de evangelho vivido pessoalmente não nos der um mínimo de base vital comum com Cristo encarnado, crucificado e ressuscitado” (1)
(1) Missal Cotidiano – Comentário da passagem da Carta de Paulo aos Filipenses (Fl 2,5-11) – pág. 1453
Sejamos iluminados pelas Bem-Aventuranças
Cruz e santidade
A verdadeira felicidade
A verdadeira
felicidade
A título de
aprofundamento da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,17.20-26; Mt 5,1-12),
sobre as Bem-Aventuranças, que Jesus Cristo apresentou como projeto de vida
para Seus discípulos, retomemos esta reflexão de Pe. José David Quintal Vieira,
scj:
“Desiludido pela vida, um beduíno isolou-se no
deserto. Depois de muito andar entrou numa gruta tão enigmática como a sua
vida.
Olhando
as paredes nuas e frias, seguiu um rasto de luz.
–
Entra, meu irmão – encorajou-o uma voz benévola.
Na
penumbra viu então um eremita em oração.
–
Tu vives aqui? – perguntou surpreso – Como consegues resistir sem conforto e
longe de todos? Como podes ser feliz aqui?
O
eremita sorriu:
–
Eu vivo pobre mas tenho um grande tesouro. Olha para cima – E apontou para uma
pequena abertura no teto da gruta – Que vês?
–
Não vejo nada.
–
De certeza que não descobres nada?
–
Só um pedaço do céu…
–
Só um pedaço de céu?! E não te parece que é um tesouro maravilhoso?
Jesus
Cristo apresenta-nos hoje uma proposta de felicidade. Muitas vezes a nossa
felicidade parece um projeto adiado: Só seremos felizes quando tivermos isto,
quando fizermos aquilo, quando chegarmos ali… Depois ficamos frustrados porque
a felicidade continua mais à frente, qual alvo móvel.
A
felicidade é um caminho. Aproveite todos os momentos que tem, eles são um
cantinho do céu. Não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo, com ou
sem lágrimas. A felicidade é uma viagem, não um destino.”
Montanha (Evangelho de Mateus) ou
planície (Evangelho de Lucas), de fato, as Bem-Aventuranças nos apontam um paradoxal caminho
de felicidade, muitas vezes em total oposição à felicidade que o mundo propõe.
A exemplo do beduíno,
tenhamos no horizonte o “pedaço do céu” para, com coragem, darmos testemunho de
fé, como peregrinos de esperança, na vivência da caridade.
De fato,
a felicidade é uma viagem que fazemos e não um destino, com suas renúncias, fidelidade
e oração.
Importa
que não nos percamos nesta viagem, e, assim, já sentiremos o gosto da
verdadeira felicidade.
A verdadeira felicidade







