quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Confiança plena na Palavra do Senhor

                                                   

Confiança plena na Palavra do Senhor

A passagem do Evangelho de Lucas (Lc 5,1-11), apresenta-nos os discípulos que deixaram tudo para seguir Jesus, após o êxito da pesca milagrosa, precedida de uma noite em que nada pescaram.

O sinal da pesca milagrosa é a confirmação da eficácia real da Palavra de Jesus. Nela confiar, confere uma nova identidade ao discípulo, um novo modo de viver, o fracasso cederá lugar ao êxito, pois Deus tem sempre a última Palavra.

Evidentemente que esta eficácia e êxito não são frutos de uma escuta passiva, mas da coragem de fazer o que Jesus ordena, ainda que pareça absurdo, segundo os critérios e lógica humanas: “Mas, em atenção à Tua Palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5):

“O convite a fazer-se ao largo e a lançar as redes pode ser entendido, também, seguindo o texto grego do Evangelho, como um avançar para o profundo, onde a água é mais escura e há mais incerteza. Jesus lança um desafio aos pescadores da Galileia a não se deterem onde os peixes se veem, mas também a irem para onde parece não haver nada.

Porque não se vê nada: lá o Senhor preparou já a Sua messe.... a fadiga humana por si só é estéril, porque sendo inutilizada pelo medo não sabe ousar e procura sempre novas seguranças, com a ilusão de que tudo o que vemos e pensamos seja a totalidade e a possibilidade das coisas que existem.” (1)

A atenção à Palavra de Deus requer de nós maior empenho, mais esforço, aparentemente mais cansativo, mas “indubitavelmente mais satisfatório, porque onde não se pensa ousar, é aí que se encontra a abundância dos frutos desejados” (2)

Também nós somos convidados, pelo Batismo, a lançar nossas redes em águas mais profundas, e a confiar na Palavra de Deus, que nos assegura o êxito no aparente fracasso, os frutos abundantes se com Ele permanecermos e colocarmos em prática a Sua Palavra (cf. a Parábola da videira - Jo 15).

Confiando na Palavra divina, concluamos com esta Oração, renovando a alegria e o ardor na missão evangelizadora por Deus a nos confiada.

Oremos: 

Deus de infinita grandeza, que confiais aos nossos lábios impuros e às nossas frágeis mãos a tarefa de levar aos homens o anúncio do Evangelho, amparai-nos com o vosso Espírito, para que a Vossa Palavra, acolhida por corações abertos e generosos, frutifique em todos os cantos da terra” (3)

Pai Nosso que estais nos céus...


(1) Lecionário Comentado - Volume Tempo Comum - Editora Paulus - Lisboa - p. 268
(2) (3) Idem - p. 269

“Em atenção à Tua Palavra...”(09/02)

“Em atenção à Tua Palavra...”
Avançando para águas mais profundas, como nos manda o Senhor (Lc 5,1-11), continuamos nossas atividades na ação evangelizadora, sempre com amor, zelo e alegria; inspirados e motivados em viver o Projeto que Ele nos apresentou no Sermão da Montanha (Mt 5,1-12), para que, na planície do cotidiano, sal da terra e luz no mundo sejamos.

Fiel é o Senhor no cumprimento de Sua Palavra: depois de uma noite sem nada pescar, Ele convida os discípulos a lançarem a rede, e Simão responde: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). 

As redes foram puxadas, e havia tamanha quantidade de peixes que elas se romperam. Assim também acontece conosco, quando vivemos a fidelidade ao Senhor.

Deste modo, confiantes na Palavra do Senhor, que jamais nos decepciona, precisamos Proclamar a Palavra, oportuna e inoportunamente, bem como promover o fortalecimento das diversas pastorais e o nascimento de outras; fortalecer os movimentos e serviços, vivendo a graça do batismo como profetas, sacerdotes e reis.

Contando sempre com Espírito do Senhor, o verdadeiro protagonista da evangelização, confiantes na Palavra de Deus, conscientes de que somos Seus instrumentos, continuemos lançando nossas redes, renovemos a alegria, ardor e zelo da missão evangelizadora.

Nada façamos sem Deus... (09/02)


Nada façamos sem Deus...

“Porque, sem o Criador, a criatura se reduz a nada”

A Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, sobre a Igreja no mundo de hoje, é um dos mais belos Documentos do Concílio Vaticano II. É sempre oportuno retomá-lo.

Fiquemos com esta preciosa concepção da atividade humana nas construções de um mundo mais humano, solidário e fraterno.

“A atividade humana origina-se no homem e para o homem se ordena. De fato, ao trabalhar, o homem não apenas modifica os seres e a sociedade, mas aperfeiçoa-se a si também. Aprende muitas coisas, desenvolve suas faculdades, sai de si mesmo e se supera.

Este crescimento, se bem entendido, vale muito mais que toda a riqueza que possa ajuntar. O homem vale mais pelo que é do que pelo que tem.

Igualmente, tudo quanto os homens fazem para obter maior justiça, fraternidade mais larga e uma ordem mais humana nas relações sociais, tem maior valor do que os progressos técnicos. Estes podem proporcionar base material para a promoção humana, mas, por si sós, não conseguem realizá-la.

Esta é, pois, a norma da atividade humana: que corresponda ao genuíno bem da humanidade, de acordo com o desígnio de Deus, e permita ao homem, como indivíduo ou como membro da sociedade, a plena realização de sua vocação.

Contudo, muitos contemporâneos parecem temer um vínculo muito estreito entre a atividade humana e a religião. Veem nisso um perigo para a autonomia das pessoas, das sociedades e das ciências.

Se por autonomia das realidades terrenas entendemos que toda criatura e as sociedades gozam de leis e de valores próprios, que o homem deve gradualmente reconhecer, utilizar e organizar, tal exigência de autonomia é plenamente legítima.

Não só é exigida pelos homens de hoje, mas concorda com a vontade do Criador. Em virtude mesmo da criação todas as coisas possuem consistência própria, verdade, bondade, leis e ordens específicas. Deve o homem respeitá-las reconhecendo os métodos próprios de cada ciência e técnica.

Seja-nos, portanto, permitido deplorar certas atitudes existentes mesmo entre cristãos, insuficientemente advertidos da legítima autonomia da ciência, que levaram, pelas tensões e controvérsias suscitadas, muitos espíritos a julgar que a fé e a ciência se opõem.

Se, porém, por ‘autonomia das realidades temporais’ se entende que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem qualquer referência ao Criador, quem reconhece a Deus não pode deixar de perceber a que ponto é falsa esta afirmação. Porque, sem o Criador, a criatura se reduz a nada.”

Para aprofundar, retomo a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 5,1-11) em que Jesus faz de Pedro e toda Igreja “pescadores de homens”, naquele dia da pesca milagrosa, depois de uma enfadonha e decepcionante  noite sem nada pescar, e que somente no amanhecer, em atenção a Palavra do Divino Mestre, o êxito é alcançado – “assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam” (v. 6).

Oportunas são também estas palavras do Missal Cotidiano sobre esta passagem do Evangelho:

“Quando a humanidade se encontra à beira de um abismo, basta pouco para nele precipitar-se, tal é o seu egoísmo e seu gosto de poder.

Hoje, ser pescador de homens significa participar de todos os empreendimentos que querem livrar o homem dessa perdição e que concorrem para arrancar a humanidade do perigo que a ameaça, através de maior igualdade, paz mais estável, mais ampla possibilidade de promoção para os pequenos...

A Igreja só pode revelar o Amor de Deus partilhando este Amor com os homens”.

Nisto consiste a missão da Igreja, avançar para águas mais profundas e lançar as redes, testemunhando que a Onipotência Divina não dispensa a ação humana.

A Igreja nos ensina que toda atividade/trabalho humano é uma forma do homem participar da obra da criação.  

Embora Deus não prescinda da atividade humana, para que ao nada não sejamos reduzidos, é imprescindível que a mesma corresponda aos desígnios divinos.

Portanto, como criaturas, unamo-nos ao Criador de todas as coisas, para com Seu Filho Redentor, confiando na ação e presença do Santo Espírito, desenvolver tudo quanto possamos para que a vida humana brilhe em esplendor e dignidade.

Confiemos plenamente na Palavra de Deus (09/02)

Confiemos plenamente na Palavra de Deus

“Avancemos para águas mais profundas”

Com a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 5,1-11), contemplamos a presença e ação de Jesus que assegura  a grande pesca milagrosa.

A passagem pode ser dividida em três partes:

- A descrição do lugar da pregação de Jesus (v. 1-3);
- A pesca milagrosa (v.4-10a);
- O chamamento de Simão (v. 10b-11).

Através de Sua presença e Palavra, Jesus nos revela a face de Deus, que vai sempre ao encontro do homem, de suas necessidades, e  manifesta Sua ação gloriosa nos momentos de aparente fracasso, transformando-os em êxitos, que revelam Sua magnificência e onipotência e amor incondicional por nós.

Estar na barca de Jesus (símbolo da Igreja), exige que escutemos a Sua Palavra e O reconheçamos como a presença de Deus em nosso meio; aceitando a Sua proposta libertadora e deixando tudo por Ele, com a certeza de êxito numa “pesca milagrosa”:

“A pesca extraordinária é símbolo da atividade futura de Pedro: o seu barco, ou seja, a Igreja, tem em nome de Jesus, a tarefa de ‘pescar’ os homens para o Reino dos Céus. E Jesus está sempre junto dos Seus para os ajudar” (1)

Reflitamos:

- Estamos na barca de Jesus, de fato?
- Escutamos Sua voz, Sua Palavra?

- Reconhecemos Sua presença em nosso meio?
- Aceitamos Sua missão libertadora a nós confiada?
- Somos capazes de tudo deixar por causa de Sua Proposta?

Sigamos Jesus crendo na força, ação e presença do Ressuscitado, confiando plenamente em Sua Palavra, assim como fez o Apóstolo Pedro, e todos os que se puseram a caminho, como discípulos missionários Seus.

(1) Leccionário Comentado Tempo Comum - p.215

“Em atenção à Tua Palavra...”


“Em atenção à Tua Palavra...”

Avançando para águas mais profundas, como nos manda o Senhor (Lc 5,1-11), continuamos nossas atividades na ação evangelizadora, sempre com amor, zelo e alegria; inspirados e motivados em viver o Projeto que Ele nos apresentou no Sermão da Montanha (Mt 5,1-12), para que, na planície do cotidiano, sal da terra e luz no mundo sejamos.

Fiel é o Senhor no cumprimento de Sua Palavra: depois de uma noite sem nada pescar, Ele convida os discípulos a lançarem a rede, e Simão responde: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). As redes foram puxadas, e havia tamanha quantidade de peixes que elas se romperam. Assim também acontece conosco, quando vivemos a fidelidade ao Senhor.

Confiantes na Palavra do Senhor, que jamais nos decepciona, cuidemos do fortalecimento das diversas pastorais, bem como o nascimento de outras; fortalecendo também os movimentos e serviços, sempre com as redes cheias, porque muitos foram e são os agentes de pastoral que somam nesta missão, com dedicação, fidelidade, empenho e renovado compromisso pela graça do batismo, como profetas, sacerdotes e reis.

Que o Espírito do Senhor, o verdadeiro protagonista da evangelização, continue repousando sobre nós, pois bem sabemos que somos apenas Seus instrumentos: se a Ele nos abrirmos, confiantes em Sua Palavra, nossas redes estarão sempre cheias, e teremos sempre a alegria dos sinais do Reino de Deus diante de nossos olhos, fazendo pulsar mais forte e transbordar de alegria o nosso coração.

Contemos com a presença e intercessão de Maria, a Estrela da evangelização, em nossos trabalhos, de modo que jamais nos esqueçamos de suas palavras: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), pois somente assim, a certeza de vinho novo e pescas abundantes.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Vossa Palavra ilumina nossos passos

                                                         

Vossa Palavra ilumina nossos passos

Ó Deus, não permitais que apenas estudemos a Sagrada Escritura, compreendendo-a como tão apenas um livro pertencente ao passado, como uma história distante da nossa, mas que a compreendamos entrelaçada com a nossa, hoje, iluminando e abrindo caminhos novos para a construção de Vosso Reino, e melhor correspondermos aos Vossos desígnios de amor para com toda a humanidade.

Ó Deus, ensinai-nos o verdadeiro e fecundo modo de leitura da Sagrada Escritura, de Vossas Santas Palavras, sobretudo os Evangelhos, a fim de torná-los sempre uma Boa Notícia para o mundo, anunciando e testemunhando a Vida Nova do Ressuscitado, e a vida nova do Espírito, viver e comunicar, para que sejam transformadas todas as marcas do pecado, e vivamos na plena vida e liberdade que somente Vós podeis nos conceder.

Ó Deus, ajudai-nos a redescobrir sempre a atualidade da Mensagem do Vosso Filho, o Cristo Vivo, Glorioso e Ressuscitado, com a assistência de Vosso Santo Espírito, a partir da situação concreta do mundo no qual estamos inseridos e somos chamados a ser sal, fermento e luz, procurando saídas e respostas para os problemas que a todos nos afligem, sem jamais perdermos a luminosidade da fé, a perenidade da esperança e a eterna caridade. Amém.


Fonte de inspiração: At 13,13-25 e Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – p. 415-416

Testemunhar a fé resplandecendo a luz divina

                                                      

Testemunhar a fé resplandecendo a luz divina

“A messe é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe
 que mande trabalhadores para a colheita” (Lc 10, 2)

Renovemos nossos compromissos no aprofundamento e anúncio da nossa fé, para que a mesma resplandeça a luz da Palavra de Deus.

Precisamos compreender as inúmeras formas de atitudes que revelam, comunicam e testemunham a nossa fé, a fim de que sejamos sal da terra e luz do mundo.

Deste modo, testemunhamos a nossa fé quando não nos distanciamos do conhecimento e cumprimento da Lei Divina contida no Decálogo. Avançando, refletimos sobre o sétimo mandamento: “Não matar”.

Testemunhamos a nossa fé quando não nos dobramos aos pecados capitais que maculam a vida, roubam o que ela tem de mais belo e sagrado.

Testemunhar a nossa fé resplandecendo a luz divina, como bem tem insistido o papa, exige também que lancemos mão dos diversos meios de comunicação, e a internet sem dúvida é um instrumento eficaz para comunicarmos o Evangelho a todos os povos, manifestarmos nosso amor a Deus na construção de relações mais fraternas com o nosso próximo. Todavia é preciso que estejamos atentos às implicações que seu uso indevido pode nos causar.

Viver intensamente a Fé exige corajosa e generosa resposta ao Senhor que nos chama para o cuidado da messe, pois como Ele disse “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.”

Renovemos nossa alegria de amar e servir a Igreja, colocando nossos dons e carismas a serviço nas  diversas pastorais, movimentos e serviços.

Jesus volta permanentemente o seu olhar cheio de amor para nós pede que vendamos tudo para segui-Lo com alegria, disponibilidade, desapego, confiança e coragem, e nos garante cem vezes mais tudo que tenhamos renunciado, mas não sem perseguição.

Enfim, peçamos ao Senhor da messe, o verdadeiro consumador da nossa fé, que em todo tempo muitos corações se abram à alegria da Boa Nova do Reino, que a exemplo de Maria, respondam “sim” a vontade de Deus, para que empenhados e dedicados, dentro e fora da Igreja, construamos um mundo melhor.

Urge vivermos uma fé autêntica, fecunda, correspondendo ao chamado do Pai, para que nosso coração seja como a terra boa onde a Palavra de Deus cai e produz frutos de amor, alegria, vida e paz. Não há porque temer, recuar... Sua presença, força, ternura, amor e coragem nunca há de nos faltar.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG