quinta-feira, 27 de junho de 2024

Oração pelo Sínodo: Adsumus Sancte Spiritus

 


Oração pelo Sínodo: Adsumus Sancte Spiritus

“Aqui estamos, diante de Vós, Espírito Santo: estamos todos reunidos no Vosso nome.

Vinde a nós, assisti-nos, descei aos nossos corações.

Ensinai-nos o que devemos fazer, mostrai-nos o caminho a seguir, todos juntos.

Não permitais que a justiça seja lesada por nós pecadores, que a ignorância nos desvie do caminho, nem as simpatias humanas nos tornem parciais, para que sejamos um em Vós e nunca nos separemos da verdade.

Nós Vo-lo pedimos a Vós que, sempre e em toda a parte, agis em comunhão com o Pai e o Filho pelos séculos dos séculos. Amém. (1)

 

(1) Oração para o XVI Sínodo Eclesial 2021-2023 - Por uma Igreja Sinodal:  comunhão, participação e missão

Em poucas palavras...

 


Santidade

“«Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade» (Lumen Gentium n.48).

Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir: «Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um pelo seu caminho» (Lumen Gentium n. 11).” (1)

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 825

 

Por uma Paz verdadeira!

Por uma Paz verdadeira!

As pessoas falam e procuram tanto a paz... Mas que paz?
Confunde-se muitas vezes o sentido mais profundo que possui a palavra paz.

Paz não é a ausência de problemas, tão pouco de desafios a serem enfrentados.
Paz não é a serenidade da ausência do dinamismo próprio da vida.
Paz não é ausência de conflitos a serem superados, 
Nem tão pouco a ausência de compromissos num imobilismo estéril.
Paz não pode ser reduzida a um sentimento intimista e sentimental. 

Paz não é fugir do mal ou os olhos ao mesmo fechar.
Paz não é viver fora da realidade, sinônimo de alienação total. 
Paz não é evasão do mundo numa ilha imaginária e irreal.
Paz não é o sossego aparente dos braços cruzados. 

Paz não é cegueira e indiferença que levam à morte.
Paz não é seguir sempre caminhos já trilhados. 
Paz não é viver num mundo sem contratempos.

As pessoas falam e procuram tanto a paz... Mas que paz? 
A paz que somente o Ressuscitado nos pode alcançar. 



Paz que é banir do coração medos e temores, 
Para manter sempre acesa a chama do fiel amor. 
Mantendo a chama mais bela sempre acesa, 
A chama da fidelidade na presença do Senhor. 

Paz que é experimentada por quem com Deus vive a comunhão. 
Paz de quem sabe que a alegria verdadeira não se rouba, 
Pois é construída na Verdade da Fé da Ressurreição. 
Paz saboreada e enraizada no mais profundo do coração. 

Paz, sentimento de quem alcançou a maturidade, 
De também na vida suportar sofrimentos, 
Pois sabe que do menor ao maior sacrifício, 
Com Cristo se configura, com paixão e sem lamentos. 

Esta paz verdadeira é o que desejo para você.
Esta paz que tanto procuro e espero alcançar...

Paz que não se compra e não se financia.
Paz nutrida pela Palavra e celebrada em cada Eucaristia.
Paz
 vislumbrada e contemplada no coração da Mãe Maria.

A Paz verdadeira somente Ele pode nos dar!

Corrupção: “a praga putrefata da sociedade”

Corrupção: “a praga putrefata da sociedade”

A corrupção pode ser constatada em todos os âmbitos (local, nacional e internacional). Por isso, é oportuno que nos voltemos para a Bula “Misericordiae Vultus” - (n.19), em que o Papa Francisco nos exorta a vencermos esta tentação que ninguém está imune, e nos aponta caminhos para que não cedamos a esta “praga putrefata da sociedade”.

Inspirado em suas palavras, apresento uma oração que nos faz vigilantes, para que não apenas denunciemos e nos indignemos com a corrupção de múltiplas faces.

Urge que também não caiamos na tentação das mesmas, pois deste modo não realizaríamos  plano ao qual Deus nos predestinou: que sejamos santos e irreparáveis aos Seus olhos (Ef 1,1-4).

Oremos:

Libertai e conduzi, Senhor, todas as pessoas fautoras ou cúmplices da corrupção, pecado grave que brada aos céus, porque mina a base da vida pessoal e social.

Livrai-nos das armadilhas e da sedução da corrupção, que nos  impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a sua prepotência e avidez, nos leva à destruição dos projetos em favor da vida dos pequeninos e indefesos, com o esmagamento e morte dos mais pobres.

Livrai-nos do mal, Vos pedimos ao rezar o Pai Nosso, a oração que nos ensinastes. Um dos males é a corrupção, que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos, dos quais também podemos ter parcela ou plena responsabilidade.

Livrai-nos da corrupção, que consiste na contumácia do pecado, porque, nela mergulhados, caímos na tentação da substituição de Deus pelos ídolos sedutores da riqueza, do sucesso e do poder, e trilharemos, tristemente, no vale escuro em que se multiplicam as obras das  trevas.

Não permiti, Senhor, que pelo fermento da corrupção, nosso coração e olhar sejam levedados, para que não sejamos vítimas e promotores, ao mesmo  tempo, da violência urbana, da criminalidade, do tráfico de drogas, da miséria, dá má qualidade da educação e ensino.

Fortalecei-nos Senhor, para que erradiquemos a corrupção de nossas relações em todos os âmbitos, porque, mais cedo ou mais tarde, dela nos tornamos cúmplices e, com isto, a inevitável destruição da vida, estreitamento dos horizontes de um mundo novo por Vós querido para nós.

Conduzi, Senhor, nossa vida pessoal e social, iluminando-nos e nos ajudando, para que vivamos na  prudência, vigilância, lealdade, transparência. E com estes valores, de mãos dadas com a coragem, denunciar e anunciar novos tempos, por um mundo justo e fraterno. Amém.

“Pai Nosso que estais nos céus...” 

“Alegrai-vos no Senhor”

Alegrai-vos no Senhor

Sejamos enriquecidos por um dos Sermões do Bispo e Doutor da Igreja, Santo Agostinho (séc. IV), que nos exorta a manter viva a alegria, desde que ela seja no Senhor, como já dissera o Apóstolo Paulo aos Filipenses.

“O Apóstolo manda que nos alegremos, mas no Senhor, não no mundo. Pois afirma a Escritura: A amizade com o mundo é inimizade com Deus (Tg 4,4). Assim como um Homem não pode servir a dois senhores, da mesma forma ninguém pode alegrar-se ao mesmo tempo no mundo e no Senhor.

Vença, portanto, a alegria no Senhor, até que termine a alegria no mundo. Cresça sempre a alegria no Senhor; a alegria no mundo diminua até acabar totalmente. Não se quer dizer com isso que não devamos alegrar-nos, enquanto estamos neste mundo; mas que, mesmo vivendo nele, já nos alegremos no Senhor.

No entanto, pode alguém observar: ‘Eu estou no mundo; então, se me alegro, alegro-me onde estou’. E daí? Por estares no mundo, não estás no Senhor?

Escuta o mesmo Apóstolo, que falando aos atenienses, nos Atos dos Apóstolos, dizia a respeito de Deus e do Senhor, nosso Criador: n’Ele vivemos, nos movemos e existimos (At 17,28). Ora, quem está em toda parte, onde é que não está? Não foi para isto que fomos advertidos? O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma (Fl 4,5-6).

Eis uma realidade admirável: Aquele que subiu acima de todos os céus, está próximo dos que vivem na terra. Quem está tão longe e perto ao mesmo tempo, senão Aquele que por misericórdia Se tornou tão próximo de nós?

Na verdade, todo o gênero humano está representado naquele homem que jazia semimorto no caminho, abandonado pelos ladrões. Desprezaram-no, ao passar, o sacerdote e o levita; mas o samaritano, que também passava por ali, aproximou-se para tratar dele e prestar-lhe socorro. O Imortal e Justo, embora estivesse longe de nós, mortais e pecadores, desceu até nós. Quem antes estava longe, quis ficar perto de nós.

Ele não nos trata como exigem nossas faltas (Sl 102,10), porque somos filhos. Como podemos provar isto? O Filho único morreu por nós para deixar de ser único. Aquele que morreu só, não quis ficar só. O Unigênito de Deus fez nascer muitos filhos de Deus. Comprou irmãos para Si com Seu Sangue. Quis ser condenado para nos justificar; vendido, para nos resgatar; injuriado, para nos honrar; morto, para nos dar a vida.

Portanto, irmãos, alegrai-vos no Senhor (Fl 4,4) e não no mundo; isto é, alegrai-vos com a verdade, não com a iniquidade; alegrai-vos na esperança da eternidade, não nas flores da vaidade. Alegrai-vos assim onde quer que estejais e em todo o tempo que viverdes neste mundo. O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma”.

Renovemos nossas forças em nosso discipulado marcado por superação de dificuldades, cansaços, desilusões, em todos os âmbitos de nossa vida.

Deste modo, precisamos manter viva a nossa alegria, e assim acontecerá se buscarmos nossa alegria no Senhor, a Verdade que nos faz verdadeiramente livres e realizados, com confiança e serenidade, e jamais “nas flores da vaidade”, como tão bem expressou o Bispo.

A noite escura de nossa existência: Será ela para sempre?

A noite escura de nossa existência:
Será ela para sempre?

 "Deus sempre está na aparente ausência."

Reflexão sobre a luta de Jacó com Deus - (cf. Gn 32,23-33).

Viver é constante processo de amadurecimento na fé. Viver amando é preparar um epílogo de eternidade, porque o amor jamais passará. Amar é condição para o alcance da eternidade, anseio mais profundo que carregamos.

Neste constante processo de amadurecimento, muitas lutas e embates prolongados fazem parte de nosso existir.

- Como combater?
- Com quem contar neste combate?

Combater contra os problemas e nunca contra Deus. Combater com Deus e não contra Ele.

Problemas existem, dificuldades também, mas é inegável e irrevogável a presença da graça de Deus em nossa vida.
       
Todo combate sem Deus se anuncia como desastrosa derrota, porque sem Ele nada podemos fazer.

Propor-se a combater sempre, com a imprescindível e soberana ajuda divina: 
                                         
- Dar o melhor de nós sempre!
- Esmorecimentos? Desistências?  Jamais!
- Hesitações e oscilações na fé? Não nos são permitidos.
- Minimização dos horizontes? Irremediavelmente inconcebível, inimaginável!
- Congelamento ou ausência da caridade? Absolutamente impensável.

Noites escuras de nossa existência são páginas, que fazem o conjunto da obra de arte que deve ser uma vida.

A mais bela história, o mais belo filme, a mais inesquecível vitória trazem consigo lembranças de momentos trágicos, dramáticos em que tudo parecia irreversível.

A mais bela história de nossa existência também comportará momentos prolongados de aparente ausência de Deus quando, de fato, Ele jamais Se fez ausente.

Deus, de fato, está sempre presente na aparente ausência:

- Quando Jó experimentou incontáveis perdas;
- Quando Jesus dormiu na barca;
- Quando gritou no alto da Cruz: “Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?”;
- Quando desceu à mansão dos mortos, no túmulo abismal da morte, mansão pela qual todos passaremos;
- Quando a noite escura da Sexta Maior se prolongou no sábado, para irromper em luz da aurora do Domingo da Ressurreição.

Reflitamos sobre eventuais e momentâneas noites escuras pelas quais possamos estar passando...
                 
- Será ela, a noite escura, eternizada?
- Terá, irremediavelmente, a última palavra?
- Jamais se estivermos com Deus!

Mas se ousarmos enfrentar noites escuras sem Ele ou contra Ele, inexoravelmente, ela terá a última palavra...

Sem Deus, nada tem beleza e êxito.
Sem Deus, nada tem luz e cor.
Sem Ele, nenhum esplendor!

Deus é como a luz a irromper em nossas noites escuras, frias e sombrias; como o sol que desponta em cada amanhecer!

É preciso n’Ele, sem sombra alguma de dúvida, crer em cada amanhecer até o entardecer. Noites escuras sim, para sempre jamais haverão de ser!

Com Deus, as noites escuras de nossa existência são iluminadas, e não são e nem serão para sempre.
                                    
Oremos: 

Que Tua luz, Senhor, irrompa esplendorosa, após noites escuras de nossa existência! 

Que elas, Contigo, alcancem o esplendor esperado! Amém!

“Santa Maria, Mãe de Deus



“Santa Maria, Mãe de Deus”

Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, como veremos em uma das Cartas escrita pelo Bispo São Cirilo de Alexandria (séc. IV), cuja Memória do santo, celebramos dia 27 de junho.

“Causa-me profunda admiração haver alguns que duvidam em dar à Virgem Santíssima o título de Mãe de Deus. Realmente, se nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que motivo não pode ser chamada de Mãe de Deus a Virgem Santíssima que O gerou? Esta verdade nos foi transmitida pelos discípulos do Senhor, embora não usassem esta expressão.

Assim fomos também instruídos pelos Santos Padres. Em particular, Santo Atanásio, nosso pai na fé, de ilustre memória, na terceira parte do livro que escreveu sobre a santa e consubstancial Trindade, dá frequentemente à Virgem Santíssima o título de Mãe de Deus.

Vejo-me obrigado a citar aqui suas palavras, que têm o seguinte teor: ‘A Sagrada Escritura, como tantas vezes fizemos notar, tem por finalidade e característica afirmar de Cristo Salvador estas duas coisas: que Ele é Deus e nunca deixou de o ser, visto que é a Palavra do Pai, Seu esplendor e sabedoria; e também que nestes últimos tempos, por causa de nós, Se fez homem, assumindo um corpo da Virgem Maria, Mãe de Deus’.

E continua mais adiante: “Houve muitos que já nasceram santos e livres de todo pecado. Por exemplo: Jeremias foi santificado desde o seio materno; também João, antes de ser dado à luz, exultou de alegria ao ouvir a voz de Maria Mãe de Deus’.

Estas palavras são de um homem inteiramente digno de lhe darmos crédito, sem receio, e a quem podemos seguir com toda segurança. Com efeito, ele jamais pronunciou uma só palavra que fosse contrária às Sagradas Escrituras.

De fato, a Escritura, verdadeiramente inspirada por Deus, afirma que a Palavra de Deus se fez carne, quer dizer, uniu-se à carne dotada de alma racional. Portanto, a Palavra de Deus assumiu a descendência de Abraão e, formando para si um corpo vindo de uma mulher, tornou-se participante da carne e do sangue. Assim, já não é somente Deus, mas homem também, semelhante a nós, em virtude da Sua união com a nossa natureza.

Por conseguinte, o Emanuel, Deus-conosco, possui duas realidades, isto é, a divindade e a humanidade. Todavia, é um só Senhor Jesus Cristo, único e verdadeiro Filho por natureza, ainda que ao mesmo tempo Deus e homem.

Não é apenas um homem divinizado, igual àqueles que pela graça se tornam participantes da natureza divina; mas é verdadeiro Deus que, para nossa salvação, Se tornou visível em forma humana, conforme Paulo testemunha com as seguintes palavras: ‘Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva’ (Gl 4,4-5)”.

Com clareza e argumentos irrefutáveis, o Bispo é um expressivo defensor da maternidade divina da Virgem Maria, que muito nos enriquece.

Tendo Maria como Mãe de Deus, podemos contar com sua indispensável presença, como Mãe do Verbo, Mãe da Igreja, e, portanto, nossa Mãe, que jamais nos abandona e está sempre nos orientando e nos abençoando no caminho, para que jamais dele nos desviemos.

Verdadeiramente Mãe de Deus e nossa, Maria, a Estrela da Evangelização, nos orienta, para que sigamos os passos de seu Amado Filho, ouvindo e fazendo tudo o que Ele nos disser, assim como fez naquele dia nas Bodas de Caná, e assim nunca nos faltará o Vinho Novo do amor, da alegria, da vida e da paz, que somente Jesus pode nos conceder.

Voltemo-nos a estas orações, que nos acompanham, e as rezemos com mais fervor:

“Ave Maria, cheia de graça... Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.”

E como rezamos ao concluir a Salve Rainha:

“Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.”.

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