quinta-feira, 27 de junho de 2024

Ouvintes e praticantes da Palavra do Senhor

                                                      

Ouvintes e praticantes da Palavra do Senhor

"Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática,
é como um homem prudente, que construiu
sua casa sobre a rocha" (Mt 7,24)

Ouvimos na quinta-feira da 12ª Semana do Tempo Comum a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 7,21-29).

A vida cristã é edificação de nossa vida sobre o fundamento que é o próprio Jesus, Sua Palavra e Projeto do Reino, do qual somos instrumentos.

Refletimos sobre o modo como edificamos a nossa vida; sobre a base em que construímos nossos projetos, que alavancam sonhos cultivados no mais profundo de nós, sempre regados pela graça da vigilância ativa e Oração.

Sonhos, utopias, desejos, metas, conquistas, novos horizontes... O Reino de Deus presente já em nosso meio, e ainda não plenamente. O novo céu e nova terra, a Jerusalém Celeste, sempre haverão de nos acompanhar, e se renovar.

É preciso pensar no juízo de Deus, que será como uma tempestade violenta que só deixará em pé as construções sólidas, as que estiverem fundadas, diz Jesus, sobre a Sua Palavra, sobre os valores por Ele propostos, sobre as Suas Bem-Aventuranças, um Projeto de vida e felicidade.

Não ficar submerso num verbalismo religioso, individual, comunitário ou até mesmo litúrgico, profundamente lamentável e abominável pelo Senhor, porque seria uma piedosa ilusão.

Construir nossa vida sobre a Rocha Consistente, que jamais será abalada, a Palavra de Deus que ouvimos, lemos, meditamos; Palavra que se faz Pão, Vida, Luz, Libertação, se vivida, garantia de Salvação.  Ele é a Rocha Consistente, nós uma pedra viva e preciosa aos Seus olhos.

Venham os ventos, as adversidades, as provações, as inquietações, as seduções, que aparentemente nos roubam forças e nos aniquilam, mas, se com fé enfrentadas, com o Esplendor e Vigor da Palavra e da Eucaristia, nada ruirá, nada sucumbirá, porque Deus fala, promete e cumpre.

Somente n’Ele uma vida solidificada, as tramas da existência entrelaçadas; páginas do quotidiano com a Tinta do Amor do Santo Espírito escrita, é que alcançaremos o desejo universal inerente a todo ser humano: a felicidade, que somente encontramos na Divina Fonte da Felicidade, Jesus, se ouvirmos e pusermos em prática a Sua Palavra.

Buscai primeiro o Reino de Deus


Somente o Senhor sacia nossa sede de eternidade

Somente o Senhor sacia nossa sede de eternidade

Fizeste-nos para Ti e inquieto está nosso coração,
enquanto não repousa em Ti.”

Sejamos enriquecidos por mais uma das Homilias do Bispo São Gregório de Nissa (séc. IV), na qual nos apresenta Deus como um rochedo inacessível, mas sempre voltado para nós, nas inquietações que nos acompanham, no árduo caminho da fé que fazemos ao Seu encontro, para que um dia O contemplemos face a face.

“O que costuma acontecer a quem do alto de um monte olha para o vasto mar lá embaixo, isto mesmo se dá com o meu espírito em relação à altíssima Palavra do Senhor: dessa altura olho para a inexplicável profundidade de seu sentido.

A mesma vertigem que se pode sentir em alguns lugares da costa, quando se olha desde uma grande elevação a cavaleiro das ondas para o mar profundo, do alto saliente de um penhasco que, do lado do mar, parece cortado pelo meio do vértice até a base mergulhada nas profundezas, sobrevém a meu espírito suspenso à grande Palavra proferida pelo Senhor:

‘Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus’.

Deus Se oferece à visão daqueles que têm o coração purificado. ‘Deus, ninguém jamais O viu’, diz o grande João. Confirma esta asserção, Paulo, aquele espírito sublime: ‘A quem homem algum vê nem pode ver’.

Eis aqui o penhasco, escorregadio, despenhadeiro sem fundo, talhado a pique, que não oferece em si nenhum ponto de apoio para a inteligência da criatura!

O próprio Moisés sentiu-se esmagado pela Palavra: ‘Não há, diz ele, quem veja a Deus e continue a viver’. Ele sentenciou que este penhasco é inacessível, porque nunca nossa mente pode lá chegar, por mais que se esforce por alcançá-Lo, erguendo-se até Ele.

Ora, ver a Deus é gozar a vida eterna. No entanto, que Deus não possa ser visto, as colunas da fé, João, Paulo e Moisés, o afirmam.

Percebes a vertigem que arrasta logo o espírito para as profundezas do conteúdo desta questão?

De fato, se Deus é a vida, quem não vê a Deus não vê a vida. Mas que não se possa ver a Deus, tanto os Profetas quanto os Apóstolos, levados pelo Espírito divino, o atestam. Em que angústias, portanto, se debate a esperança dos homens?

Contudo, o Senhor vem erguer e sustentar a esperança vacilante, assim como fez a Pedro, a ponto de afundar, firmando-o na água tornada resistente ao caminhar, para que ele não se afogasse.

Portanto, se a mão do Verbo se estender para nós, que vacilamos no abismo de nossas especulações, colocando-nos em outra perspectiva, perderemos o medo e, já seguros, abraçaremos o Verbo que nos conduz como que pela mão, dizendo:

‘– Bem-aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus’.”

Ver a Deus consiste no mais sublime desejo que habita nossa alma, como assim o foi na vida de todos os Santos e Santas, e que levou Santo Agostinho a dizer:

– “Fizeste-nos para Ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em Ti.”

Enquanto isto, importa suplicar ao Senhor, como falou o bispo; que O Senhor estenda Sua mão para que não vacilemos no abismo das especulações inúteis e estéreis, e assim não nos percamos no labirinto das verdades efêmeras, e tão pouco permitamos que nosso coração se curve às paixões que nos afastem da Paixão maior e incondicional, e, assim, nosso coração seja tomado pelo fogo abrasador do Amor de Deus, como rezou o Salmista (Sl 68/69):

“Por vossa causa é que sofri tantos insultos, e o meu rosto se cobriu de confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, como estrangeiro para os filhos de minha mãe. Pois meu zelo e meu amor por vossa casa/ me devoram como fogo abrasador.”

Movidos por uma esperança sem vacilos indesejáveis, e firmados numa fé, que nos impulsiona para os compromissos do Reino, na prática da inseparável virtude da caridade, que torna crível nossa fé e não ilusória nossa esperança, rumamos para a eternidade, ao mais belo e desejado dos Encontros.

Que a cada Eucaristia que participarmos, bebamos do Rochedo, que é o próprio Cristo, que nos dá vida nova pelo Batismo e nos sacia com o Sangue jorrado de Seu lado, para nos nutrir neste bom combate da fé, até que possamos merecer receber um dia, a coroa da glória, aos justos reservada.

“Deus vive na cidade”

“Deus vive na cidade”

“Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles;
eles serão o Seu povo, e Ele, Deus-com-eles, será o seu Deus”.
(Ap 21, 3)

Reflitamos sobre a vocação do discípulo missionário do Senhor, à luz do que nos disseram os Bispos na Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe, em Aparecida (2007):

“A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio às suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio às suas dores e sofrimentos. As sombras que marcam o cotidiano das cidades, como exemplo violência, pobreza, individualismo e exclusão, não nos podem impedir que busquemos e contemplemos o Deus da vida também nos ambientes urbanos.

As cidades são lugares de liberdade e oportunidade. Nelas, as pessoas têm a possibilidade de conhecer mais pessoas, interagir e conviver com elas. Nas cidades é possível experimentar vínculos de fraternidade, solidariedade e universalidade. Nelas, o ser humano é constantemente chamado a caminhar sempre mais ao encontro do outro, conviver com o diferente, aceitá-lo e ser aceito por ele.” (DAP - n.514).

Deste modo, as sombras, a obscuridade do quotidiano (violência, pobreza, individualismo, exclusão...), não são suficientes para ocultar a presença divina, através daqueles que, impulsionados pela fé, esperança e caridade, comprometem-se com um mundo novo, com um novo céu e uma nova terra, a nova Jerusalém. O autor do Livro do Apocalipse nos diz:

“Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o Seu povo, e Ele, Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!” (Ap 21,3-4).

Urge que vivamos nossa vocação batismal, na fidelidade a Deus, que vive na cidade, com suas marcas, contrastantes (elites econômicas, sociais e políticas, a classe média em seus diferentes níveis, e a grande multidão dos pobres), que fazem multiplicar os clamores que sobem aos céus, incessantemente, e Ele espera de nós sagrados compromissos de superação para uma nova realidade.

Entretanto, nossa vocação somente será fecunda e sinal do Reino, se, com a luz do Espírito Santo, que nos dá sabedoria para vivermos coerentemente a Palavra e os Preceitos Divinos, colocando em prática o Projeto das Bem-Aventuranças, que Jesus nos comunicou, no monte Tabor, anunciando e testemunhando Sua presença entre nós.

E ainda que por si não resolva todos os problemas, a proximidade das eleições nos oferece o desafio de viver a vocação política na cidade, empenhados em que esta seja mais humana e fraterna, pois, afinal, Deus vive nela e conta conosco para transformá-la.

Se desafios não nos faltam, muitos também são os instrumentos que podem nos ajudar no revigoramento da nossa vocação, como resposta a Deus que nos ama, chama, acompanha e fortalece. Dentre eles, a vivência das obras de misericórdia corporais e espirituais.

Sigamos em frente, em estado permanente de missão, evangelizando a nossa cidade com amor, zelo e alegria, nutridos pela força que encontramos nas Mesas Sagradas da Palavra e da Eucaristia.

Proclamar a Palavra na cidade

Proclamar a Palavra na cidade

Voltemos nosso olhar para as cidades urbanas com seus diversos contrastes, dificuldades e nos colocando frente à inquietantes questões. Entre elas: como e de que modo ser uma Igreja que evangeliza, neste contexto, comunicando a Boa-Nova do Reino que Jesus inaugurou?

A difícil realidade (política, econômica, educacional, cultural, social, infraestrutura, lazer etc.) de nossas cidades, exige que tenhamos uma força que nos impulsione; que não nos deixe submergir no mar das dificuldades, da desesperança, do desânimo. E esta força, como discípulos missionários de Jesus, encontramos no amor que o Apóstolo Paulo se referiu à Comunidade de Corinto: “O amor de Cristo nos impulsiona... para que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Cor 5,14-15).

Deste modo, impulsionados pelo amor de Cristo, cremos que Deus vive na cidade, como nos disseram os Bispos reunidos na Conferência de Aparecida:

“A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio às suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio às suas dores e sofrimentos. As sombras que marcam o cotidiano das cidades, como exemplo violência, pobreza, individualismo e exclusão, não nos podem impedir que busquemos e contemplemos o Deus da vida também nos ambientes urbanos.

As cidades são lugares de liberdade e oportunidade. Nelas, as pessoas têm a possibilidade de conhecer mais pessoas, interagir e conviver com elas. Nas cidades é possível experimentar vínculos de fraternidade, solidariedade e universalidade. Nelas, o ser humano é constantemente chamado a caminhar sempre mais ao encontro do outro, conviver com o diferente, aceitá-lo e ser aceito por ele.” (DAP - n.514).

Portanto, não podemos nos acomodar, refugiar, isolar e desistir. Deus mora na cidade, e quer contar com nossa colaboração para transformar sinais de desolação em consolação, de escuridão em luz, de tristeza em alegria, de angústia em esperança, de morte em vida. E somos capazes, porque, de fato, “o amor de Cristo nos impulsiona”.

E impulsionados por este amor, renovamos sagrados compromissos para a construção da “Cidade Santa”, a nova Jerusalém, que desce do céu, junto a Deus, “Vestida como noiva que se adorna para seu esposo”, que é a tenda que Deus instalou entre a humanidade, o novo céu e nova terra que esperamos, “onde as lágrimas serão enxugadas dos olhos, não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor, porque tudo o que é antigo terá desaparecido”, porque Ele, o Cristo Ressuscitado, o Princípio e o Fim, faz novas todas as coisas (cf. Ap 21,1-6).

Impulsionados pelo amor de Cristo, vislumbramos, na reflexão e prática das obras de misericórdia corporais e espirituais, um caminho luminoso e indispensável para que tenhamos uma cidade mais humana e fraterna, com vida plena e feliz para todos, revelando a compaixão e a misericórdia divinas, empenhados na construção de um mundo mais justo e fraterno, promovendo a justiça e a paz.

Entretanto, somente edificaremos uma Igreja a serviço desta Cidade Santa, mediante a proclamação e a vivência da Palavra, nutridos pela Ceia da Eucaristia, fortalecendo os vínculos de comunhão fraterna, expressa em solidariedade e serviço, sobretudo aos excluídos, com os quais Cristo Se identificou.

Que o amor de Deus continue sendo derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo (Rm 5,5), para que anunciemos e testemunhemos o Evangelho que Jesus nos confiou e nos enviou a pregar por todo o mundo, e assim sal da terra, fermento na massa e luz do mundo seremos.

Anunciar o Evangelho na cidade

                                                    

Anunciar o Evangelho na cidade

Como pensar a pastoral na cidade, quando vivemos mais do que uma época de mudanças, uma verdadeira “mudança de época”, envolvendo culturas, costumes, pessoas, ideologias, religiões etc.

Esta é também a inquietação do Papa Francisco, acentuada em sua primeira Exortação Evangelii Gaudium:

- Como ser Igreja missionária, uma Igreja em saída neste contexto social e religioso?

- Como responder aos enormes desafios na evangelização das cidades, nas quais, seus habitantes vivem realidades dinâmicas, com deslocamento rápido das pessoas para o trabalho e lazer, e os espaços físicos diversificados, desafio das moradias, trabalho, lazer, participação religiosa e local de habitação dos familiares.

- Como ser presença da Igreja em grandes concentrações da população em conglomerados urbanos, esvaziando a zona rural.

O Cardeal Arcebispo de Barcelona, na Espanha, organizou um Congresso Internacional sobre a Pastoral nas Grandes Cidades, e de 20 a 22 de maio de 2014, em Barcelona, houve um fórum com especialistas do mundo inteiro para aprofundar o tema.

Do fórum de especialistas resultou um Documento síntese com situações, propostas e perguntas. A segunda fase do trabalho foi com os Cardeais, Arcebispos e Bispos, que se debruçaram sobre esses temas de 24 a 26 de novembro do mesmo ano.

Do encontro dos Bispos de 25 Circunscrições Eclesiásticas, que abrangem várias regiões metropolitanas, para troca de experiência e discussão sobre a Pastoral Urbana, foi elaborado Documento síntese final, apresentando caminhos para enfrentar os desafios de evangelização nas grandes cidades.

O evento teve o seu encerramento com Missa no Vaticano e encontro com o Papa Francisco, na cidade eterna, no dia 27 de novembro de 2014.

Alguns desafios foram levantados para a evangelização na realidade urbana:

- As habitações com os prédios, com muitos apartamentos,
- Os aglomerados nas periferias;
- Os condomínios, com suas leis e exigências;
- As típicas favelas urbanas;

- O poder do sistema de comunicação em que a pessoa, nos tempos de modernidade e na realidade urbana, está sendo bombardeada por tantas informações que a deixam indiferente ou inerte diante dos valores inerentes ao próprio ser humano, como pessoa constitutiva dessa realidade social e religiosa;

- E, com isto, a consequência do isolamento, apesar de se estar no meio de tanta gente e com tantos meios de comunicação;

- O cultivo de um relativismo religioso, ético e social; sem compromisso com Deus, com a religião, com sua fé e com a sociedade;

- O individualismo e relativismo como grande desafio para a religião e para a evangelização nos múltiplos ambientes das grandes cidades;

- Grandes massas que se formam nessas megalópoles, nas quais as pessoas perdem sua identidade e os valores humanos, parte importante de sua cidadania social e religiosa;

- Estamos muito próximo e, ao mesmo tempo, muito longe uns dos outros. Tanto nas residências, como nos ônibus, metrôs, trens, barcas, aviões.

Há, portanto, no processo de evangelização, a necessidade de confiar na ação do Espírito Santo e aplicar maneiras de evangelizar diferenciadas, contando também com o apoio das ciências humanas, de modo que o humano assume a mediação da ação de Deus na história.

É preciso ser presença profética nessa realidade, para levantar a voz em relação às questões de valores e princípios do Reino de Deus.

Participar, efetivamente, para que se construa uma sociedade em que se viva a civilização do amor, construindo a paz e sendo portadora da esperança.

Numa realidade em que as novas mídias sociais se multiplicam abundantemente, podemos estar próximos fisicamente e longe, com as preocupações e diálogos, longe da realidade que pisamos.

A grande interrogação:
Como chegar ao homem de hoje com o anúncio do Evangelho que salva e liberta nesta “floresta de cimento”?

Somos chamados a ver a presença de Deus nas grandes cidades: “Deus vive nessas grandes metrópoles”, Deus está em seu meio, Deus habita nestas cidades: é essa constatação que a evangelização de hoje é chamada a descobrir – tornar essa presença mais visível ao homem que habita a grande cidade.

Deus é grande demais para se submeter e limitar às minhas elaborações e à minha imaginação – é um Deus pessoal e não individual, um Deus que Se fez homem, não um homem que faz Deus.

Viver nas grandes urbes não deve significar uma autonomia fria e distante de um Deus que Se fez carne, quis ter um rosto e falou ao homem de todos os tempos e de todas as nações, do campo ou da cidade.

A missão começa na casa, junto aos vizinhos, no bairro, na sua cidade e dispõe de variados e eficazes meios, além do pessoal e da proximidade, que são insubstituíveis e de grande importância, complementados com a internet, redes sociais, celular, entre muitos outros.

Vivemos um estado permanente de missão e precisamos de uma constante conversão pastoral para exercer bem a nossa missão territorial e ambiental, trabalhando juntos – diversidade na unidade.

Necessitamos uns dos outros nessa missão evangelizadora; é preciso viver o acolhimento e aceitação e, ao mesmo tempo, fortalecer os vínculos de unidade e fraternidade.

A missão permanente supõe também pessoas renovadas e que aprofundaram suas vidas na opção pelo Cristo e, deste modo, a iniciação Cristã é fundamental: 

“A Palavra acolhida, vivida, celebrada, nos leva a acolher as pessoas com suas feridas e dificuldades, e propor a todos a ‘Boa Notícia’ da salvação misericordiosa que Cristo nos conquistou com Sua morte e ressurreição.”

Conclui o Cardeal:

“O grande desafio é encontrar Deus na grande cidade e anunciá-Lo aos nossos irmãos e irmãs!”.


Síntese da Mensagem do Cardeal Dom Orani João Tempesta - Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) – cf. www.cnbb.org.br/ 

Evangelizar a cidade, eis nossa missão


Evangelizar a cidade, eis nossa missão
  
Nossas cidades têm seus desafios comuns, porém, ainda que tão grandes o sejam, não serão maiores que a imensurável graça divina que nos acompanha na missão de evangelizar.

Assistidos pelo Espírito Santo, que anima, conduz e assiste a Sua Igreja, reflitamos sobre alguns desafios que se fazem sempre presentes na missão evangelizadora, no anunciar a Boa-Nova do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, como Ele mesmo nos enviou a anunciar por todo o mundo.

Acolher os irmãos e irmãs, como comunidade do Amor, na alegre fraternidade e ternura, sobretudo o acolhimento dos mais vulneráveis, fragilizados, empobrecidos, daqueles cuja dignidade e vida suplicam por solidariedade.

Converter – conversão em todos os níveis e de todos os envolvidos na Evangelização: cristãos leigos (as), consagrados (as), ordenados. Conversão das estruturas para que se intensifique a comunhão e a participação, respondendo aos apelos da acolhida, realidade de pastoral urbana missionária e ecumênica.

Catequizar e Evangelizar – Fortalecer o trabalho catequético, de modo que ela desperte o compromisso de todos na evangelização, permeando a vida toda com o Evangelho, fazendo do mesmo princípio ético de conduta e promoção do bem comum, construção de uma sociedade justa e fraterna.

Comunicar a Boa-Nova do Evangelho através dos Meios de Comunicação já existentes, e ampliar a necessária penetração nos novos areópagos da cidade: Internet, rádio, TV, jornais, escolas, universidades, hospitais, shoppings; dar passos para o fortalecimento das diversas comissões Missionárias em todos os âmbitos.

Revigorar a Família diante dos incontáveis desafios (fragmentação, desestruturação, falta de diálogo...), para que ela seja sacrário vivo da vida, espaço primeiro e privilegiado da formação humana, espiritual, psicológica, assimilação dos valores que devem nortear a vida de toda pessoa e a pessoa toda para sempre...

Reavivar a evangélica opção preferencial pelos pobres no revigoramento e comprometimento sociopolítico, em busca de políticas públicas que assegurem vida, parcerias viáveis, fortalecimento dos diversos conselhos paritários...

Defender a vida, desde a sua concepção até o seu declínio natural, respondendo aos clamores que emergem na defesa da mesma, ressaltando sua dignidade e sacralidade. Defender a vida também enquanto meio ambiente, numa espiritualidade ecológica integral, como tanto tem insistido o Papa Francisco.

Muitos são os desafios, e clamam por corajosas respostas de todos nós: Bispos, padres e agentes de pastoral, e de todos os batizados.

Que o mesmo Espírito que pousou sobre Jesus na Sinagoga de Nazaré continue repousando sobre nós para que tenhamos o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência, temor e piedade (Is 11,1-3a).

Sendo a fé viva quando são as obras que falam, deixemos as obras falarem no cuidado do rebanho, por Deus, a nós confiado! (1Pd 5,1-4).

Urge que todos nos empenhemos ao permanecer na cidade e anunciar a Boa Nova do Evangelho, com alegria, como convictos evangelizadores com espírito, assistidos pelo Espírito de Deus que vem em socorro de nossa fraqueza (Rm 8,26).

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG