domingo, 9 de junho de 2024

A vocação profética e o cortejo da vida (XDTCC)

A vocação profética e o cortejo da vida

No 10º domingo do Tempo Comum (Ano C), a Palavra de Deus nos possibilita a retomada de um tema de extrema importância: a vocação profética.

Tanto a passagem da primeira Leitura (1Rs 17,17-24) como o Evangelho (LC 7,11-17), nos falam da morte do filho de uma viúva e a ação solidária e misericordiosa de Deus para com elas, pois a morte deles sem a intervenção divina seria a perda da esperança e derrota definitiva. Duas histórias parecidas falando da vida resgatada por Deus.

Deus jamais abandona o Seu Povo ao poder da morte, mas sempre o visita e envia Profetas para ser sinal de Sua presença. Ele mesmo veio ao encontro da humanidade, através de Seu Filho Amado.

Jesus é o grande Profeta que visita Seu povo em total oblação, na oferenda de Sua vida. A ação de Jesus nos revela que a vida triunfa sobre a morte. Ele nos oferece a plenitude da alegria: ação marcada pela piedade, compaixão e ação efetiva que transforma a morte em vida, a dor em alegria, a treva em luz.

A ação de Jesus nos faz pensar em dois diferentes cortejos: da morte ou da vida.

- Qual deles seguimos?
- Que caminho fazemos?
- Com quem somamos?

- Temos convicção de que não podemos entrar na fila dos que promovem o cortejo da morte, dos sem esperança, que se submergem em suas lágrimas de luto, dor e desespero?

- Temos convicção de que precisamos firmar nossos passos para solidificar nossa fé, renovar nossa esperança e fazer crescer a caridade?

- Colocamo-nos, de fato, no caminho da esperança, da transformação do choro da morte em alegria da vida, ou seja, a fé na Ressurreição?


A Liturgia nos convida também a refletir sobre a nossa esperança: tem as derrotas e as desgraças ofuscando e minando nossa esperança.

- Quais são as esperanças que nos movem?
- Como vivemos esta virtude teologal?

Também na segunda Leitura (Gl 1,11-19), com o Apóstolo Paulo, aprendemos que o Evangelho é sempre uma Boa Nova que possui força vital e criadora, pois é o próprio Deus quem nos fala.

A acolhida do Evangelho nos coloca numa dinâmica profética, num caminho de conversão, gratuidade, missão acompanhada do anúncio e testemunho com a própria vida.

Concluo com as Palavras da Oração Eucarística VI D (para as diversas circunstâncias), muito apropriada para este Domingo:

Pai misericordioso e Deus fiel. Vós nos destes Vosso Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Redentor. Ele sempre Se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-Se ao lado dos perseguidos e marginalizados.

Com a vida e a Palavra anunciou que sois Pai e cuida de todos como filhos e filhas...

Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o Seu Mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles.”.

E, como a própria Oração diz, a Igreja será testemunha viva da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, e toda a humanidade se abrirá à esperança de um mundo novo.

Renovemos a alegria de participarmos do cortejo da vida, em maior fidelidade ao Senhor e à Sua Igreja, na acolhida, anúncio e testemunho da boa nova, reavivando a chama profética que um dia foi acesa em nosso Batismo.

De verdadeiros Profetas a Igreja e o mundo precisam.

sábado, 8 de junho de 2024

Exultemos de alegria no Senhor

                                        

Exultemos de alegria no Senhor 

        ‘O Amigo do homem,fez-Se Homem nascendo da Virgem"

 À luz do Sermão do Bispo de Constantinopla, São Proclo (Séc. V), reflitamos sobre o nascimento de Jesus, nascido de uma Virgem. 

Alegrem-se os céus nas alturas, e que as nuvens façam chover a justiça, porque o Senhor Se compadeceu de Seu povo (cf. Is 45,8). 

Alegrem-se os céus nas alturas porque, quando eles foram criados no princípio, Adão foi igualmente formado da terra virgem pelo Criador. Tornou-se assim amigo e familiar de Deus. 

Alegrem-se os céus nas alturas porque agora, pela Encarnação de Nosso Senhor, a terra foi santificada, e o gênero humano libertado dos sacrifícios idolátricos. 

Que as nuvens façam chover a justiça, porque hoje o pecado de Eva foi apagado e perdoado pela pureza da Virgem Maria e pelo Deus e Homem que dela nasceu. Hoje, Adão, passada a antiga condenação, foi libertado daquela horrível e tenebrosa sentença. 

Cristo nasceu da Virgem, dela recebendo a natureza humana, conforme a livre disposição da Providência divina: A Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14); deste modo, a Virgem se tornou Mãe de Deus. 

Ela é Virgem e Mãe, porque gerou a Palavra encarnada sem participação de homem. Conservou, porém, a virgindade, a fim de pôr em relevo o nascimento miraculoso d’Aquele que assim determinara que fosse. 

Ela é mãe da Palavra divina segundo a substância da natureza humana. Nela, a Palavra se fez homem, nela, realizou a união das duas naturezas e, por ela, foi dada ao mundo, segundo a sabedoria e a vontade d’Aquele que opera prodígios. Como diz São Paulo: Dos Israelitas é que Cristo descende, quanto à Sua humanidade (cf. Rm 9,5). 

Com efeito, Ele foi, é e será sempre o mesmo. Todavia, Se fez homem por causa de nós. Aquele que ama o homem, Se fez Homem, o que antes não era. Mas Se fez homem, permanecendo ao mesmo tempo Deus, sem mudança de espécie alguma. 

Fez-Se, portanto, semelhante a mim por causa de mim. Fez-Se o que não era, conservando, no entanto, o que era. Finalmente, Se fez homem para que, tornando Seus os nossos sofrimentos, nos tornasse capazes da adoção de filhos, e nos concedesse o Reino. 

Que sejamos dignos desse Reino pela graça e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo. A Ele, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, sejam dados glória, honra e poder, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém”. 

Refletir sobre o Mistério da Encarnação do Senhor, é sempre enriquecedor para mergulharmos no Mistério do Amor de Deus por nós, como nos é apresentando neste precioso Sermão. 

Transborde nosso coração, pela Encarnação de Nosso Senhor, pois por meio dela: 

- “a terra foi santificada, e o gênero humano libertado dos sacrifícios idolátricos”; 

- “o pecado de Eva foi apagado e perdoado pela pureza da Virgem Maria e pelo Deus e Homem que dela nasceu”; 

- foi passada a antiga condenação de Adão, fomos libertos “daquela horrível e tenebrosa sentença”; 

- Jesus Se fez igual a nós por causa de nós: Fez o que não era, conservando, no entanto, o que era”; 

- Ele Se fez Homem para que, tornando Seus os nossos sofrimentos, nos tornasse capazes da adoção de filhos, e nos concedesse o Reino. 

Alegremo-nos e exultemos no Senhor, pelo Mistério de Sua Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição.Glorifiquemos ao Pai por meio do Filho na plena Comunhão com o Seu Espírito. Amém.

Só podia ser...


 

Só podia ser...

 

Só podia ser...

Nascer do Coração Imaculado de Maria, alma pura e sem mancha,

Aquele que purificaria a humanidade!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração pleno de ternura,

Aquele que é Fonte de toda ternura!


Nascer do Coração Imaculado de Maria, Mãe do Puro Amor,

Aquele que a humanidade, até o fim Amou.


Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração indiviso à Vontade Divina,

Aquele que foi Todo fidelidade a Deus!


Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração radiante,

Aquele que irradiou ao mundo os bens mais necessários!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração alegre,

Aquele que sem o qual não encontramos alegria!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, Mãe do Bendito Fruto,

Aquele que é o Fruto dos frutos de Deus!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, pleno de esperança,

Aquele que reacende no coração esta preciosa chama!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração transparente,

Aquele que nos revela plenamente a Face de Deus.

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, apaixonada pela vida,

Aquele que uma vez conhecido, quem por Ele não se apaixona?

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração singelo e meigo,

Aquele que é singeleza e meiguice divina no resgate da vida.

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração que perdoa,

Aquele que da humanidade é Fonte de redenção.



Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração solidário,

Aquele que é a Solidariedade divina com a humanidade decaída pelo pecado.

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração pleno de virtudes,

Aquele que é pleno de carismas, virtudes em infinidade.

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração plenamente livre,

Aquele que é a Verdade que nos Liberta!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração iluminado,

Aquele que iluminou a escuridão das almas.

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração iluminado, pleno de luz, Aquele que das nações é a Eterna Luz!

 

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração cristalino,

Aquele que é Fonte de toda Água cristalina que nossa sede sacia!

Nascer do Coração Imaculado de Maria, coração inebriante,

Aquele que na Cruz, o Sangue derramaria, Sangue inebriante, que nos redime, inebria, presente na Eucaristia!

 

Só podia ser...

Nascer do Coração Imaculado de Maria...

 

E o que pode nascer de nosso coração?

 

PS: Poesia inspirada em Isaías 61,9-11, de modo especial, versículo 11 – “Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a Sua glória diante de todas as nações”.

 


Inquietude da alma

                                                      

Inquietude da alma

Não se encontra por vezes inquieto nosso coração? O Bispo Santo Agostinho (séc. V) nos ajuda a encontrar o verdadeiro repouso que somente pode em Deus ser encontrado, no livro de suas Confissões.

“Grande és Tu, Senhor, e sumamente louvável: grande é a Tua força, e a Tua sabedoria não tem limites! Ora, o homem, esta parcela da criação, quer Te louvar, este mesmo homem carregado com sua condição mortal, carregado com o testemunho de seu pecado e como testemunho de que resistes aos soberbos.

Ainda assim, quer louvar-te o homem, esta parcela de Tua criação! Tu próprio o incitas para que sinta prazer em louvar-Te. Fizeste-nos para Ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em Ti.  

Dá-me, Senhor, saber e compreender o que vem primeiro: o invocar-Te ou o louvar-Te? Começar por conhecer-Te ou por invocar-Te? Mas quem Te invocará sem Te conhecer?

Por ignorância, poderá invocar alguém em lugar de outro. Será que é melhor seres invocado, para seres conhecido? Como, porém, invocarão Aquele em quem não creem? Ou como terão fé, sem anunciante?

Louvarão o Senhor aqueles que O procuram. Quem O procura encontra-O e tendo-O encontrado, louva-O. Buscar-Te-ei, Senhor, invocando-Te; e invocar-Te-ei, crendo em Ti.

Tu nos foste anunciado; invoca-Te, Senhor, a minha fé, aquela que me deste, que me inspiraste pela humanidade de Teu Filho, pelo Ministério de Teu pregador.

Invocarei o meu Deus, o meu Deus e Senhor: mas como? Porque ao invocá-Lo eu O chamarei para dentro de mim. Que lugar haverá em mim, aonde o meu Deus possa vir? Aonde virá Deus em mim, o Deus que fez o céu e a terra?

Há, então, Senhor, meu Deus, algo em mim que Te possa conter? O céu e a terra, que fizeste e nos quais me fizeste, são eles capazes de Te conter? Ou, se sem Ti nada existiria de quanto existe, é porque tudo quanto existe Te contém?

Portanto eu, que também existo, que tenho de pedir Tua vinda em mim, em mim que não existiria se não estivesses em mim? Ainda não estou nas profundezas da terra e, no entanto, ali também estás. Pois, mesmo que desça às profundezas da terra, ali estás.

Não existiria, pois, meu Deus, de forma alguma existiria, se não estivesses em mim. Ou melhor, não existiria eu se não existisse em Ti, de quem tudo, por quem tudo, em quem todas as coisas existem?

É assim, Senhor, é assim mesmo. Para onde Te chamo, se já estou em Ti? Ou donde virás para mim? Para onde me afastarei, fora do céu e da terra, para que lá venha a mim o meu Deus, que disse: Eu encho o céu e a terra?

Quem me dera descansar em Ti! Quem me dera vires a meu coração, inebriá-lo a ponto de esquecer os meus males, e abraçar-Te a Ti, meu único bem!

Que és para mim? Perdoa-me, se falo. Que sou eu a Teus olhos, para que me ordenes amar-Te e, se não o fizer, Te indignares e ameaçares com imensas desventuras? É acaso pequena desventura não Te amar?

Ai de mim! Dize-me, por compaixão, Senhor meu Deus, o que és Tu para mim. Dize à minha alma: Sou Tua salvação. Dize de forma a que ela te escute.

Os ouvidos de meu coração estão diante de Ti, Senhor. Abre-os e dize à minha alma: Sou Tua salvação. Correrei atrás destas palavras e segurar-Te-ei. Não escondas de mim Tua face. Morra eu, para que não morra, e assim possa contemplá-la!”

No auge da inquietação nos ilumina com esta convicção: “inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti”, Deus, a quem procuramos encontrar no mais pleno deleite da alma.

Ansiemos também por este encontro, por esta calma que somente os que a Deus encontram, desfrutam. 

Reflitamos sobre as inquietudes de tantos nomes que possamos sentir e passar, vendo nelas uma provisoriedade.

Há muitas inquietações que não deveriam nos consumir tanto, se maior fosse a nossa fé e a nossa amizade com o Senhor, que nos ama e nos tem como amigos.

Meditemos sobre a graça de termos no mais profundo de nós a presença do Espírito Santo, como morada d’Ele, como Templos Sagrados de Deus que o somos, hóspedes do mais belo Amor.

Mais confiança, melhor procura, nossa alma encontrará a paz que tanto ansiamos e o sentido para o existir:

"A vida nos é dada para procurar Deus;
a morte, para encontrá-Lo; e a eternidade, para possuí-Lo".

Orar não é multiplicar palavras... (Pai Nosso)

Orar não é multiplicar palavras... 

Bem disse o Senhor: Orar bem não significa uma verborragia vazia. 
Orar tampouco é multiplicar gritos desconcertantes da paz interior. 

Orar é mais do que falar; é quase um não falar, para que diante do Senhor, possamos Sua voz ouvir. Apenas algumas palavras, no Espírito balbuciar.

Oração da Liturgia das Horas:

“Dai-nos força para resistir à tentação, paciência na tribulação,
e sentimentos de gratidão na prosperidade”.

Tentação?
Tribulação?
Prosperidade?

Sim, pois, é nossa pura humana realidade.
Força!
Paciência!
Gratidão!

É o que pedimos e oferecemos à Santíssima Trindade!
Nada mais a pedir, nada mais a dizer. Amém!

Fala, Senhor, que Teu servo escuta (...). Amém!”

Jesus, o único Caminho, Verdade e Vida

 


Jesus, o único Caminho, Verdade e Vida

Sejamos enriquecidos pelo Comentário sobre João, escrito pelo presbítero Santo Tomás de Aquino (Séc. XIII).

“O caminho é o próprio Cristo, conforme ele próprio disse: Eu sou o caminho. E com muita razão, pois temos por ele acesso junto ao Pai.

Porque, porém, este caminho não está distante do seu termo, mas unido a Ele, Cristo acrescenta: Verdade e vida; de sorte que é ao mesmo tempo o caminho e o termo. É o caminho, segundo a humanidade; é o termo, segundo a divindade. Assim, como homem, diz: Eu sou o caminho; e, como Deus, acrescenta: A verdade e a vida. Por estas duas realidades, indica bem o término deste caminho.

O término deste caminho é a meta do desejo dos homens e o homem deseja principalmente duas coisas: primeiro, o conhecimento da verdade, o que lhe é próprio; segundo, a permanência no ser, o que é comum a todos os seres. Cristo é o caminho que leva ao conhecimento da verdade, porque é Ele mesmo a Verdade: Conduze-me, Senhor, à Tua verdade e entrarei em Teu caminho. Cristo é também o caminho que faz chegar à vida; é Ele próprio a vida: Fizeste-me conhecer os caminhos da vida.

Por este motivo, designou o término do caminho como verdade e vida: ambas se referem a Cristo. Em primeiro lugar, porque Ele é a vida: N’Ele era a vida; em seguida, porque ele é a verdade: Era a luz dos homens. Ora, a luz é a verdade.

Se, portanto, indagas por onde passar, acolhe a Cristo, o próprio caminho: É este o caminho, caminhai por ele. E Agostinho disse: Caminha pelo homem e chegarás a Deus. É melhor claudicar no caminho do que caminhar com desembaraço fora dele.

Pois quem manqueja no caminho, conquanto demore, chegará ao termo. Quem, ao contrário, vai por fora do caminho, embora correndo, se afasta, cada vez mais, do termo.

Se agora perguntas para onde ir, adere a Cristo, que é a verdade, meta de nossa caminhada: Minha boca meditará tua verdade. Se buscas permanecer, adere a Cristo, a própria vida: Quem me encontra, encontra a vida e haurirá a salvação vinda do Senhor.

 

Adere, por conseguinte, a Cristo, se queres ter segurança; não te desviarás, porque Ele é o caminho. Os que a Ele aderem, não andam fora, mas no caminho reto. Também não podem enganar-se, pois, com efeito, é Ele a verdade e ensina toda a verdade, conforme Suas mesmas palavras: Para isto nasci e vim aqui, para dar testemunho à verdade. E ainda, nada te perturbará, porque Ele mesmo é a vida e o que dá a vida: Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância.”

De fato, Jesus é o caminho para se chegar à verdadeira vida: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, como lemos no Evangelho de São João (Jo 14,6).

Como Igreja Sinodal, Povo de Deus caminhando juntos, sejamos iluminados pelo esplendor da Verdade que é o próprio Jesus Cristo, pois tão somente esta Verdade é que nos liberta - “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32)-, a fim de que tenhamos vida plena e definitiva (Jo 10,10). Amém.

 

“Buscai-O com zelo dez vezes mais”


“Buscai-O com zelo dez vezes mais”

“Buscai-O com zelo dez vezes mais” (Br 4,28), assim exorta o Povo de Deus, o autor  sagrado do Livro de Baruc, para que se volte para Deus, e na fidelidade a Ele, a vivência dos Mandamentos Divinos.

Abandone toda infidelidade, idolatria e indiferença que se possa ter diante de Deus,
Procurando-O de coração puro, verdadeiro, em todas as circunstâncias.

Volte para Deus, que ama com amor sem medida, porque é um Deus clemente,
Amoroso, cheio de ternura e compaixão e quer o melhor para Seu Povo.

“Buscai-O com zelo dez vezes mais”, ressoem para sempre as palavras do Livro Sagrado,
A fim de que também o mesmo façamos em nossa relação com Deus.

Somos Povo de Deus e a Ele pertencemos, e na fidelidade a Jesus, com a ação do Espírito,
Trilharemos as sendas do amor, verdade, justiça e liberdade, fazendo florir o Paraíso.

Se O buscarmos com zelo dez vezes mais, a fome, a dor, a desolação, o pranto, as lágrimas não haverá,
Pois tudo isto passará, novo céu e nova terra, haveremos de contemplar.

Se o buscarmos com zelo dez vez mais, nossa querida e preciosa Amazônia, com suas riquezas imensuráveis, bem como os povos e todos nós, preservados seremos e não terá última palavra a ambição do capital.

“Buscai-O com zelo dez vezes mais”, palavras que iluminam nossas famílias,
Para que, nelas, aprendizados e fidelidade à Palavra divina se viva,

Para que se tornem um verdadeiro espaço onde se solidifiquem princípios fundamentais
Para relacionamentos mais fraternos e humanos, em todo e qualquer lugar.

Assim fazendo, em pilares sólidos e fortes, na família se edificará o amor, a verdade, justiça e liberdade, para ventos e tempestades enfrentar.

“Buscai-O com zelo dez vezes mais”, em comunidades e paróquias,
Na fidelidade à missão evangelizadora pelo Senhor a nós confiada.

Assim evangelizaremos nosso país cada vez mais urbano, através do anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo.

Seremos uma Igreja construída sobre a Rocha que é o Cristo,
Firmados nos pilares da Palavra, Pão da Eucaristia, Caridade e Ação Missionária.

Viveremos em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, em plena fidelidade ao Evangelho.

Buscando a Deus com zelo dez vezes mais, cuidaremos da Casa Comum, sem conivência com práticas destrutivas absurdas, pela falta de escrúpulos, e assim testemunharemos o Reino de Deus rumo à plenitude.


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG