sexta-feira, 5 de abril de 2024

“Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo"

Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”

Retomo alguns aspectos da Mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais (2016), celebrado na Festa da Ascensão do Senhor.

O tema da mensagem com plena sintonia com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia: “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”, pois, afirma o Papa, “com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir.

Em vários momentos ressalta a importância de se usar corretamente as redes sociais para promover o bem da sociedade: “As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos”.

Se bem feita, “... a comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade... As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital”.

O Papa faz um convite para que todas as pessoas de boa vontade redescubram “... o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se”.

Citando Shakespeare, nos enriquece na compreensão do sentido de  misericórdia: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (“O mercador de Veneza”, Ato IV, Cena I).

Neste sentido aqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado.

Urge um estilo de comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos: “Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu”.

Não se pode confundir uma sociedade enraizada na misericórdia como idealista ou excessivamente indulgente. Daí a importância fundamental de “escutar” para comunicar, pois, “Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento.”

Faz uma distinção entre escutar e ouvir: “Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores.

Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de onipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.

Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cômodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo”.

Quanto aos meios de comunicação, novamente exorta para que sejam bem utilizados: “Também e-mails, SMS, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor... O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral... Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos, mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.

Finaliza afirmando que “... o encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade”.  

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Em poucas palavras...

                                       

 

“Pai nosso...”

“Quando chamamos a Deus de ‘nosso Pai’, precisamos lembrar-nos que devemos comportar-nos como filhos de Deus” (1)

(1)São Cipriano – cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2784

 

 

Um olhar transcendente

                                                   

Um olhar transcendente

Caminhando pela praça, meus olhos se fixam ao que me toca a alma. Em um cenário diferenciado, com um chão tortuoso, tendo o cuidado para não tropeço descuidado, volto meu olhar de modo especial sobre aqueles que edificam e fazem iluminar minha alma, e me levam a voos diferenciados às alturas de um céu azulado.

Meus pensamentos voam contemplando as crianças correndo ao encontro dos braços da mãe, e por elas fotografadas, deitadas na cama que a natureza nos presenteia: a grama do jardim, roseada pelas pétalas do ipê caídas depois do tempo útil e necessário, num eterno círculo de reflorescimento: cair, morrer, fecundar, e um tempo depois novamente vir a florescer e florir.

Na praça, por vezes, somos surpreendidos com pessoas, que rompendo o anonimato, se aproximam, para uma informação ou com o simples propósito de conversar, ainda que aparentemente futilidades, podendo até mesmo vincular relacionamentos, acolhida, orientação, palavras partilhadas, renovando-se para pôr-se a caminho.

Outras vezes os pensamentos voam contemplando pessoas trêfegas, cansadas, agitadas, depois de um dia extenuante, que não percebem que o sol está se pondo no horizonte, para um novo amanhecer, com seus raios e luz que virão nos iluminar e aquecer; e num retorno em meio ao tráfego, quando o semáfaro que não abre, embora  programado, como que tivesse que se esperar uma eternidade.

Olho a praça como lugar do aprendizado da expressão da beleza da vida, da convivência harmoniosa, para além das diferenças e anonimatos a serem rompidos. Meus olhos, pela natureza encantados, pelo canto dos pássaros, meus ouvidos e alma tocados.

A sensibilidade para os mínimos acontecimentos nos dão a devida dimensão da grandiosidade e sacralidade e dignidade da vida humana e o zelo pela totalidade da divina criação.

Urge que nossas praças sejam mais valorizadas e cuidadas; um lugar agradável de caminhadas, para cuidado do corpo e do espírito, dos sonhos, dos encontros e reencontros, do refazer-se para o árduo caminho; espaço da convivência, das manifestações, da cordialidade e fortalecimentos de vínculos de justiça, paz e fraternidade.

Enfim, seja a praça a prefiguração da praça celestial, o novo céu e a nova terra, onde caminharemos entre anjos e santos, com a graça da comunhão plena de vida e de amor, em que o Senhor reinará no coração de toda a humanidade, quando o Filho, Jesus, submeterá Àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos.

“E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho Se submeterá àquele que tudo lhe submeteu, 
para que Deus seja tudo em todos. 
E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, 
então o próprio Filho se submeterá Àquele 
que tudo lhe submeteu, 
para que Deus seja tudo em todos”

(1 Cor 15,28).

Em poucas palavras...

 


A plena Oração

“Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na Oração do Senhor” (1)



(1)Santo Agostinho – Cf. Catecismo da Igreja Católica – n. 2762

 

A fé no Ressuscitado é graça e missão

                                                      

A fé no Ressuscitado é graça e missão

Uma breve reflexão sobre a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 24,35-48), proclamada na quinta-feira da oitava da Páscoa, na continuidade da manifestação do Senhor aos discípulos de Emaús.

A Ressurreição de Jesus não é uma ilusão, caso o fosse, nossa esperança seria vazia, ilusória, todas as nossas atividades vãs.

Porém, a Ressurreição de Jesus é a verdade fundamental e fundante de nossa vida cristã, e tudo ganha novo sentido a partir desta verdade, que cremos e testemunhamos com palavras e ações.

O Missal Cotidiano nos enriquece com este Comentário:

“A comunidade apostólica afirmou fortemente a ’realidade’ da Ressurreição de Jesus, a identidade e ao mesmo tempo a diversidade entre o Crucificado e o Ressuscitado... faz entrar a aparição de Jesus no esquema do encontro humano, sublinhando que Jesus está verdadeiramente vivo, porque os Apóstolos veem, O tocam, comem com Ele. Não é um fantasma”

Vive Aquele que foi Crucificado, e Se comunica com os Seus discípulos, pois possui plena liberdade de Se manifestar onde e a quem quiser.

O Ressuscitado é o mesmo de antes, dando-Se a ver, mostrando Suas mãos e pés, é o Seu ser total, absolutamente vivo, não mais sujeito aos condicionamentos e limites da existência tão apenas humana.

Esta fé no Ressuscitado, no entanto, torna-se missão - “A fé pascal iniciada para os discípulos no encontro com o Ressuscitado, é a fé que cada cristão deve continuamente amadurecer na sua vida”.

Deste modo, compreendemos a nossa missão de discípulos missionários do Senhor:

– “No Mistério da morte e Ressurreição, Jesus revelou-Se como o Messias, cumprimento da história da Salvação e mediador definitivo da Aliança divina para todos os homens. Se compreendermos isto, a nossa fé pode abri-se à tarefa do testemunho e da missão. Acolher Jesus ressuscitado como ‘Senhor de todos’ comporta testemunhá-Lo a todos os homens”

Portanto, crendo na vida nova do Ressuscitado, crendo em Sua Ressurreição, tornamo-nos alegres e convictas testemunhas d’Ele no mundo, empenhados na realização do Reino por Ele inaugurado, vivendo a cada dia nosso discipulado no mistério de renúncias e carregando a nossa cruz, iluminados por Sua Palavra e alimentados pelo Seu Corpo e Sangue. Amém. Aleluia! Aleluia!



(1) Lecionário Comentado – Volume Quaresma Páscoa – pág.347
(2) Idem – pág.387 
(3) Idem – pág.388 

Sejamos febris de amor pelo Senhor!

                                                           

Sejamos febris de amor pelo Senhor!

“Simão, filho de João, tu me amas mais que estes?” (Jo 21, 15)

Ressoa em meu coração aquela conversa séria, profunda, impactante,
que marcou a vida, o rumo do Apóstolo Pedro, e de toda a Igreja.

A tríplice interrogação do Senhor, a tríplice resposta de Pedro,
A tristeza que por um instante pareceu corroer seu coração.

Aborrecível sim, inegável, mas foi necessário,
Para que não O negasse nas horas que viriam.

A gloriosa manifestação do Ressuscitado (terceira aparição),
Marcada pela pesca, refeição e o primado da missão.

Quero mais que uma conversa sincera contigo, Pedro,
Quero também maviosas lições de ti aprender

Para apascentar o rebanho, pelo Senhor, a mim confiado,
Não pelos meus méritos, mas por Seu infinito amor e bondade.

Vejo-te, admiro-te, amo-te, Pedro, ontem.
Vejo-te, admiro-te, amo-te, Papa Francisco hoje.

Tiveste o coração trespassado pelas interrogações; a Palavra do Verbo
Para suportar outras chagas preanunciadas, reais, consumadas.

O Senhor, três vezes te indagando, comunica-te o perdão,
Porque também três vezes tu fizeste d’Ele a negação.

O Senhor tocou em tuas feridas ainda abertas,
Daquela noite inesquecível da tríplice indagação.

O Senhor quis curá-las, para que elas não te devorassem,
Quando tivesse que levar adiante a divina missão.

Pedro, navegarás por outros mares, outras redes lançarás,
Mas, na fidelidade à Palavra, pesca abundante sempre terás.

Enfrentarás os mares revoltosos da vida,
Não naufragarás no mar tempestuoso das paixões.

Não naufragarás neste e em outros mares,
Porque foste salvo no mar da misericórdia do Senhor.

O Senhor te chamou e perdoou, porque muito te amou,
O primado da missão, as chaves do Reino a ti confiou.

Não sucumbirás no mar das angústias que te cercarão,
Pela incompreensão, calúnias, cadeias e perseguição.

Pedro, terás que amar mais do que todos ao Senhor,
Mais do que o próprio discípulo amado que lá se encontrava.

Sem amor incondicional, fracasso na missão recebida;
Fracasso na condução do rebanho por Ele confiado.

Serás enamorado do Verbo, ao lado do discípulo amado,
Enamoramento iniciado, crescente, eternizado...

Terás que ter sabedoria divina para vencer todo medo,
Confiante na ação do Espírito, Divina Fonte de Sabedoria.

Sentirás tristezas momentâneas, inevitáveis,
Mas transformar-se-ão em alegrias eternas.

Suportarás fráguas, infortúnios incontáveis, tribulações,
Dificuldades, asperezas, incômodos, vicissitudes e tormentas.

Terás dias sombrios e difíceis, horas amargas de incompreensão,
Calúnia, perseguição, mas, do Senhor, terás consolo, confirmação.

Enfrentarás ventos contrários, muitas vezes
Nadarás em seco, remarás contra a maré.

Jamais nenhuma nuvem tenebrosa ofuscará o brilho
Que o Senhor te conferiu, porque sinal da Sua Luz te fez.

Ocupar-te-ás com o maravilhoso, com o ainda não visto,
Com a Novidade do Reino: novo céu e nova terra.

Terás a alma em suave e incomparável deleite,
Porque testemunha crível e amada do Senhor.

Terás fascínio indescritível pelo Senhor, porque tens
Um coração ardente em lavras vulcânicas de amor.

E serás intrépido e febril de amor pelo Senhor,
Amor incandescente que rios jamais poderão apagar.

Febricitante pela causa do Evangelho a anunciar,
Impulsionado pelo mesmo Evangelho a viver.

O zelo pelas coisas do Senhor te consumirá invejavelmente,
Nada mais te importará a não ser o Amado jamais desapontar.

Serás consumido em indescritível martírio de morte e dor,
Envolvido pelo suave odor do Amor do Senhor.

A paixão te levará no Senhor totalmente confiar,
Sem nenhuma resistência e oposição, bela expressão de amor.

Sim, terás o céu na terra, absorto em contemplação,
Sem desviar do caminho da entrega, da cruz, com convicção.

Terás que te entregar de corpo e alma à missão,
Apaixonado, eternamente feliz e apaixonado.

Verás que a felicidade é diretamente proporcional
Ao amor pelo Senhor testemunhado, também na cruz morrendo.

Terás prelibação em cada instante da vida pela causa assumida,
Mas não estarás livre da libação de teu sangue, anunciado martírio.

Tua impetuosidade, agora mais do que nunca necessária, será
Para não ruir na fidelidade à missão pelo Divino Mestre confiada.

Serás veemente convicto, irremovível pela causa do Evangelho,
Sem sucumbir à arrogância, à petulância pela graça da missão.

Se a chama inflamável da Palavra estava em teus lábios,
Porque antes a chama de Amor d’Ele em teu coração estava.

Pedro, assim é teu coração, que também o meu seja:
Tomado pela chama, fogo, labaredas de amor pelo Senhor.

Pedro, és para nós modelo de Fé e a Igreja nos convida
A aprender com aqueles que a fé testemunharam.

Pedro, quanto temos que aprender contigo,
Quanto temos que o mesmo amor viver!

Ontem o Senhor te interrogou sobre teu amor,
Agora é a mim que ele interroga, Pedro.

Que eu aprenda contigo a resposta com sabedoria dar,
Que também meu coração seja como o teu, Pedro:

Um coração inflamado de amor,
Febril de amor pelo Senhor.

Somente corações enternecidos pelo Senhor
É que se comprometem em criar um mundo novo.

Somente corações envolvidos pela ternura do Senhor
É que se comprometem em criar laços indestrutíveis de amor.

Obrigado, Pedro, por tão belas e eternas lições;
Aprendizes delas sejamos, mais que felizes seremos.

Amém. Aleluia! 

Senhor, renovai as nossas forças!

                                                   

Senhor, renovai as nossas forças!

Senhor, a Vós recorremos fadigados, exauridos fisicamente,
Depois de um dia marcado por um número sem fim 
de atividades:
Missas, reuniões, estudos, unções, velórios, administração.

Há dias que outras coisas se somam: 
aconselhamentos, contatos diários,
Atendimento a alguém em busca de sentido para a vida,
Em busca da sobriedade, do equilíbrio e da paz perdida.

Muitos também nos procuraram para uma direção espiritual,
E a santa busca do perdão, 
que costura as feridas da alma, e as cicatriza,
Com a graça do Sacramento, sinal de Vossa misericórdia.

Ainda tem aqueles que nos procuram com seus sonhos,
Por vezes maculados, pisoteados, 
e em pesadelos transformados,
Querendo uma Palavra que os refaçam, os renovem,
Como que desejando remover alguma ferrugem da alma.

Sim, Senhor, a Vós recorremos fadigados fisicamente,
Mas com o espírito renovado, porque pelo Vosso Espírito,
Em todos os momentos, ininterruptamente, assistidos.

Com o espírito renovado, porque iluminados e conduzidos
Por Vossa Palavra, que comunicamos e na Homilia pregamos,
Revigorados pelo Vosso Corpo e Sangue que comungamos,
Sem o que nos renderíamos diante de tantos problemas,
De incontáveis desafios, e das chagas de tantos crucificados.
Porém, recolhidos diante de Vossa Presença,
Na “Oração das Completas”, ao findar de mais um dia,
Reconhecemos nossos pecados e limitações,
E Vos pedimos, ao romper da aurora,
Como foi na madrugada da Vossa Ressurreição,
A graça de nos pormos de pé e escrevermos novas linhas,
Para sermos sinais de Vossa presença, servos do Bom Pastor,
Que nos refaz com a força revitalizante do Divino Amor. 

A Vós, Senhor, entregamos nossos cansaços, bons e maus:
O cansaço bom ao cuidar do rebanho a nós confiado,
O cansaço ruim, por ficar vigilante contra a ação dos inimigos,
Do tentador, que de mil formas deseja nos desvirtuar
Do bom Caminho, que Sois Vós, garantia de plenitude de Vida.
E ainda, o cansaço mais perigoso, o cansaço de nós próprios,
Quando não zelamos pelo encantamento, fascínio e
Apaixonamento incondicional por Vós.

Quando não cuidamos da chama do primeiro Amor,
Ou até o abandonamos, fazendo de nós mesmos
Autorreferenciais, revestidos de um mundanismo
Que maculam as sagradas vestes do Batismo 
E da tão desejada e recebida no Sacramento da Ordem.

A Vós, Senhor, nos entregamos e suplicamos:
Refazei-nos, renovai-nos, revigorai-nos.

Queremos rezar e viver o que tão belo aprendemos:
“Quero ser Padre, somente Padre e totalmente Padre”,
Com o Vosso Espírito, na fidelidade ao Pai,
Amparado e protegido pela Vossa mãe tão gloriosa,
Aquela que está sempre presente, a amável Mãe Maria.
Amém. Aleluia! Aleluia!

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG