CAPÍTULO
3 – A IGREJA NAS CASAS
“Eles
eram perseverantes no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na
fração do pão e nas orações” (At 2,42).
3.1
– A Casa da comunidade:
-
Lugar privilegiado do encontro, diálogo e dos seguidores com diversas pessoas
(Mc 1,29; 2,15; 3,20; 5,38;7,24);
-
lugar da cura e do perdão (Mc 2,1-12);
-
lugar da partilha da mesa com publicanos e pecadores (Mc 2,15ss; 14,3);
-
lugar de reflexões importantes como o jejum (Mc 2.18-22);
-
lugar de orientação para comportamento da comunidade (Mc 9,33ss, 10,10)
-
lugar para ouvir a Palavra de Deus (Mt 13,17.43);
-
lugar para cultivo e vivência dos valores do Reino;
-casa-comunidade
como lugar do reconhecimento mútuo; fraternidade e solidariedade.
Comunidade
na casa de Priscila e Áquila (1 Cor 16,19).
A
Casa permitiu que o cristianismo primitivo se organizasse em comunidades
pequenas: favorecendo o conhecimento e partilha (DGAE n. 80).
Credibilidade
da comunidade era expressa:
-
no testemunho de comunhão;
-
fidelidade ao ensinamento dos apóstolos;
-
liturgia celebrada;
-
diaconia da caridade fraterna;
-
martiria da
fé e da esperança; certo?
-
compromisso com a justiça do Reino de Deus;
-
mistagogia da autêntica vida cristã pela missão, profecia e serviço.
3.2
– Comunidade de comunidades:
-
lugar da escuta da Palavra de Deus;
-
lugar da oração;
-
lugar do aprofundamento da formação continuada da fé;
-
lugar da vivência da fraternidade;
-
lugar do fortalecimento do apostolado na sociedade.
A
missão é o eixo fundamental das comunidades.
São
formadas em ruas, condomínios, aglomerados, edifícios, unidades habitacionais,
bairros populares, povoados, aldeias e grupos por afinidades em comunhão com a
Igreja local (DAP N.179).
Comunidades
como espaço para:
-
vencer o anonimato e a solidão;
-
promover a mútua-ajuda;
-
abrir-se para a sociedade;
-
cuidar da Casa Comum.
A
partilha Eucarística:
-
como ponto de referência e o conhecimento recíproco;
-
para a colaboração em projetos comuns;
-
para o compromisso missionário;
-
para o serviço à sociedade.
Coordenado
por cristãos leigos e leigas (proeminência das mulheres): colaboradores.
Ministro
Ordenado:
-
“cuidador e animador das comunidades eclesiais missionárias”;
-
promotor da unidade entre todos;
-
promotor da descentralização;
-
valoriza os diversos ministérios;
Trabalha
sempre em comunhão com o Conselho de Pastoral e Conselho de Assuntos Econômicos
(CIC, cân. 536-537).
3.2.
1- Pilar da Palavra: iniciação à vida cristã e animação bíblica da vida e da
pastoral
“Eles eram
perseverantes no ensinamento dos apóstolos” (AT 2,42).
Encontro
pessoal e comunitário com Jesus Cristo.
Iniciação
à Vida Cristã e a Palavra de Deus.
Processos
de iniciação e formação: querigma, catecumenato, purificação-iluminação,
mistagogia.
Leitura
Orante da Palavra de Deus.
3.2.2
– Pilar do Pão: Liturgia e espiritualidade
“Eles eram
perseverantes (...) na fração do pão e nas orações” (At 2,42).
A
importância da Celebração da Eucaristia: a Mesa está no centro da celebração da
fé cristã.
“A comunidade
eclesial tem na Eucaristia a sua Mesa por excelência: memorial da Páscoa do
Senhor, banquete fraterno, penhor da vida definitiva. Ela transforma as pessoas
em discípulos missionários de Jesus Cristo, testemunhas do Evangelho do Reino”
(DGAE
n. 94).
A
oração como sustento da missão dos discípulos missionários de Jesus Cristo.
“Orar, antes de
ser o resultado de um esforço humano, é a ação do Espírito em nós, abrindo
espaço para chamar a Deus de Pai (Gl 4,6). É um abandono nas mãos de Deus,
dirigindo-se a Ele com simplicidade e suplicando-Lhe: ‘Que faça brilhar sobre
nós a Sua face!’”
(Salmos diversos)” (DGAE n. 96).
Na
pastoral, é preciso superar a ideia de que o agir já é uma forma de oração (DGAE
n.97).
Espiritualidade
cultivada para não cair em ativismo, vaidade e ambição e desejo de poder.
Edificar
uma Igreja servidora, samaritana, pobre com os pobres (DGAE n.98).
Valorização
da piedade popular – (DGAE n.100).
Enquanto
casa da comunhão, celebrar o perdão e a misericórdia do Senhor – “A Igreja não é a comunidade dos perfeitos,
mas dos pecadores perdoados e em busca do perdão (Mt 9,13), ‘não é uma
alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa’(EG
n.47)” (DGAE n.101).
3.2.3
– Pilar da Caridade: serviço à vida plena
“Eram
perseverantes (...) na comunhão fraterna” (At 2,42).
Na
fé cristã, a espiritualidade centra-se na capacidade de amar a Deus e ao
próximo.
Prefácio
da Oração Eucarística – Jesus que passa fazendo o bem – a ação de Jesus em
favor dos pobres: “...sempre se mostrou
cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores,
colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a palavra,
anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas...
Dai-nos olhos
para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs;
inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei
que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente
no serviço a eles”
(DGAE n.103).
Desafiam
nossas comunidades:
-
questões sociais;
-
a defesa da vida;
-
os desafios ecológicos da atual cultura urbana globalizada.
Anunciar
o Evangelho da paz (Ef 6,15).
Enfrentar
os desafios da violência explícita ou institucionalizada pelas injustiças
sociais: voz profética que exige denúncia e anúncio – voz dos sem voz,
promovendo atitudes de não violência.
A
questão do trabalho como chave essencial de toda a questão social (L.E. n.3):
-
solidariedade com quem sofre as consequências do desemprego e do trabalho
precário;
-
atuação organizada dos cristãos leigos e leigas neste contexto.
Empenho
e atuação política dos cristãos e das Comunidades Eclesiais. (DGAE n. 107).
Uma
“Igreja
pobre para os pobres”:
superar ambições, consumismo e insensibilidade diante do sofrimento (como nos
lembra o Papa Francisco).
Comunidade
cristã deve promover a cultura da vida: enfrentar a questão da violência em
suas diversas faces; falta de moradia digna; as condições que levam e mantém
populações em situação de rua e encarcerada; a complexa realidade das migrações
humanas; o abandono e a exploração das crianças e dos idosos; a falta de
perspectiva para juventude e a crise familiar; o complexo mundo do trabalho, da
educação, da saúde, do transporte; as provocações do ambiente acadêmico
universitário, da ciência e da tecnologia; as problemáticas que envolvem os
meios de comunicação social e as novas mídias e as questões sobre a ecologia
integral (DGAE n.109.111).
Contemplar
o Cristo sofredor na pessoa dos pobres é compromisso com todos os que sofrem:
pessoas com crise de sentido, depressão, pânico, transtornos de personalidade e
até o suicídio (DGAE n. 110).
Superação
da xenofobia e tráfico humano (DGAE n.112).
Preocupação
com povos indígenas, quilombolas e pescadores, nômades (DGAE n.113).
3.2.4 – Pilar da
Ação Missionária: estado permanente de missão:
“Passando
adiante, anunciava o Evangelho a todas as cidades” (At 8,40)
Um
mundo cada vez mais urbano é uma porta para o Evangelho.
Comunidade
ter um “olhar propositivo” sobre esta realidade.
“Conhecer Jesus é
o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-Lo encontrado foi o
melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossa palavra e
obras é nossa alegria”
(DAP.n29) – (DGAE n.115).
A
missão: irradiação da experiência do amor gratuito e infinito de Deus supõe um
anúncio explícito da Boa-Nova de Jesus Cristo.
Missionariedade
quando se assume os compromissos que colaboram para garantir a dignidade do ser
humano e a humanização das reações sociais (Doc 100, n.185):
-
gestos de acolhida; amparo na tribulação; consolação no luto; defesa de
direitos e sede de justiça.
Promover
a cultura da proximidade, do encontro e do diálogo com diversas realidades.
Presença
missionária nos novos areópagos, dentre eles os meios de comunicação social. (DGAE
n.118);
A
Igreja e o mundo podem ouvir a voz de Deus por meio dos jovens;
o
Sínodo de 2018 – sua importância.
Jovens
missionários entre os jovens (DGAE n.119).
Igreja
como “mãe de coração aberto”, casa aberta do Pai, que conclama a todos para:
-
reunirem-se na fraternidade;
-
celebrar os sacramentos;
-
sair em missão no testemunho;
-
dar testemunho de solidariedade;
-
anunciar a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo.
3.3
– Rumo à Casa da Santíssima Trindade:
Uma
Igreja peregrina que atua na sociedade como Sacramento Universal de Salvação
que tem um fim escatológico.
“A comunidade dos
discípulos missionários de Jesus Cristo é guiada pelo Espírito Santo, que a
todos conduz à Casa definitiva do Pai, onde há muitas moradas (Jo 14,2); Por
isso, a comunidade eclesial reúne um povo de peregrinos a caminho do Reino de
Deus, rumo à Pátria Trinitária (Fl 3,20)!” (DGAE n.121).
A
ação evangelizadora e o empenho missionário tem como fundamentos o querigma.
É
preciso fortalecer a esperança dos cristãos, como testemunhas da Ressurreição
de Cristo, em um mundo carente de sentido e de ética.
A
igreja, lar dos cristãos, vive a certeza de que habitará na tenda divina, Casa
da Trindade, em uma Aliança eterna e definitiva com Deus (Ap 21,2-5).