sábado, 23 de dezembro de 2023

Tempo do Advento: João e a mensagem de conversão

                                                      

Tempo do Advento: João e a mensagem de conversão

No dia 23 de dezembro, a Liturgia nos apresenta o nascimento de João Batista, conforme a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,57-66).

É João que, conforme o Evangelista Mateus (Mt 3,1-12), irá para o deserto pregar o o batismo de conversão, anunciando a proximidade do Reino de Deus e a necessária preparação do caminho do Senhor e o endireitar das veredas para a Sua chegada:

“João Batista já não está nas margens do Jordão. Já desapareceram todos os que ele fustigava. Também Aquele que o Batista anunciava já deixou a terra, depois de ter cumprido a Sua missão. Mas a voz do Precursor continua a ressoar na Igreja, aos ouvidos dos que receberam o Batismo no Espírito Santo: ‘Praticai ações que se conformem ao arrependimento que manifestais!’ Porque essa conversão não é coisa de um dia; terá de continuar ao longo de toda a vida, com a esperança de que se mantém, graças à ‘paciência e consolação que vêm das Escrituras’, como diz São Paulo (Rm 15,4)”. (1)

A voz de João “continua a ressoar na Igreja” e “aos ouvidos dos que receberam o Batismo no Espírito Santo”.

Passaram-se os tempos, novos contextos, mas a voz de João não perde a força profética, porque ainda há muito que ser transformado, para que tenhamos uma nova realidade, em que a vida humana seja, de fato, um templo vivo onde Deus habita.
Uma passagem rápida pelos noticiários em todos os âmbitos, vemos que os valores efêmeros, transitórios, norteiam ações e decisões. Os interesses econômicos, as vantagens prevalecem em detrimento do bem comum, com desvios execráveis, corrupção, cumplicidade, propinas e um esforço conjunto de desmoralização de ações que venham passar a limpo o que for preciso.

A voz profética de João ressoa em todos os âmbitos, para que a conversão nos leve a produzir frutos bons e agradáveis que a fé exige: como pessoa, família, comunidade e sociedade. 

Vivendo o Tempo do Advento, tenhamos a coragem de afinar nossos ouvidos e captar seu grito, que chega a cada um de nós, certos de que quanto mais nos abrirmos à sua escuta, em sincera atitude de conversão, mais instrumentos de harmonia, concórdia e comunhão haveremos de ser, deixando-nos guiar pela Sagrada Escritura, que é para nós garantia de constância e conforto em todos os momentos, para que não recuemos no testemunho da fé.


(1) Missal Quotidiano e Dominical - Editora Paulus - Lisboa - 2012 p.63

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