sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Aparentes perdas, verdadeiros ganhos!

Aparentes perdas, verdadeiros ganhos!

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas, que nos apresenta mais uma parábola: (Lc 16,1-13).

Jesus partiu de um fato:
O administrador foi desonesto sim, anteriormente, mas soube ser hábil abrindo mão de sua cota, de seu lucro, como era praxe do administrador, assegurando seu futuro, estabelecendo um rico interesse fundado na futura gratidão de seus devedores.

É esta habilidade que, às vezes, não temos na vida e na pastoral. Há pessoas que não abrem mão de absolutamente nada, logo não crescem e não são felizes.

Muitas vezes abrir mão de algo não significará empobrecimento, ainda que aparentemente fiquemos diminuídos.

O que aparentemente parece ser uma perda poderá ser ganho, frutos abundantes e eternos como o próprio Senhor nos fala na parábola da videira (cf. Jo 15), mencionando as podas necessárias.

Podas! Como são doloridas em nossas vidas.

Arestas aparadas, como suportá-las e assimilá-las?

Como assumi-las com ternura, confiança e esperança de que algo bom há de vir?

Evidentemente, há outras perdas por intervenções de outrem, não me refiro a estas.

Por falar em perdas e crescimento, isto nos faz pensar em pessoas que se apoderam do que não lhe é próprio e tornam-se déspotas na administração do que lhe foi confiado.

Numa palavra: Deus nos cumula de tantos bens, mas perdemos tudo por falta de habilidade, abertura, sabedoria...

No trabalho pastoral somos meros administradores do rebanho, pelo Senhor, a nós confiados. Não somos donos do rebanho, e Ele nos pede que, a Seu exemplo, cuidemos dele com o coração de um pastor que dá a vida por seu rebanho, conhece suas ovelhas, se extenua por elas a fim de que pastem em verdes pastagens e bebam em águas cristalinas.

Na medida em que somos capazes de renúncias, de cuidar bem do que Deus nos deu, colocando a serviço do outro, estaremos vivenciando o Mandamento maior que o Sublime Mestre nos deu: amor a Deus acima de tudo e amor ao próximo como Ele nos amou.

De fato, esta Parábola nos permite esta e outras reflexões. Este é o sentido da Parábola: ler sem nos deixar levar pela cegueira do fundamentalismo, e assim nosso coração tornar-se-á mais semelhante ao coração de Jesus, seremos novas criaturas, e consequentemente colaboraremos para que o mundo seja bem melhor.

Supliquemos ao Senhor a sabedoria para agirmos com habilidade no cuidado dos dons que nos confiou, fazendo-os multiplicar, com toda ousadia e coragem. a fim de que não sejamos movidos por interesses empobrecedores e mesquinhos, na fidelidade Àquele que veio para que tenhamos Vida, vivendo na Verdade, eis o Caminho! 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG